Páginas

terça-feira, 31 de julho de 2018

Fotografando por aí...









Os participantes nas caminhadas do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails são sempre incentivados a fotografar todo este imenso Museu natural e rural que nos rodeia.
Nas nossas caminhadas, o visitante é convidado a desfrutar da paisagem, a cheirar o poejo, a hortelã e o alecrim, a molhar os pés na ribeira, a observar o ninho da cegonha e o voar majestoso do milhafre e a provar os sabores gastronómicos do Alentejo.
Está á espera de quê para vir caminhar com amigos no melhor Alentejo do Mundo ? ? ?
O seu sofá não vai gostar mesmo nada desta ideia...

Contacto para caminhadas e passeios: trilhosalentejanos@hotmail.com
Fotos da autoria do nosso compadre Nuno Grave.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Á espera do autocarro da CP












Casa Branca é a Estação Interface entre os comboios na Linha do Alentejo, que liga as cidades alentejanas de Beja e Évora a Lisboa ( e vice-versa).
Supostamente, as ligações seriam feitas de comboio, mas ultimamente, a CP tem substituído muitas vezes a automotora de Beja por uma ligação de autocarro, que nunca cumpre horários e leva uma eternidade a chegar ao destino.
Depois do Intercidades me deixar em Casa Branca, fiquei a aguardar a ligação para Beja, que se prolongou por mais de uma hora, neste simpático e importante lugarejo.
Felizmente, tinha a minha máquina fotográfica operacional e aproveitei para fotografar a Estação de Casa Branca...
Agradeço á CP o mau serviço prestado e a oportunidade que me proporcionou para fotografar estas suas magnificas instalações...
O Melhor Alentejo do Mundo??? 

domingo, 29 de julho de 2018

Torre do Relógio ( Mértola)





Torre do Relógio - Mértola
Construída nos finais do século XVI, princípio do século seguinte, começou, provavelmente, a funcionar em 1593, data inscrita no sino. 
A escadaria que leva ao cais é dos anos vinte do século passado, tendo a sua construção sido custeada pela empresa Mason & Barry que explorava os filões de S. Domingos.

Esta edificação foi erguida na proximidade de um conjunto de construções representativas do poder político, administrativo, judicial e económico e reaproveitando um antigo torreão da muralha, passou a marcar o limite da Praça do Município e a assumir-se como um dos elementos emblemáticos de Mértola. 
Em 1896 o relógio primitivo é substituído por outro mais recente que vai continuar a marca o tempo da Vila Velha até aos nossos dias.
Texto retirado da Wikipédia.

sábado, 28 de julho de 2018

Histórias de contrabandistas...













