segunda-feira, 30 de novembro de 2015

XVIª Mostra de Doçaria de Alcáçovas


É já na próxima Sexta-Feira dia 04DEZ que Alcáçovas vai ser a capital alentejana dos gulosos...
Entre os dias 04 e 06DEZ, não deixe de vir provar alguns dos doces conventuais que se fazem nesta vila ( e arredores)...



E, como não podia deixar de ser, a Associação dos Amigos das Alcáçovas emitiu uma nova série de pacotes de açúcar (para coleccionadores), desta vez alusiva á XVIª Mostra de Doçaria e tendo o "Bolo Real" em destaque...

domingo, 29 de novembro de 2015

Castelo de Serpa









Não é fácil, segundo os entendidos, concluir-se quando terá sido construído o primeiro Castelo de Serpa. A povoação, segundo se crê pelas descobertas arqueológicas que se tem vido a fazer, remonta a muitíssimos anos antes da conquista do Castelo pelos Portugueses.
De formato quadrilátero o Castelo Velho, situa-se do lado nordeste, junto à primeira cintura de muralhas. A Torre de Menagem é o seu ponto mais alto, logo seguido da Torre do Relógio, que em tempos foi parte do Castelo.
O dado histórico que conhecemos acerca da “Vila” de Serpa tem início na sua primeira conquista aos Mouros, por D. Afonso Henriques, em 1158 com a ajuda dos Cruzados.
Várias vezes perdida para os Mouros e outras tantas conquistadas, passa para a Coroa Portuguesa em 1232, no Reinado de D. Sancho II que concedeu o senhorio de Serpa a D. Fernando, seu irmão que nela viveu e que veio a ser conhecido pelo Infante de Serpa.
Após algumas atitudes contra a igreja D. Fernando foi excomungado pelo Papa Gregório IX.
Após o casamento de D. Fernando com Dª. Sancha Fernandez de Lara, filha de um Conde de Castela, ali ficou por aquelas terras, (Castela) nada se sabendo mais, acerca da sua vida.
Mais tarde com a suposta morte de D. Fernando passa a Vila de Serpa, para a posse da Coroa Portuguesa.
Até ao Séc. XIII, nas várias disputas havidas com Castela perdeu Portugal, as terras de aquém Guadiana, incluindo Serpa.
Em Maio de 1253, Afonso X de Castela inclui Serpa no dote de sua filha Beatriz , por ocasião do casamento desta, com Afonso III de Portugal, com a cláusula de que a posse definitiva só teria lugar quando o primeiro filho do casal completasse 7 anos.
Cláusula que não cumpriu. (!)
Foi já no reinado de D. Diniz, em 6 Setembro de 1295, que foi acordada a entrega definitiva da Vila e seu Termo ao Rei de Portugal.
Serpa, foi sempre um ponto de cobiça dos nossos vizinhos, Castelhanos, mais tarde Espanhóis,* tanto pela sua situação geográfica como por ser uma referência na Organização Militar do país. Não obstante as constantes razias que as terras deste Concelho sofreram ao longo da sua História, quer nas investidas da moirama, quer no período da Restauração, ou ainda, durante as invasões francesas, aquela que se tornou mais brutal, foi a perpetrada pelo Duque de Ossuna, durante a guerra de sucessão espanhola (1702/1712).
Durante o conflito, mais propriamente em 26 de Maio de 1707, o Duque de Ossuna assaltou e tomou pela força, após meses de resistência dos Portugueses, o castelo da Vila de Serpa. Um ano depois em 1708, quis a sorte que as tropas espanholas fossem obrigadas a retirar-se desta vila, contudo, não o fizeram sem causarem nas suas muralhas enormes danos. Testemunhos? Os grandes torreões rochosos, mesmo à entrada do Castelo que ainda subsistem, sendo um testemunho maior dos factos que então ocorreram.  Também uma das portas da muralha, a Porta de Sevilha foi destruída pelo Duque se Ossuna, na sua retirada da praça de Serpa, estas mantiveram-se até 1780, altura em que ruíram, parte dos torreões que a defendiam, até que, em 1871, caindo novo fragmento, foi deliberado apear o que restava da antiga muralha por se considerar um perigo para a saúde pública. Frente à Porta de Sevilha e na direcção da Rua da Fonte do Ortezim, a antigamente denominada de Rua Larga, tomou para si a designação de Rua das Portas de Sevilha, perpetuando assim a porta desaparecida.
O Castelo de Serpa foi classificado como Monumento Nacional por decreto de 30 de Janeiro de 1954.(* abro aqui um parêntesis para recordar que o país nosso vizinho só passou a designar-se por Espanha, após a unificação dos vários reinos que a compõem a saber: Astúrias, Leão, Castela, Galiza, Navarra e Aragão é portanto como país bem mais recente que Portugal)
As Muralhas de Serpa sofreram ao longo dos tempos atentados de destruição como pode ser confirmado em documentos existentes no Tombo da Câmara, como nos diz João Cabral, no seu livro “Arquivos de Serpa” e que cito: «Por proposta do vereador José Ricardo Cortez de Lobão foi pedida, superiormente, em 7 de Fevereiro de 1863, a demolição das muralhas que em grande parte ameaçam ruína» mais adiante refere ainda: «Também o Dr. António Joaquim Bentes, em 23 de Janeiro de 1864, na qualidade de presidente do Município, propôs e foi aprovado que "se peça ao Governador de Sua Majestade e concessão do forte denominado Castelo Velho e bem assim para poder destruir as muralhas que circundam parte da vila por se considerarem contrárias à saúde pública”» e ainda «Precisamente um ano depois o presidente lê dois requerimentos pedindo as mesmas demolições, o que se repetiu em Julho de 1877».
Numa outra página do mesmo livro afirma ainda João Cabral: «Em 1 de Fevereiro de 1917 foi deliberado demolir a parte da muralha, que estava em ruínas, à Porta de Moura». Sabe-se ainda que em meados do séc. passado foram as muralhas levadas a hasta pública para arrematação e posterior demolição, o que felizmente não se concretizou por falta de licitadores. Já nas últimas décadas do séc. xx sofreram as muralhas (ou parte delas) os trabalhos de restauro que se impunha, devolvendo aos vindouros a possibilidade de apreciar a sua beleza e magnitude.

