quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Canoagem na Barragem de Odivelas









Numa das melhores barragens do Alentejo:
Estava um Silêncio assustador ... um Silêncio mais silencioso que o normal.
- As águas estavam mais calmas que o normal.
- Os peixes estavam estranhos, com a boca aberta à superfície.
- As aves em maior número que o normal, pintavam o céu coberto de nuvens.
- As garças cinzentas soltavam uns guinchos, que mais parecia um Kiai japonês.
- Os bandos esvoaçavam e produziam um som estridente ao voarem todos ao mesmo tempo com as suas asas a baterem na água. E estavam teimosos, de uma teimosia estranha e anormal ... voavam e voltavam ao mesmo local quando a pagaia parava, como que reclamando a posse do território e chamando-me intruso :)






Canoagem em águas calmas, numa reserva natural de aves ... torna-se uma boa forma de "dar um mergulho de natureza" e um excelente momento de Espaço, Tempo e Silêncio.

Observar uma paisagem de cima para baixo é muito diferente de observar a mesma paisagem de baixo para cima, porque quando a observamos de baixo para cima tornamo-nos partcipantes dela.




Copiado do Blogue: https://espaco-tempo-silencio.blogspot.pt/

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Grupo Repechin visita Alcáçovas (25NOV17)











25NOV17- Os guias locais do Proj. Alcáçovas Outdoor Trails organizaram mais uma caminhada/passeio cultural para os nossos amigos e amigas do Grupo Senderista "Repechin" (Badajoz).
Nesta actividade pudemos mostrar a imensa riqueza natural, patrimonial e gastronómica de Alcáçovas, ficando desde já prometida uma actividade semelhante em Viana do Alentejo...


O Projeto Alcáçovas Outdoor Trails tem a finalidade de, por diversas formas, como caminhadas, passeios culturais ou outros eventos, conseguir atrair visitantes ás localidades do concelho de Viana do Alentejo ( e arredores), de forma a impulsionar o comércio local destas pequenas vilas e aldeias.
Como não acreditamos em projetos megalómanos e que descaracterizam as regiões em que estão implantados, tentamos assim criar uma dinâmica de eco-turismo, valorizando desta forma não agressiva o interior do Alentejo Central...
E procuramos parceiros comerciais que acreditem e apoiem o nosso propósito.


Grupos pedestrianistas serão sempre bem vindos ao nosso concelho...
Venham conhecer um dos melhores Alentejos do Mundo... !...

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Bolo de Café e Mel

Bolo de Café e Mel


Ingredientes
para 10 pessoas
3 ovos grandes ou 4 médios
160g de açúcar
125 ml de mel
80 ml de azeite
200 ml de café forte, morno
Canela em pó
370g de farinha de trigo fina com fermento
Confecção

1. Parta os ovos e separe as gemas das claras.
Junte o açúcar às gemas e bata até que fique uma gemada.
2. Enquanto bate, junte aos poucos o azeite, o mel, 1 colher de chá de canela em pó e a farinha alternada com o café.
Bata muito bem até que a massa comece a fazer bolhas.
3. Bata as claras em castelo bem firmes.
Envolva as claras com a massa.
4. Coloque a massa numa forma com buraco, previamente untada com manteiga e polvilhada com farinha.
Leve ao forno pré-aquecido nos 180º e deixe cozer durante 35 minutos.
Antes de retirar o bolo do forno, verifique com um palito se está cozido. Sirva o Bolo de Café e Mel à temperatura ambiente.

(Receita e foto copiadas aleatoriamente na Internet. desconhecemos o autor)



segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Laura


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. 
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem por que ama, nem o que é amar...
Alberto Caeiro

Às vezes Laura acordava com a sensação estranha e maravilhosa de que a manhã nascera para ela. Que, rebentando as frinchas das janelas, os intervalos do postigo e as dobras dos cortinados de renda vinha ansiosa, lamber-lhe o rosto, a manhã. "Sou tua" parecia dizer-lhe. "Toma-me e expande-me, transforma-me em dia claro, em invólucro da Terra."
Laura voltava a fechar os olhos e deixava-se usufruir um pouco mais, só um tudo ou nada, da languidez boa de se sentir amada, tocada de novo pela luz conhecida e perfeita da manhã.

  Janela aberta, portas em abraços para fora, Laura sorvia com cada poro, cada tira de pele o ar da manhã na terra. Que cheira a urze. A palha seca. A estrume. A dentes de leão e alfazemas. Cheira a roupa batida nas pedras da ribeira e a corar ao sol dos quintais. Cheira à canela e ao mel que se derretem por dentro dos bolos no forno de pedra na padaria.

