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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aclénia Pereira, bonequeira de Estremoz

Aclénia Risolete Capeto Pereira e Noronha


Aclénia nasceu às 21 horas do dia 26 de Fevereiro de 1927 na Freguesia de Santo André de Estremoz.
Frequentou a Escola com aproveitamento até ao 3º ano, tendo realizado todos os exames e frequências constantes do currículo. Não frequentou todavia o 4º ano.
Com as mãos sábias e experientes de Mestra Joana aprendeu o ponto de Arraiolos, a bordar, a recortar autênticas filigranas em papel e o deslumbramento da Arte Conventual. Por sua vez, Mestre Mariano, já consagrado pela sua luminosa participação na Exposição do Mundo Português, ocorrida nesse ano em Lisboa, soube-lhe transmitir no trabalho do barro informe, a destreza de mãos herdada da dinastia dos Alfacinhas a que ele próprio pertencia, bem como os gestos ancestrais das bonequeiras de oitocentos que na década de 30 do século passado, aprendera com ti Ana das Peles, com a supervisão do director, o escultor José Maria de Sá Lemos.
Com tais mestres e dotada de rara habilidade e fina sensibilidade, Aclénia aprendeu a dominar os materiais e a criar artefactos que nos deleitam o espírito.
Faleceu no dia 21 de Abril de 2012, com 85 anos.
OS BONECOS DE ACLÉNIA
Aclénia reproduziu as figuras que aprendera com Mestre Mariano: figuras que têm a ver com a realidade local, figuras intimistas que têm a ver com o quotidiano doméstico, figuras que são personagens da faina agro-pastoril das herdades alentejanas, figuras alegóricas e imagens religiosas.
Os bonecos de Aclénia são inconfundíveis, a meu ver pela ingenuidade e simplicidade dos traços do rosto, que com a sua rara sensibilidade feminina lhes soube transmitir.
Todos têm estampada na base a marca de identificação da barrista: “Tanagra”, manuscrita dentro de um rectângulo de 1 cm x 3 cm. Quase todos têm igualmente estampada na base a marca de identificação do local de produção: “ESTREMOZ / PORTUGAL”, em maiúsculas e em duas linhas, dentro de um rectângulo de 1 cm x 2,7 cm.

Informação retirada do blog do compadre Hernâni Matos: http://dotempodaoutrasenhora.blogspot.pt/


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