sábado, 28 de novembro de 2015

Rir é o melhor remédio...

"Uma marina, três campos de golfe com três grandes unidades hoteleiras, mais de 150 quilómetros de frente de lago, praias artificiais com água cristalina e ainda uma Ilha do Tesouro de "elevadíssima qualidade, destinada a crianças, onde não faltarão galeões e cavernas". Estes são os principais condimentos do projecto que José Roquette está prestes a iniciar numa área de 2.500 hectares na barragem de Alqueva. "Se todas as licenças estivessem atribuídas, começava já hoje", diz Roquette.

"É a primeira vez que falo neste projecto e não o poderia ter feito antes porque, em termos imobiliários, isso seria bastante imprudente para mim, devido à pressão que iria provocar no preço dos terrenos locais", comenta Roquette, adiantando que, mesmo assim, "o investimento total final vai ultrapassar os mil milhões de euros". Há ainda outra "nota" prévia que o empresário faz questão de esclarecer: o grupo de Belmiro de Azevedo não tem nenhuma ligação ao Parque Alqueva. "Não tenho quaisquer projectos em conjunto com o engenheiro Belmiro de Azevedo relacionados com o empreendimento do Parque Alqueva, nem há perspectivas de eu entrar no projecto que ele tem para Tróia. Tenho o melhor dos relacionamentos com ele, mas mantemos a nossa actividade separada", esclarece.
Mas, ainda há outra ordem de razões que separa os dois empresários na zona de Alqueva. José Roquette considera que uma das suas preocupações no Parque é de natureza ambiental, consagrando soluções de despoluição da água. Belmiro de Azevedo, por seu turno, tem-se interessado por projectos de cariz industrial para a zona, designadamente numa fábrica no Guadiana.
Uma das soluções do Parque Alqueva para salvaguardar zonas de água límpida depende do desenvolvimento de um plano de areias, "a transportar para zonas que possam fechar lagos, onde serão criadas praias artificiais com água em excelentes condições de utilização", refere.
De resto, adianta que os master-plans do Parque Alqueva são "do melhor que existe a nível mundial em termos de resorts de qualidade". Tal como os campos de golfe, este projectos são da autoria de equipas norte-americanas. O BPI lidera o consórcio bancário financiador.
Quanto ao cronograma do projecto, os seus licenciamentos deverão estar todos atribuídos até ao final de 2005, a construção da infra-estruturas de base poderá começar em 2006 – toda a electrificação, rede viária, águas e esgotos - e a comercialização deverá arrancar no final de 2007. Quanto aos transportes relevantes para o Parque Alqueva, Roquette tem fé em duas componentes: a abertura do aeroporto de Beja ao tráfego civil e a passagem do TGV por Évora".
(in "Diário do Alentejo", 2005)

