Sra Guilhermina da Taberna Maravilha
Fiquei a saber que aqui no Torrão existe outro "ganda maluco" de seu nome Vitor qualquer coisa, que detém vários recordes em cima da bicicleta, de entre eles 92 horas seguidas a pedalar, ou ainda o recorde de quilómetros percorridos em cima de rolos.
Como tempo para pensar é coisa que não me falta, dou comigo a reviver uma figura ciclista do meu imaginário, falo-vos do ourives em bicicleta. Esta figura aparecia de tempos a tempos em tudo o que é monte, vila ou aldeia vendendo os seus produtos que transportava na sua inseparável caixa metálica pintada num verde "espirito santo" colocada no suporte traseiro do seu veículo.
Estes Globetrotters faziam deste modo de vida o seu negócio e para além dos brincos, anéis, alianças, fios, pulseiras e demais áureos artefactos também vendiam relógios de pulso e muitas das vezes óculos de ver ao perto, como os que a min ha avó Chica usava para fazer meia. Como me recordei deles aqui fica a minha homenagem a estes fantásticos aventureiros da mala verde. ( Se alguém possuir uma foto destes profissionais gostaria de aqui a publicar).
Com esta conversa chego a Alcáçovas, como a minha água estava no fim vá de reabastecer numa casa simpática mesmo em frente à Rotunda do Chocalho e que dá pelo nome de Café Maravilha.
Entro neste espaço minúsculo e reparo que para além dos produtos habituais também vende facas e botas. E uma casa que vende vinho, facas e botas e que ainda por cima tem uma proprietária anafadinha e simpática e que se chama Guilhermina; para mim, estou em casa. Se fosse hora de almoço de certeza que ali teria abancado, até porque a conversa já metia sopas de peixa, açorda e outras iguarias.
Aqui fica a foto com a senhora Guilhermina, proprietária desse local de culto que dá pelo nome de "Taberna Maravilha" mas que no toldo tem escrito Café Maravilha. É favor corrigir este erro grosseiro. É que cafés há cada vez mais e tabernas desta índole já se contam pelos dedos, especialmente cheirando a lexivia pela manhã.
Pelo aspecto chamo de novo a atenção, depois das apresentações, de onde venho para onde vou, peço ao António Gaspar (um dos convivas presentes) para sacar a foto que hei-de aqui colocar, outro conviva junta-se à conversa e quando lhe pergunto o nome este diz: Jerónimo Grosso Sim Sim, era a cereja no topo deste bolo de surpresas que dá pelo nome de Alentejo, ou seja altura de partir e remoer nestas conjecturas alentejanais.
Depois foi pedalar até Santiago do Escoural e na viragem à direita a primeira surpresa do dia, tive que galgar a Serra do Escoural, coisa que não me apetecia nada, mas depois de muitos impropérios pelo caminho, muitas dores lombares e musculares lá consegui ultrapassar a maldita serra que me conduziu ao cruzamento que me haveria de levar a Arraiolos.
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