Todos os Percursos de Roda Pé da ADCMoura (“a caminhar” desde 2001) são especiais. Mas há uns mais especiais que outros. Como os dedicados ao contrabando. 
Com a partida dos últimos contrabandistas, ficaram as suas histórias de vida com aqueles que tiveram o privilégio de os acompanhar, até 2008, nessa rota da memória entre Amareleja e Valência del Mombuey. São essas histórias que recuperamos aqui, protagonizadas por Carlos Mateus e Francisco Vasques, dois dos mais insignes contrabandistas desta zona raiana.
Nos tempos das ditaduras de Franco e Salazar, Valência del Mombuey era apenas uma das etapas do trajecto percorrido em terras espanholas pelos que, em Amareleja, se dedicavam à prática do contrabando. Os locais de destino, para esses muitos que arriscavam a vida a transportar produtos que escasseavam do outro lado da fronteira, podiam ser Oliva de la Frontera, Jerez de los Caballeros ou então Burguillos, o fim da linha, numa distância de sessenta quilómetros. O mesmo é dizer, pela calada de três noites ou dezanove horas de marcha em ritmo acelerado.
Quando as patrulhas de guardas-fiscais ou de carabineiros lhes adivinhavam os planos e saíam ao caminho, de duas, uma: ou abandonavam a mercadoria ali mesmo para tornar mais fácil a fuga ou eram capturados, sem apelo nem agravo.
Nascido em 1927, Carlos Mateus foi dos que não se livraram dessa desdita, ficando encarcerado em Oliva de la Frontera durante vinte e nove dias, e logo no seu tirocínio de contrabandista, com catorze anos acabados de fazer. E o padecimento e as picadas dos piolhos teriam continuado se ao trigésimo dia não ousasse uma forma de escapar do cativeiro, forçando a fechadura da cela com uma vulgar colher! A partir daí ficou “vacinado” para os muitos anos em que teve de enfrentar os perigos dessa actividade clandestina, e não mais as patrulhas lhe puseram as mãos em cima.
Para além de reputado contrabandista, era conhecido por outras ousadias, como a de saltar a partir de pontes, como a que cruza o Ardila, ligando Safara e Amareleja. Da última vez que tentou, acabou inanimado no fundo do rio. Tiveram de o ir buscar e conduzir ao hospital. Acabaram-se as actividades radicais, mas a “fibra” ficou intacta e a auréola de herói ainda mais reforçada.
Um dia mostrou uma fotografia sua, tirada quando tinha cerca de quarenta anos e usava fartas barbas até ao peito, e não é que parecia mesmo o Rasputine…de Amareleja!
No dia 9 de Abril de 2005, quando anunciou, em plena caminhada, a sua despedida como guia da Rota do Contrabando, contava 78 anos. Mestre Carlos Mateus acabaria por falecer em Novembro desse mesmo ano e é com muita saudade que o recordamos.
Já Francisco Vasques, mais novo, que não viveu o período da Guerra Civil Espanhola, recorda outras peripécias, como esta: “Tive seis motorizadas. Uma delas era uma Zundapp de cinco velocidades, que era uma máquina e que eu utilizava no contrabando, já em tempos mais recentes. Certo dia, empinou-se-me num cabeço, deu umas poucas de voltas e o resultado foi partir-se a loiça toda que trazia. Era quase toda pírex.”
Nascido em 1937, desde rapaz se lembra de usar uma boina basca, a sua imagem de marca, a condizer com o exercício dessa actividade clandestina, que o fazia andar ao frio e à chuva, permanentemente com o credo na boca.
Começou bem cedo, com um colega de ofício, a trazer e a levar mercadorias de e para Espanha, como saída para a falta de trabalho que então se fazia sentir; no fundo, para tentar remediar a vida. Nessa época, na década de 50 do século passado, vendia café aos espanhóis e trazia de Espanha toucinho, “baixinho e amarelo”, com que abastecia os comércios de Moura. Depois veio a fase do bacalhau e do pírex. 
A partir de Espanha ou já em Portugal, próximo da fronteira, onde os espanhóis os escondiam atrás de azinheiras, carregou fardos e fardos do “fiel amigo”, uma iguaria nessa altura, que se destinava a vários restaurantes de Beja, tal como a loiça. Para o café do Luís da Rocha, em Beja, chegou a trazer três mil copos de uma só vez.
No princípio carregava estas e outras mercadorias às costas ou com a ajuda de burros, cujos cascos eram envoltos em sacas de serapilheira, quando deixavam os caminhos de terra e entravam em estradas de alcatrão, para não alertar os guardas. Aliás, os burros também eram contrabandeados, acabando nos talhos espanhóis. 
Mais recentemente, por alturas do 25 de Abril de 74, utilizava motorizadas nas suas andanças, correndo localidades e montes, chegando a deslocar-se a Pegões para deixar bombazina, que vendia como veludo.
Após aquela data, o negócio tornou-se menos atractivo devido à subida do valor da peseta. Apesar dos perigos que teve de enfrentar, nunca chegou a ser preso pela guarda-fiscal, embora lhe fosse retirada, em algumas vezes, a mercadoria que trazia consigo. Lembra sobretudo um guarda, que era de Santa Comba Dão, a terra de Salazar, que nunca lhe perdoava. Mas como não tinha emenda e a necessidade falava mais alto, Francisco Vasques voltava na noite seguinte para recuperar o prejuízo.
Entretanto desaparecido, é com igual saudade que o recordamos.
Fonte e Fotos da Pág. ADCMoura

sexta-feira, 27 de julho de 2018

O maior avião do mundo aterrou em Beja...