  Cheira também a barro, namoro da terra com a água da chuva. E tem sabor. Sabor da poeira que se eleva dos caminhos, do ar metálico antes de soar o primeiro trovão ou dos restos de cinzas brancas do lar que se levantam e povoam os corpos, as línguas, fazendo lembrar que um dia, já foram brasa.

  Sentia Laura que a manhã lhe falava. Que lhe contava dos que foram e dos que estavam para chegar. De quem seriam os reis do baile da sociedade esse ano e da chegada do míldio à vinha do Monte Novo. Dos dias que se seguiriam e se mostravam inteiros aos olhos e aos ouvidos atentos de Laura que tantos já diziam ser virtuosa.
Sem compromissos reais com a Terra, Laura assumira no entanto uma ligação eterna, matrimónio indestrutível com o ar da manhã. Desde gaiata que ao levantar,punha um dedito no ar, fechava os olhos e tentava adivinhar a direcção do ar da manhã, o lado de onde viriam as novidades, o seguimento do dia pelo que conseguia ver primeiro dele com os olhos do coração.

  Ah o peito, o peito! Pudesse Laura expandir-se como os caminhos da Terra, lonjuras inexequíveis para os que sobre ela não caminham, seria pelo peito que a sua estrada começaria. Para Laura tudo era novo ou regenerado como os dias.No peito de Laura vivia Amor como vivia a luz da manhã, o ar fresco do orvalho e os tons dourados, roxos, vermelhos com que o seu mundo se erguia. Começar de novo. Ser nova todos os dias e os dias todos. 

  Acorriam a Laura todos os que de uma forma ou outra já tinham desistido. Ou de quem já todos haviam desistido. Começar, recomeçar. Tombar, levantar. Pedras, rochas, solos rugosos e secos a fazerem-se terra fértil, veios de vida com um nadinha de manhã sobre eles. Era tudo quanto bastava. E era o ar da manhã que os curava, dizia Laura. Ela própria um episódio confuso do Tempo que não sabia mais modo nenhum de lhe chegar, de a prostrar.

  Laura dava. E do dar, recebia e era abundante como a primavera e o sol da manhã. Também caía chuva. Muitas e muitas vezes colava-se o avental de Laura ao seu corpo perfeito, glorificando as suas formas, e ela sorria, satisfeita, dando graças pelo choro Divino que lhe permitia lavar, semear, colher, crescer, ser mais Laura. Outra vez começar, com as manhãs. Ser luz com elas. 

  Quarenta ciclos de doze meses de manhãs novas, mãos dadas, esperança orgulhosamente pendurada ao peito, morreram numa noite cerrada de um Inverno gelado. Não havia  estrelas, a lua escondera-se sob o nevoeiro cerrado e o corpo perfeito de Laura, cobrindo o espaço da cama, parecia ter o peito mais largo, os ombros expandidos, os ossos alargados, as narinas desesperadamente abertas. 

  Choraram por Laura na terra. Sabiam que a sua manhã não chegara e que nenhuma mais teria a luz que ela lhes emprestava. Calou-se pois o povo. Enviuvara a manhã.


Copiado do blogue da nossa comadre Ana Terra: http://aterradaana.blogspot.pt/

domingo, 26 de novembro de 2017

Revista Passear.com nº 65 (Versão Gratuita)


Depois dos incêndios, o que fazer?
Os incêndios que ocorreram, um pouco por todo o pais neste ano de 2017 são uma desgraça para as populações locais mas, também, para as empresas de animação turística que ficaram sem território para desenvolverem as suas atividades.
Numa conferência sobre Outdoor que decorreu em Ribeira D'Ilhas (Ericeira) ouvi, com agrado e alguma surpresa, um dos palestrantes Marques Vidal, atual presidente da APECATE que entre outros assuntos, defende que cabe aos interessados (leia-se empresas de Animação Turística) proteger, cuidar e preservar uma das “matérias primas” do negócio, a Natureza! Cabe, à sociedade civil avançar com ideias e soluções e pressionar as autoridades, não ficando à espera que o Estado resolva tudo por nós!
A APECATE está a preparar para o dia 12 de Dezembro, um almoço debate solidário sobre Turismo e os Novos Desafios. Conscientes do grave revés que as empresas sofreram esta associação acredita que “...todas estas contrariedades não nos vão deixar ficar parados, esta é a oportunidade de voltar a discutir qual o ordenamento que necessitamos, qual a organização do turismo que desejamos, qual é o turismo a que todos aspiramos, qual é o contributo de cada um e da APECATE, para a reorganização. Não vamos somente conversar, vamos discutir soluções desde às micro às macro, questionando a sua exequibilidade e qual a responsabilidade de cada um...”


