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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Alentejo e a sua grandeza


 A minha grande homenagem

Aos mineiros de Aljustrel
Homens de grande coragem
Que com o perigo interagem
E assim honram seu papel
Explorando cobre e zinco
Em galerias traiçoeiras
Eles trabalham com afinco
E é por isso que eu vinco
Seu papel de toupeiras
Homens de grande valor
E grande admiração
Que fazem da sua dor
A razão do seu labor
Prá'ssim ganharem o pão
Nas profundezas da terra
Onde só há escuridão
Muitos perigos os esperam
E por isso eles veneram
Pedindo a Deus proteção
São expostos à humidade
Mas também muita poeira
Um trabalho na verdade
Em que só a necessidade
Obriga a tanta canseira
Põem sua vida em perigo
Sua saúde também
Pois grande é o seu castigo
Lutar contra um inimigo
Que não respeita ninguém
Muitos riscos enfrentando
Pois tudo pode acontecer
Por vezes ficam rezando
E a Deus implorando
P'ra que os possa proteger
São filhos pais e irmãos
Que juntos vão trabalhando
Estes bravos cidadãos
Calejando suas mãos
Assim se sacrificando
A terra vão desventrando
Para extrair o metal
Muito pouco vão ganhando
E a vida vão encurtando
Naquele trabalho infernal
Expostos ao sofrimento
E aos perigos da profissão
Passando grande tormento
Vão aceitando o momento
Sem grande lamentação
Pessoas de grande humildade
E de boa convivência
Tudo gente de verdade
Sem mania nem vaidade
E de humilde aparência
P'ra ganharem seu sustento
Das tripas fazem coração
Sem que se ouça um lamento
Apesar do sofrimento
Que custa ganhar o pão
Sozinhos nas profundezas
Sem ter qualquer alegria
Grandes são suas tristezas
Rodeados de incertezas
E sem ver a luz do dia
Sua alma fica escura
O coração apertado
Até chegar a altura
De sair da supultura
Por o turno ter acabado
Já estão habituados
A sentir na boca o fel
Toda a vida explorados
E muito sacrificados
São os mineiros de Aljustrel
AUTOR: António Correia Ramos






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