Pelas ruas da amargura...

Vagueando nestas ruas antigas, caminho absorto, lembrando-me vagamente de pessoas que conheci há muitos anos e tento-me recordar de seus nomes, mas é-me dificil ao fim de tanto tempo...
Com o decréscimo de natalidade e com a imigração, todo o interior de Portugal se despovoou.
Ficaram as ruas mais desertas, sem gentes para as percorrerem.
Já não há bandos de gaiatos a jogarem "á apanhada", já não há velhotas vestidas de negro-luto a espreitarem pelas nesgas das janelas e os vendedores, com os seus pregões, deixaram de se ouvir. As casas ficaram desocupadas e as andorinhas e os pardais fazem nelas os ninhos, á confiança, com a certeza de não serem incomodados.
E a cal que as branqueava começou a descaliçar, camada após camada, até que a taipa e o tijolo-burro das paredes se tornaram visiveis.
Assim nostálgico, vou tirando fotos ás portas, onde, calculo, tantas gerações passaram ao longo dos anos. Esta é a minha forma de prestar homenagem áqueles que ali viveram e, quem sabe, poder atrair visitantes a estas pequenas aldeias e vilas.
Cada visitante é um pequeno contributo, uma gota de água num oceano, mas como diziam os antigos: "Grão a grão enche a galinha o papo..."
O interior de Portugal tem perfeitas condições para se encher novamente de gente, pessoas que contribuirão inevitávelmente para o rejuvenescimento destas terras...  
   

Monte da Manisola (Alcáçovas)

Outrora pertencente á Herdade da Manisola, este monte em ruinas é o que resta da casa de habitação onde viveram muitas gerações de trabalhadores rurais. Encontra-se numa área privada, onde geralmente pasta gado bravo e a paisagem circundante é constituida por planicie de montado, com muitos sobreiros disseminados.

Restam as três figueiras, muito velhinhas, que todos os anos se carregam de figos e servem de abrigo á passarada das redondezas...

Perto, a Serra do Anel, onde a última população de Linces se extinguiu há cerca de 100 anos.

A Associação dos Amigos das Alcáçovas, através do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails, organiza frequentemente caminhadas por trilhos esquecidos, com a finalidade de contribuir para a divulgação deste Património Rural abandonado. Somos o único grupo pedestrianista a operar num vasto território que se estende desde a aldeia de Rio de Moinhos (Alcácer do Sal) a S. Bartolomeu do Outeiro, na Serra de Portel. 

S. Cristovão

S. Cristóvão é uma pequena aldeia do concelho de Montemor-o-Novo, próxima da Barragem de Pego do Altar e que tem percursos pedestres e de BTT dignos de serem percorridos.
Aventurei-me a fazer o percurso entre Casa Branca e S. Cristóvão, que tem apenas 15 Kms de Extensão e recomendo a todos os amantes da natureza, pois tive oportunidade de observar uma paisagem espectacular de Planície de Montado...
Para os compadres que gostam de BTT, experimentem fazer este percurso:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=7596842

Porto Covo

 Não comi nenhuma laranja na falésia, como nos diz a canção do Rui Veloso, mas adorei as pessoas, a aldeia, as praias e o ambiente.
Estava a tirar fotos numa loja de artesanato e os proprietários vieram ter comigo. Com uma enorme simpatia, contaram-me que são espanhóis, mas que se apaixonaram por esta parcela da costa alentejana e aqui se radicaram.
Apostaram em Portugal, nas nossas gentes, no nosso artesanato. Um exemplo a seguir....
Temos gente que manda os nossos jovens emigrar, mas o segredo do futuro está em desenvolver o nosso país.
Precisamos de gente com garra, com vontade de vencer, sem ter medo do amanhã...
Adorei Porto Covo...

Aqui estão os vossos compadres posando com o Toro Loco, na loja de artesanato " A Casinha".
 

Sr. Pereira, o Homem dos Sete Oficios.

A Barbearia do Sr. Pereira.

O Homem dos Sete Oficios...

Relógio da Igreja de Aguiar.

Em Aguiar, entrei por acaso no Barbearia do Sr. Pereira, paredes meias com a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, mesmo no centro desta aldeia a cerca de oito quilómetros de Viana do Alentejo...
Sentei-me na cadeira do barbeiro e ajeitei-me. Foi então que o Sr. Pereira começou a falar:
Contou-me que abriu o estabelecimento em 1964.
Já trabalhava noutra barbearia em Aguiar, mas a renda era cara. Como era muito amigo do padre, convenceu-o a deixá-lo construir naquele terreno anexo á Igreja, que na altura estava desocupado, a sua atual barbearia.
Com uma condição: Quando morrer, aquele espaço voltará a pertencer novamente á Igreja.
Como já era Sacristão e dava corda diariamente ao mecanismo do Relógio desta Igreja, o negócio foi fácil de concretizar e o acordo mantém-se até hoje...
Entretanto, o Sr. Pereira era também o Carteiro de Aguiar. Levava e trazia cartas e encomendas entre Viana do Alentejo e Aguiar. E como o negócio de Barbeiro e Carteiro não lhe ocupava o tempo todo, também se tornou Estafeta e Solicitador aproveitando os tempos livres.
E como tinha uma pequena courela,  também cultivava a terra, sempre que podia.
Bom, recapitulando: Barbeiro, Sacristão, Agricultor, Estafeta, Solicitador, Carteiro e Zelador de Relógios...
São Sete Oficios ou não?