O Parque Alqueva era mais um projecto de desenvolvimento para o Alentejo, que prometia ter tudo para dar certo, mas que acabou por ficar na gaveta, à espera do Aeroporto de Beja e do TGV... A má sina persegue esta região, invariavelmente... 
 
Copiado integralmente do blog: http://ribanho.blogspot.pt/

IX Feira do Cogumelo e Medronho


Está a decorrer este fim de semana em S. Barnabé (Almodôvar) a IX Feira do Cogumelo e do Medronho / Iº Encontro Rota dos Produtos da Serra.
Depressa compadres, ainda vamos a tempo de provar os produtos locais desta encantadora vila alentejana...

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Évora, Património Mundial


Évora comemorou 29 anos de elevação do seu Centro Histórico a Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, no passado dia 25 de Novembro de 2015.
O Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), organismo da UNESCO que em Novembro de 1986 deliberou a favor da inclusão do Centro Histórico de Évora na lista do Património Mundial, justificou essa mesma decisão com o facto de Évora cumprir muitas das demandas então exigidas para o efeito, nomeadamente dois critérios específicos: o de ser Évora o melhor exemplo de uma cidade portuguesa da idade do ouro (Século XVI) e de a sua paisagem urbana permitir compreender a influência da arquitectura portuguesa no Brasil, em locais como São Salvador da Baía, também Património Mundial da Humanidade desde 1985.
Em 1986, o ICOMOS tomou como definição do Centro Histórico de Évora a de um centro urbano único, pela sua beleza, homogeneidade e dimensão, e pelo valor do seu património cultural e arquitectónico, que conta com mais de 380 edifícios classificados, dos quais 36 são monumentos nacionais.
Bem delimitada por muralhas medievais que o arquitecto Vauban no século XVII, reforçou, esta uniforme malha urbana, que se estende num perímetro de 4 quilómetros de comprimento, numa área total de 12 hectares, há 25 anos, era palco de morada de 12 mil habitantes, divididos por 4 mil residências. Aqui era o coração da cidade e da região, em que, nos serviços e no comércio, trabalhava 70% da população de todo o concelho. Todo o seu tecido arquitectónico estava bastante bem preservado, realçando-se o bom estado de conservação de grande parte dos imóveis, incluindo os monumentos, exceptuando-se apenas a debilidade das condições de algumas franjas do parque habitacional privado, ocupado por uma população envelhecida.
O património edificado intra-muros foi valorizado pela dimensão dos seus imóveis, e pela sua tipologia - religiosos, militares e civis -, mas também pela nobreza dos materiais e dos elementos decorativos utilizados.
O adjectivo homogéneo foi dos mais empregues na descrição do Centro Histórico, para caracterizar os seus espaços urbanos, praças e ruas, cujos processos de formação, ao longo dos séculos, foram muito apreciados por terem sido sempre coerentes. Foi consensual a afirmação de que estão mantidos os traços típicos das cidades medievais do Sul da Europa, com artérias estreitas e sinuosas, e com grande riqueza de variantes, numa uniformidade exemplar em cada período de construção. A concentração de monumentos do Centro Histórico foi aliás considerada invulgar precisamente pela variedade da sua origem, isto é, por derivarem não de um mas de vários períodos históricos e artísticos, como o romano, o gótico, o renascentista, o manuelino, o barroco ou o neoclássico.
As muralhas, igrejas, templos, casas, palácios, fontes, jardins, arcadas e ruelas, que os séculos trouxeram ao Centro Histórico, fizeram de Évora uma cidade incomparável, que a UNESCO reconheceu como tal, e que a Câmara Municipal de Évora deseja homenagear, invocando o seu património material e imaterial.

