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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Procurando o "Pulo do Lobo"
Há uns tempos, ouvindo alguns amigos falar muito bem do restaurante "Pulo do Lobo", decidi ir á procura desse tal sitio, onde pelos vistos, o pessoal dizia que se comia muitissimo bem. Então, meti-me ao caminho sem perguntar a ninguém onde era esse restaurante, porque, na minha ingenuidade, quase tinha a certeza de que só podia estar nas margens do Rio Guadiana, no local onde existe um tal estrangulamento que, segundo as lendas, o lobo poderia fácilmente saltar para a outra margem...
Saí de Beja, direcção Mértola. Até que encontrei a placa a indicar o "Pulo do Lobo". Virei aí e continuei a conduzir mais uns vinte quilómetros bem medidos. Passei a aldeia de Amendoeira da Serra, onde não vi vivalma... E mais á frente uns cinco ou seis quilómetros a estrada acabou, tive de fazer o resto do caminho a pé, sempre a descer, numa herdade privada.
Mas como tudo estava muito bem assinalado, nem hesitei. Tinha a certeza que estava no caminho certo para o tal restaurante...
Entretanto, o calor e a sede apertavam. E o apetite também...
E nada de restaurantes ali perto.
"-Mau", pensei eu, "João Mendes, tu perdeste-te e agora vais comer bolota, bem feito!..."
Decidi regressar ao carro e á aldeia. No caminho, encontrei um pastor e perguntei-lhe pelo restaurante. O bom homem, olhando para mim como se eu fosse lunático, respondeu-me que só em Mértola...
E assim foi: fui matar a fome que me assolava as entranhas a esta encantadora vila.
Á noite, quando finalmente cheguei a Beja, telefonei logo a um dos amigos que estava sempre a falar das jantaradas no "Pulo do Lobo":
"-Eh pá, fui hoje á procura do restaurante que estás sempre a falar e não o encontrei..."
"-Qual? O Pulo do Lobo?"- perguntou-me ele.
"-Sim, o Pulo do Lobo. Onde fica?"
"-Ora, 'tás farto de lá passar. É mesmo ao pé das Piscinas de Beja!..."
Nota- Juro pelas alminhas que esta história é verdadeira e que aconteceu mesmo...
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