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sábado, 12 de março de 2016

Uniformes militares do Conde Lippe






OS UNIFORMES DO CONDE LIPPE
A partir da chegada do Conde de Lippe a Portugal, uma das tarefas principais foi a de organizar o exército, que na época não passava de grupos mal organizados e comandados por nobres que pouco ou nada sabiam do assunto.
Uma das medidas que tomou entre outras foi o de uniformizar as fardas por armas. Fica aqui de seguida um pouco da história dos uniformes propostos pelo Conde.
Foi no início de 1764, que o Conde Lippe (Frederico Guilherme Ernesto, Conde Reinante de Schaumbourg Lippe, Marechal General dos Exércitos de Portugal e Field-Marshal dos Exércitos da Grã-Bretanha), executou uma das suas obras mais importantes, no que diz respeito aos uniformes do Exército. Trata-se da primeira regulamentação sobre fardamentos e que iria durar, com poucas alterações, até ao ano de 1806. Por força do Alvará de 24 de Março de 1764, Lippe regulamentou, finalmente, o uso dos uniformes para o Exército e Marinha, dando-lhes um aspecto igual, por Armas (infantaria, cavalaria, etc.) ou seja o mesmo feitio, sendo os regimentos distinguidos uns dos outros pelas cores das golas, bandas, canhões das mangas, forros, calções e véstias. O Exército do Reino fardaria todo de azul ferrete com excepção para os tambores e pífanos. A Marinha de verde.
No Alvará de 24 de Março de 1764 pode destacar-se, a esse respeito, o seguinte:
CHAPÉUS
"Enquanto eu não tomar resolução sobre a dúvida de ser mais conveniente às minhas tropas o uso de cascos ou barretes, mando, que dos sobreditos três armazéns gerais se forneça a cada, um chapéu cada ano com um topo negro e com cordões que cruzem por fora a copa do chapéu, debaixo de um botão de metal. O botão que ordinariamente se coloca no lado esquerdo da aba do chapéu, será também de metal e o forro de pano de linho de cor preta."(…)
CASACAS, CALÇÕES E VÉSTIAS
"Para as casacas e calções de setecentas e setenta e duas praças dos soldados e oficiais inferiores de cada regimento de infantaria se entregarão a seus devido tempo, dois mil e oitocentos côvados e uma terça de pano azul, à razão de três côvados e duas terças para cada. Para as véstias se entregarão mil cento e cinquenta côvados de pano, à razão de côvado e meio para cada um. Para as divisas, se entregarão duzentos e cinquenta e sete côvados e uma terça, à razão de uma terça para cada farda. Para as dezassete casacas e calções do tambor-mor, tambor e pífanos se entregarão sessenta e oito côvados de pano, à razão de quatro côvados para cada um. E para as véstias se entregarão vinte e cinco côvados e meio de pano, à razão de côvado e meio para cada um."(…)
"Para os forros de setecentas e oitenta e nove casacas, se entregarão três mil quinhentos e cinquenta côvados e meio de serafina, à razão de quatro côvados e meio por cada farda. E para forros das véstias e calções se entregarão dois mil setecentas e uma varas e meia de estopa ou aniagem, à razão de três varas e meia para cada farda."(…)
"Ao mesmo tempo que se entregarem os referidos géneros, serão os mesmos providos de dois calções brancos cada, entregando-se ao comandante duas mil trezentas e sessenta e sete varas dos ditos panos brancos, à razão de uma vara e meia para cada calção."(…)
BOTÕES
"Os botões, que devem ser fornecidos para os sobreditos uniformes, não serão de casquinha, nem de estanho, mas sim de metal duro, chatos e fundidos de modo que os pés deles sejam sempre seguros, formando um anel, pelo qual se possa passar, sem impedimento, um cordão, que os segure a todos juntamente para que possam durar, não só os dois anos que tem por termo o grande fardamento, mas até mudarem de um uniforme vencido para o outro que se seguir, se necessário. Por cada casaca distribuem-se três dúzias de botões, para as véstias e calções duas dúzias."(…)
GRAVATAS
"De linho, sendo umas tintas preto e outras de encarnado, que sejam largas com um dedo de dobra para a parte de dentro, de modo que nelas se possa meter um forro de papelão."(…)
CAMISAS
"De linho"(…)
MEIAS
" De fio dobrado de linho."(…)
POLAINAS
" De brim tintas de negro e a cada par corresponde o fornecimento de duas dúzias de botões de metal, fundidos e passados pelos anéis com cordões de linho."(…)
SAPATOS
"Enquanto eu não resolver do mesmo modo a outra dúvida que é saber se é mais útil ou não ao meu serviço e mais cómodo para os soldados o uso de botinas, ordeno que no principio de cada semestre se forneça, um par de sapatos para cada um e que no fim dos três meses se forneça um par de solas com os seus competentes tacões, sendo isto tudo cortado por bitolas certas."(…)
PENTES
" De matéria que vulgarmente se chama tartaruga do Alentejo, o qual sirva, de uma parte para limpar a cabeça e da outra para concertar o cabelo."(…)
FITA PARA ATAR O CABELO
" Negra de lã, com dois dedos de largura e seis varas de comprimento"(…)
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