Visto em: http://viverevora.blogspot.pt

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Brinhóis de Mogango


BRINHÓIS DE MOGANGO
INGREDIENTES:
1 kg de mogango descascado e limpo de filamentos e pevides 
3 ovos
raspa e sumo de 1 boa laranja
1 cálice de vinho Porto
300 grs de farinha com fermento
100 grs de açúcar
1 colher de chá de canela
sal
Óleo q.b.
açúcar refinado fino
canela em pó para polvilhar
CONFECÇÃO:
Coze-se o mogango num pouco de água com sal, escorre-se muito bem e reduz-se a puré, esmagando-a com as mãos.
Volta a escorrer-se muito bem espremendo-a dentro de um pano.
Juntam-se os restantes ingredientes ao puré do mogango sendo as claras batidas em castelo.
Com a ajuda de duas colheres de sopa molda-se a massa e deita-se no óleo quente (175ºC no máximo para permitir a cozedura da farinha).
Escorrem-se sobre papel absorvente e comem-se polvilhadas com açúcar e canela.
A abóbora utilizada para os brinhóis é a designada no Alentejo por moganga.
É alongada e a polpa é quase vermelha.
Na sua falta, usa-se a abóbora-menina.
Os brinhóis comem-se no Natal e são muito populares entre as classes menos abastadas.
Não fazem parte daquilo que pode ser designado por grande doçaria alentejana.

Receita e foto gentilmente cedidas pela nossa comadre Iva Costa.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Ruinas do Monte das Montesas









Estas fotos do Monte das Montesas foram tiradas em 2011, quando percorri de lés a lés o concelho de Viana do Alentejo á procura de ruínas de montes alentejanos, fotografando-as para memória futura...
Este monte surpreendeu-me pelo seu tamanho, pois normalmente eram mais pequenos, albergando duas ou três familias, no máximo. Pela sua grandiosidade, parece-me que este teria capacidade para uma dúzia de familias, constituindo, por si só, uma pequena aldeia...
No Alentejo, "Monte" não significa colina ou elevação. Isso são "Outeiros"...
Por estas bandas, chama-se monte alentejano à propriedade rural, mais ou menos extensa, e respectivas instalações. No sentido restrito, o termo é também aplicado apenas ao conjunto da moradia e dependências do proprietário ou lavrador. Estas casas ficam normalmente situadas no alto de uma elevação, sobressaindo na planície alentejana.
Este monte fica situado junto á Barragem de Albergaria dos Fusos e tem acesso por caminho rural.
Vestigios importantes do nosso passado rural, é com uma enorme tristeza que vejo estas ruínas a degradarem-se de ano para ano...

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Crónicas do Alentejo (By Susete Evaristo)


CRONISTA - SUSETE EVARISTO - 1ª CRÓNICA
Crónicas do Alentejo - Iniciativa do Grupo do Facebook "Imagens do Alentejo"
AS ANTIGAS FEIRAS DO ALENTEJO – O BONECO OCTÁVIO