Reconhecimento de trilhos em Aguiar

Os Guias Locais do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails em alegre convívio no Café-Snack Bar "O Sacristão"...

Com vista á preparação da Caminhada do III Almoço dos Ganhões, em Aguiar, a malta do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails andou no passado sábado a fazer reconhecimento de trilhos entre esta aldeia do concelho de Viana do Alentejo e o Monte da Casqueira.
A caminhada que estamos a preparar vai ser gratuita e está integrada no programa do III Almoço dos Ganhões, organizado pelo Grupo Cultural e Desportivo de Aguiar, a decorrer no dia 06SET.
Inscrições para o almoço são obrigatórias, pois existe a possibilidade de termos Lotação Esgotada.

Intervenientes neste reconhecimento: Nuno Grave, Álvaro Alonso, Soraia Muriel e João Mendes.
Fotos de Nuno Grave, Soraia Muriel e João Mendes.

Do Escoural a Casa Branca

Entardecer na Planicie Dourada. 

Velho Monte.

Não resisti á tentação de lá ir fotografar...

As Chaminés também morrem de pé...

Descendo a Serra de Monfurado...

Chaminés do Escoural... 

Esta é a maior chaminé que vi. Ou então a casa é muito pequena...

Santiago do Escoural é uma pequena vila no concelho de Montemor-o-Novo e está rodeada de trilhos muito interessantes para Pedestrianistas e Ciclistas, integrados nos percursos dos Sitios Protegidos de Cabrela e Monfurado.
Desta vez, peguei na minha BTT e fui explorar a zona compreendida entre Escoural e a  Estação de Casa Branca. Tive oportunidade de fotografar um monte abandonado mesmo ali á saída da Estação, com uma chaminé enorme, magnifica...
Também no centro da vila fui descobrir uma pequena casita sem janelas, mas com uma chaminé que faz inveja a muitas casas senhoriais...
Ainda subi a Serra de Monfurado, pela estrada que vai dar a S. Sebastião da Giesteira e posso dizer que valeu a pena este esforço, porque a paisagem lá em cima é espectacular...

Links úteis:  http://www.ciclovia.pt/ciclovias/4alentejo/2evora/montemor/mnescoural.html
                      http://www.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=7338836

Casa de Pasto "A Pipa" (Beja)

É um verdadeiro Museu Etnográfico, mas trata-se dum restaurante tipico no Centro de Beja.

E é um local perfeito para saborear um bom vinho, comer um belo petisco e estar com os amigos á mesa...

Por isso, compadres, a nossa sugestão de fim de semana: fazer uma visita a Beja e vir conhecer " A Pipa"...

Localização: Rua da Moeda, 8 – 7800-464 – Beja
Telefone: 284327043

Comadre Cegonha

As Cegonhas-brancas são aves aquáticas altas, de pescoço comprido, pernas longas e bico afilado vermelhos. A plumagem branca da cabeça, do pescoço e do corpo contrastam com as penas pretas das asas pontuadas por brilhos de cor púrpura e verde. Uma pequena mancha de pele preta e sem penas rodeia os olhos castanhos. Os dois sexos têm aparência semelhante, sendo os machos ligeiramente maiores.

É fácil reconhecer o som emitido pelas cegonhas – a sua característica forma de bater o bico, soa como o bater de dois paus grossos. É muito comum ver uma Cegonha-branca no seu ninho, mas também pode ser avistada em prados húmidos e campos agrícolas recentemente ceifados, onde procuram por alimento. Os ninhos de Cegonha-branca são muito grandes e construídos em locais altos com boa visão para a área circundante.

Como distinguir os juvenis dos adultos?Os juvenis têm bico cinzento e patas de um vermelho menos acentuado. São também mais acinzentados do que os seus pais, tipicamente brancos.

O que comem?As Cegonhas-brancas alimentam-se de roedores, minhocas, lagartas e todo o tipo de pequenos répteis e anfíbios.

Os ninhos das cegonhasAs cegonhas têm vindo a construir os seus ninhos em estruturas edificadas pelo Homem desde a Idade Média. Podem ser vistos em telhados, torres, chaminés, postes telefónicos, paredes, palheiros e torres de nidificação especialmente construídas para o efeito. As Cegonhas-brancas nidificam todos os anos no mesmo local, ou muito próximo deste. Os juvenis tentam sempre regressar aos mesmos locais onde nasceram – existem ninhos que são usados continuamente há séculos!

Por onde andam?Na maior parte dos países da Europa, podem ver-se cegonhas desde Março até ao final de Agosto, sendo o Inverno passado em África. Em Portugal esta espécie começa a chegar em Janeiro, iniciando a reprodução em Março. Alguns indivíduos permanecem no país durante o Inverno também.

A população de Cegonhas-brancas na EuropaNo último século, a população de Cegonhas-brancas na Europa tornou-se menor. A razão para tal é provavelmente uma combinação entre as alterações climáticas e a perda de habitats de zonas húmidas. Em Portugal a população de Cegonhas-brancas aumentou nos últimos anos.