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domingo, 25 de setembro de 2016
Vimieiro
O Vimieiro é uma freguesia portuguesa do concelho de Arraiolos, com 252,47 km² de área e 1.600 habitantes (2001). Densidade: 6,3 hab/km². Constituída pelas povoações de Bardeira, Venda do Duque e a vila de Vimieiro.
Foi sede de concelho entre 1257 e 1855. São conhecidos dois forais, o primeiro atribuído por D. Martinho Peres, bispo de Évora, em 1257 e o segundo por D. Manuel I, rei de Portugal, em 1512. Era constituído, em 1801, pelas freguesias da vila e de Santa Justa. Tinha então 1.819 habitantes e 266 km². Em 1849 era constituído apenas pela freguesia da sede.
O Vimieiro detém a categoria de Vila.
Sitio aberto, de vastos horizontes, situado numa encruzilhada de caminhos importantes e estratégicos desde a Pré-história.
Terra plurifacetada prenhe de influências, viu, e certamente sentiu, em tempos de transumância passar maiorais serranos do centro de Portugal, na demanda de suculentas pastagens e invernos menos rigorosos, ali, para os lados dos campos de Ourique. Estas enormes caravanas de gentes e animais utilizavam um trajecto, nem sempre pacífico, a pé, através da chamada Canada Real. Após travessia do Tejo, em Vila Velha de Ródão, percorriam os campos de Nisa e Alpalhão até Fronteira, onde se bifurcava a rota. Uns seguiam por oeste, outros para este, voltando a encontrar-se no Monte da Estrada (Vimieiro). Daí rumavam para Venda do Duque, Vale do Pereiro e campos de Évora, prosseguindo até Ourique. O regresso, já com o Verão à porta, processava-se pelo mesmo itinerário.
O seu topónimo, Vimieiro (Lat. vimenaria), gerou controvérsia, mas, recentemente, afastou-se a hipótese de terras de vimes, dada a secura da área, a não utilização de vimes na empa da vinha, nem de pipas e tonéis, mas talhas de barro no fabrico do vinho. Resta, portanto, a colonização interna no sec. XIII por gente do Norte, provinda de localidade homónima do norte de Portugal.
Tem presença humana assinalável desde o Neolítico, sobretudo, no eixo da ribeira de Tera que abrange a linha Vimieiro / Pavia. É uma zona de profusão de povoados, monumentos funerários megalíticos (antas), alinhamentos e menhires. De assinalar a Anta dos Prates, Claros Montes, Caeira, Camaroeira e Bardeira.
A presença Romana é um facto notório, pois aqui passa uma ligação à grã Via Olisipo / Emérita Augusta, restando ainda de pé a Ponte da Frausta, a Ponte do Freixo e vários pedaços empedrados dessa via. O topónimo Fonte Santa, pressupõe uma fonte com virtudes medicinais e divinas do tempo Romano. O topónimo Tourega tem importância arqueológica, ainda de origem Pré Romana, bem como o Vale da Pinta cujo termo arcaico de “Pinta” provem do Latino “Picta”. Este topónimo, aproxima-se dos nortenhos Pala de Pito, Pala Pinta, em que “Pala” era sinónimo de anta, o que ajuda também na toponímia da vila.
A conquista da Península Ibérica pelos muçulmanos, trouxe novas gentes à região. São berberes, islamizados, mas não arabizados, que são relegados para as zonas mais pobres e marginais como a do lugar de Vimieiro. ABD-Al-Rahman, ibn Marwan Al-Jilliqii, líder berbere incontestado, une interesses locais e berberes e ganha posição em relação a Córdova, que acaba por lhe reconhecer a posse de “Bataliyaws”, (Badajoz). Daqui resulta mais tarde o poderoso reino de Badajoz, já no período Taifa, no qual a nossa terra estava incluída.
Fonte: http://terrasdeportugal.wikidot.com/vimieiro-arraiolos
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