Não me lembro quem nem onde se comprou, creio mesmo que tinha a mesma idade que eu.
Também não sei se foi ideia minha ou, de quem terá sido “baptizar” o boneco com o nome de Octávio; sei que foi o meu primeiro boneco. Era de celuloide, chique para a altura, pois a maioria das crianças apenas tinha bonecas de trapos ou de papelão.
Sei que o meu Octávio, com o passar dos anos, foi perdendo, hoje as pontas dos dedos, amanhã a ponta do nariz, num outro dia a barriga e eu sempre a fazer-lhe operações cozendo-o com linha branca, até que já não tinha ponta por onde se lhe pegasse e eu sentia-me muito triste, pois já não sabia a maneira de o ajudar.
A feira anual estava à porta; não era uma feira como estas feiras de agora, onde só se vendem roupas, sapatos e outros produtos baratos, provenientes da China ,os quais apenas resistem a uma utilização, depois só têm um caminho: o lixo.
Não, naquele tempo as feiras eram muito mais que isso. Tinham carroceis, carrinhos de choque, o poço da morte, onde os ginastas faziam acrobacias com motos; havia ainda circos com palhaços que nos faziam rir a bom rir, mesmo que as suas brincadeiras de tão usadas e gastas, já tivessem barbas; trapezistas elegantes nos seus fatos brilhantes, capazes de voar, quais pássaros exóticos, de trapézio em trapézio sem cair e sempre a sorrir, como se fossem naturais todos aqueles movimentos.
Além disso, as feiras tinham,também:barracas de pêros deliciosos, com um cheiro que se adivinhava muito antes de sequer avistarmos a feira, algodão doce, pinhoada, torrão branco e um sem número de outras gulodices; mas...
Mas tinham também barracas de quinquilharia e bugigangas. Estas sim eram especiais, porque havia daquelas em que as crianças se deleitavam, eram as de brinquedos. Havia brinquedos para todos os gostos: carros, carrinhas e carretas para os rapazes, bonecos e bonecas de todos os tamanhos e feitios para as meninas.
A minha mãe, sabedora da minha tristeza sobre o estado de doença em que o meu Octávio se encontrava, disse-me um dia que, logo que a feira chegasse, íamos levar o Octávio, pois na feira havia um senhor, que era uma espécie de médico de bonecos, que sabia arranjar-lhe a barriga, o nariz e as pernas. Foi de tal forma convincente que eu concordei.
Chegado o dia de feira lá fomos nós, eu com o Octávio ao colo com muito cuidado porque ia ser operado. Já na barraca das bonecas, os meus pais disseram à minha irmã que me levasse a ver o macaquinho que ali mesmo ao pé fazia das suas.
Eu não queria ir, queria assistir à operação do Octávio porém, o senhor disse que o tinha de levar lá para dentro e enquanto o arranjava era melhor ir ver o macaquinho.
Em menos de cinco minutos o Octávio ficou como novo! É certo que o nariz era diferente, também tinha engordado um pouco mas, era o Octávio e eu estava contente por voltar a ter o meu boneco, com nariz e sem aqueles buracos na barriga.
A feira passou, passou o Verão e quando chegou o Inverno, uma manhã achou a minha mãe que estava na hora de guardar as roupas de verão, trocando-as por roupas de inverno.
Abriu a gaveta da cómoda sem se lembrar que colocara lá bem no fundo, o velho boneco partido que tinha sido substituído por um igual, isto é, igual não era que eu bem lhe tinha notado as diferenças mas....
Não imaginam como fiquei, toda eu tremia, afinal o meu Octávio estava ali; o outro não passava de uma cópia, chorei de felicidade abracei-o, beijei-o e nunca mais o larguei.
Ao outro, “baptizei-o” como Octávio II mas a minha perdição e todo o meu encanto era pelo primeiro.
Quando cresci guardei-o dentro de uma caixa de sapatos colocando-o no guarda-vestidos.
*************
A última vez que o vi em casa dos meus pais, já estava casada e com filhos.
Não sei o que foi feito daquele boneco, sei que ainda hoje me traz gratas recordações.
Susete Evaristo
01/10/2015




Autor das Fotos:  Eduardo Teixeira Pinto

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

No "País da Uvas" (Vila de Frades)