Também fui ver a chegada ao AEROPORTO DE "BEJA", do avião A380, o maior avião de transporte de passageiros do mundo. 
Até há uns dias atrás, tudo o que era especialista na matéria e pseudo jornalistas afirmaram que esta aeronave não podia aterrar em Portugal ..
 Afinal pode !...
 A Base Aérea nº11, situada em "BEJA" e a funcionar há mais de 50 anos, onde pousou o A380 e ainda sobrou metade da pista, já recebeu os maiores aviões do mundo em toda a sua história! 
Aliás, a população desta cidade sempre esteve habituada aos exercícios militares. Não é novidade aterrar um avião. 
Se Beja é alternativa ao esgotado aeroporto de Lisboa? É claro que é, está feito e custou quase zero aos contribuintes. 
Acabem a autoestrada que deixaram a meio, electrifiquem a linha de caminho de ferro e vão ver que é verdade 😉

Texto e fotos da autoria do nosso compadre Ricardo Zambujo...


quinta-feira, 26 de julho de 2018

Tempos de Contrabando...







O contrabando marca o património e a memória do povo raiano. O Alentejo não é exceção.
Muitos são os relatos e testemunhos de quem praticou o contrabando; muitas histórias do contrabando “alimentaram-se” da heroicidade dos seus protagonistas e, por isso, foram celebradas pelo imaginário popular, por poetas, escritores, lendas, efabulação e até alguns artigos, investigações e intenções políticas locais…
Documentos antigos confirmam a existência secular do contrabando, passagem clandestina de bens e mercadorias entre dois países, para evitar o pagamento de taxas alfandegárias, mas foi entre 1935 e 1960, nas zonas fronteiriças de Campo Maior, Elvas, Sobral da Adiça e Santana de Cambas que o contrabando irrompeu em larga escala.
A MISÉRIA
A pobreza e o desemprego que afligiam portugueses e espanhóis foram decisivos para o envolvimento de multidões de desfavorecidos no contrabando. Foi a miséria no Alentejo e a Guerra Civil espanhola que despoletaram um intenso vaivém dos dois lados da fronteira, em busca da sobrevivência. Café e ovos eram algumas das mercadorias levadas para Espanha enquanto a bombazina era trazida para Portugal. Indivíduos de todas as idades contrabandeavam para sobreviverem.
A GUARDA
A Guarda-Fiscal e os carabineiros eram a outra face da mesma moeda. Procedendo a constantes perseguições, prisões e até a mortes, zelavam para que os Estados taxassem as mercadorias. Mas sem o transporte ilegal de bens teriam a profissão ameaçada. Uns não existiam sem os outros… por isso, também se testemunharam atuações mais humanas por parte de alguns elementos policiais. Até houve contrabandistas que viraram guardas… e guardas que se tornaram contrabandistas!
OS RISCOS
Contrabandear significava correr grandes riscos. O afogamento, na travessia de rios e ribeiras, durante o transporte nocturno em noites e madrugadas invernosas de chuva e frio, aconteceu. Também havia o risco de ser preso. E havia os tiros, por vezes certeiros. E havia a traição dos ameseiros, os denunciantes.
Os riscos corridos eram o preço do desespero; mas também da audácia.
A AUDÁCIA
A audácia, a ousadia foi, sem dúvida, o motor fundamental do contrabando. Muitos arriscaram-se sozinhos, a maioria organizou-se em grupos. A organização do contrabando passava por pactos de segredo e solidariedade que contribuíam para desenvolver localmente com comércios e estatutos sociais.
Fonte: http://itinerante.pt/os-cinco-pilares-do-contrabando-no-al…/
Pela criação de algum património e pelo seu papel, muitas vezes de subsistência, na mitigação da fome , que nas primeiras décadas do Sec. XX grassava no Alentejo, é da mais elementar justiça que aqui se recorde aqui esses tempos...


Texto copiado do grupo do Facebook: 
https://www.facebook.com/groups/imagensdoalentejo/permalink/10156674373105757/