Em Vila de Frades, situado a 1 km da Vidigueira, Distrito de Beja, o País das Uvas é uma antiga adega que foi restaurada, mantendo os traços tradicionais da sua arquitectura, que funciona em várias salas como adega e restaurante.
Os Cantares Alentejanos são uma constante neste espaço, quer através do canto dos seus clientes, quer através de Grupos Corais Alentejanos.
Nesta adega, o vinho que aqui se consome, é feito nestas talhas em barro, que servem também de elementos decorativos.
O Vinho de Talha, constitui uma memória viva preservada em Vila de Frades.
Este precioso néctar de uva, caracteriza-se por não conter qualquer composto químico, o que lhe confere um sabor único, genuíno e inconfundível.
Neste local, pode-se assistir ás várias etapas da produção vitivinícola tradicional, que são rigorosamente respeitadas pelos proprietários.

Especialidades da Casa

Cilarcas com Ovos e Espargos
Cozido de Grão
Ensopado de Borrego
Açorda Alentejana de Alho
Espargos com Ovos
Cabeça de Borrego assada em forno de lenha
Sopas de Tomate

Outros Pratos


Feijão à Casa
Pezinhos de Borrego guisados
Pezinhos de Coentrada
Caldeirada de Peixe do Rio
Borrego Assado no Forno
Feijão com Cardos
Sopas da Panela
Sopas de Cação
Açorda de Espinafres
Açorda de Baldroegas
Grelhados de Porco Preto
Caça

Fotos gentilmente cedidas pelo nosso compadre Henrique Carvalho.
Texto copiado do blog: http://adega-restaurante.blogspot.pt/

domingo, 22 de novembro de 2015

Caminhar, Fotografar e Provar Doçaria em Alcáçovas (05 e 06DEZ15)


 1º Fim de semana de Dezembro, dias 04, 05 e 06, estará a decorrer a XVIª Mostra de Doçaria de Alcáçovas.
A Associação dos Amigos das Alcáçovas, vai organizar uma caminhada no sábado, (dia 05) e um passeio na vila, (dia 06), constituindo ambos os eventos uma boa oportunidade para fotografarmos e percorrermos a vila e percursos pedestres situados em redor desta, além de provarmos alguns dos doces conventuais que tornam Alcáçovas tão conhecida...


05DEZ15- Sábado
Tipo: Caminhada Circular
Hora de Concentração: 9H45
Local: Jardim Publico de Alcáçovas
Hora de Inicio: 10H00
Hora previsivel de Chegada: 15H00
Distancia: Cerca de 15 Kms
Grau de Dificuldade: Grau 2 (sem dificuldade técnica).
Descrição do Evento: Entre as 10H00 e as 15H00, vamos percorrer os arredores de Alcáçovas, conhecer e disfrutar a paisagem tipicamente alentejana e dar largas aos nossos dotes fotográficos...
Picnic no campo, tragam farnel...
Depois, vamos acabar a caminhada na XVI Mostra de Doçaria de Alcáçovas...
O acesso á Mostra de Doçaria é gratuito...
Alcáçovas está situada a 30 Kms de Montemor-o-Novo, Évora ou Alcácer do Sal e a 120 Kms de Lisboa.
Limite de Participantes: Inexistente.
Nota: A actividade é gratuita e não tem seguro. Cada um caminha por sua conta e risco...



06DEZ15- Domingo
Tipo: Caminhada Circular
Hora de Concentração: 9H45
Local: Jardim Publico de Alcáçovas
Hora de Inicio: 10H00
Hora previsivel de Chegada: 13H00
Distancia: Cerca de 10 Kms
Grau de Dificuldade: Grau 1 (sem dificuldade técnica).
Descrição do Evento: Entre as 10H00 e as 13H00, percorreremos as ruas de Alcáçovas e arredores, apreciando as suas casas caiadas, os seus monumentos e os seus miradouros, apreciando uma paisagem tipicamente alentejana e dando largas aos nossos dotes fotográficos...
O acesso á Mostra de Doçaria é gratuito...
A Mostra de Doçaria de Alcáçovas começa por volta das 15H00.
Alcáçovas está situada a 30 Kms de Montemor-o-Novo, Évora ou Alcácer do Sal e a 120 Kms de Lisboa.
Limite de Participantes: Inexistente...

Nota: A actividade é gratuita e não tem seguro. Cada um caminha por sua conta e risco...


sábado, 21 de novembro de 2015

Oh Beja, terrivel Beja...













"Oh Beja, terrível Beja
Beja da minha desgraça
Eram três horas da tarde
Quando lá assentei praça"
Deram-me a guia de marcha
Para o comboio apanhar
Vou p´rá tropa, e não queria
Vou p´rá vida militar
Adeus terra, adeus amigos
Não sei para que guerra vou
Dizem que lá me faço homem
Não os entendo, já sou
Senhor Alferes, capitão
Mas que ofício tão ruim
Não fazem crescer um grão
Esmagam o alecrim
Obrigam-me a marcar passo
É contra a minha vontade
Só quero as guerras que faço
P´ra guardar a liberdade

Letra da canção de Vitorino : "Oh Beja, terrivel Beja", album: "Os Malteses".


Vitorino nasceu numa família de músicos, no Redondo. Desde que nasceu que ouvia música em sua casa, tocada pelos seus tios, tendo sido sempre neste ambiente que cresceu, bem como os seus quatro irmãos, todos igualmente músicos. Vitorino é o terceiro dos cinco; o cantor Janita Salomé é o quarto.
Conheceu Zeca Afonso, de quem se tornou amigo, quando estava a fazer a recruta no Algarve. Fixou-se em Lisboa a partir dos 20 anos, onde se associou à noite, às tertúlias e aos prazeres boémios. Em 1968 entrou para o Curso de Belas Artes, mas já antes disso tinha começado a pintar.
Emigrado em França, estudou pintura e, para sobreviver, lavou pratos em restaurantes. Foi aqui que um amigo lhe disse que se ganhava mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos. Experimentou: era verdade. Largou os pratos e agarrou na guitarra.
Também em Paris se juntou, entre outros, com Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados.
Colaborou em discos de José Afonso, Coro dos Tribunais, e Fausto. Actuou no célebre concerto de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos Recreios. Lançou nesse ano o seu primeiro single: Morra Quem Não Tem Amores.
Participou no disco Cantigas de Ida e Volta conjuntamente com outros nomes como Fausto, Sheila e Sérgio Godinho.
Em 1975, estreou com o seu primeiro disco que incluía uma das canções mais importantes do imaginário português: “Menina estás à janela”. No álbum Semear Salsa ao Reguinho aparecem ainda canções como “Cantiga d'um Marginal do séc. XIX”, “A primavera do Outono”, “Cantiga de Uma Greve de Verão” e “Morra Quem Não Tem Amores”.
Em 1977 foi editado o disco Os Malteses que inclui “Oh Beja, Terrível Beja”, uma evocação ao tempo em que cumpriu o serviço militar obrigatório naquela cidade. Vitorino foi também o produtor do disco Ó Rama Ó Que Linda Rama de Teresa Silva Carvalho, editado nesse ano.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

"...hê tava na barriga de minha mãe, já trabalhava no escalho..."















"Hê tava na barriga de minha mãe já trabalhava no escalho"
Estas são as palavras do Sr. João Penetra, Mestre Chocalheiro que desde muito cedo começou a fazer chocalhos. O amor pela arte foi tão grande que um dia decidiu começar a coleccionar estes artefactos. Certo é que a dedicação foi tal que hoje tem mais de 3 mil peças de colecção que foi adquirindo ao longo da sua vida, uns por troca outros por compra. Diz o Mestre João que se houver uma colecção igual à dele em qualquer parte do mundo, que a traga, que ele dá a sua colecção em troca. É com muito orgulho que nos mostra o seu feito, chegando mesmo a confidenciar-nos que "...gostava que o meu pai cá viesse para ver o que fiz...".
Conhecido pelo Museu do Chocalho, esta colecção visitável privada pode ser visitada, na Rua da Esperança na Vila de Alcáçovas. Vale a pena visitar. 

Obrigado Sr. João pelo seu legado. 
Fotos: Projecto Alcáçovas Outdoor Trails/2013