Para visualizar esta versão gratuita clique no link: 
http://passear.com/PassearVG/Passear65VG/index.html


sábado, 25 de novembro de 2017

Sopas de Cavalo Cansado



Na época das carruagens, nas aldeias de Portugal, quando nas pousadas não havia cavalos descansados ​​para substituir e continuar a viagem, davam estas sopas com vinho e açúcar para os animais, que os deixavam refrescados e cheios de energia.
A sopa do cavalo cansado é uma triste lembrança de tempos difíceis em Portugal.
Muitos agricultores não tinham abundância de alimentos e davam a seus filhos, na primeira refeição do dia, pedaços de pão embebidos em vinho tinto numa tigela.
A sabedoria popular diz que a mistura dava forças e condições para as crianças enfrentarem o dia de trabalho.
Hoje, a sopa do cavalo cansado é servido em muitos lugares de uma forma diferente, como prato gastronómico, com canela e açúcar ou mel.
Como preparar uma sopa do cavalo cansado
Ingredientes:
  • Vinho verde tinto
  • Mel
  • 1 gema de ovo
  • Pedaços de pão
Preparação:
Numa tigela, coloque o vinho. Em seguida, adicione o mel e a gema de ovo. Mistura-se tudo muito bem e coloca-se o pão esfarelado [aconselha-se broa de milho].
Bem hajam 
Carlos Fernandes

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Vale Figueira em tempo de seca...






Nas fotos acima podemos ver a Barragem do Pego do Altar, na área de Vale Figueira, há muito tempo. (Janeiro de 2011).
Agora está seca...

 As quatro fotos abaixo foram tiradas em 20NOV17.
Vejam as diferenças...
Santa Catarina de Sítimos - Alcácer do Sal






quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Lagoa de Santo André



















A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha tem cerca de 5370 hectares e estende-se na faixa litoral ao longo de 15 km, desde o limite sul da povoação da lagoa de Santo André até ao limite norte da área ocupada pelo Complexo de Sines, nos municípios de Sines e de Santiago do Cacém. A criação da área protegida teve como objetivos principais a conservação do elevado valor ecológico destas duas zonas húmidas e das suas zonas envolventes, nomeadamente enquanto áreas importantes para a reprodução, invernada e migração de aves, bem como proteger o complexo dunar envolvente e a faixa marítima adjacente que alberga uma fauna marinha caraterística.

Esta Reserva Natural é constituída essencialmente por ecossistemas litorais, respetivamente, os sistemas lagunares de Santo André e da Sancha, que são circundados por um conjunto diversificado de ecossistemas aquáticos e ribeirinhos influenciados por águas doces e salobras, incluindo pequenas áreas de sapal, salgueirais, caniçais, juncais, urzais higrófilos e pastagens húmidas, constituindo um total de 6 habitats prioritários para a conservação da natureza. A vegetação representa um dos valores naturais mais importantes, estando inventariadas cerca de 510 espécies de plantas vasculares, essencialmente espécies tolerantes a longos períodos de inundação, salinidade e dessecação estival. Destaca-se a presença da espécie prioritária Linaria ficalhoana e da Ammophila arenaria, essenciais para a fixação dos cordões dunares, os zimbrais de sabina-das-praias e os matos de camarinha que povoam as dunas estabilizadas. As dunas interiores são ocupadas por formações arbustivas densas, incluindo os zimbrais de Juniperus navicularis, espécie endémica de Portugal continental, os urzais de tojo Ulex australis e os matos de marcetão Santolina impressa. Relativamente ao património faunístico, a lagoa de Santo André situa-se entre as mais importantes zonas húmidas nacionais para as aves, tendo o seu pico de ocupação no fim do verão, destacando-se o galeirão-comum e o pato-de-bico-vermelho por possuírem aqui populações muito superiores a qualquer outra zona húmida nacional. Estão ainda registadas neste local, entre muitas outras, a garça-branca-pequena, o tartaranhão-ruivo-dos-pauis, o borrelho-de-coleira-interrompida, a andorinha-do-mar-anã, o noitibó-de-nuca-vermelha, a felosa-unicolor e o rouxinol-pequeno-dos-caniços, sendo este último o símbolo da reserva natural.

Devido às suas caraterísticas, a RNLSAS está inserida na Rede Natura 2000 através da criação das Zonas de Proteção Especial para as Aves "Lagoa de Santo André" e "Lagoa da Sancha" e da integração de parte da área da reserva no Sítio de Importância Comunitária Comporta/Galé estando ainda inserida na Lista de Sítios da Convenção de Ramsar, que inclui as zonas húmidas de importância internacional. Outras medidas que contribuíram para aumentar os valores de conservação do património natural desta área, foram a interdição do exercício da caça dentro dos limites da reserva, a criação da Zona de Pesca Profissional da Lagoa de Santo André e a implementação do projeto GroundScene, que consistiu na modelação de cenários de exploração em aquíferos de zonas costeiras, efeitos na biodiversidade de lagoas e respetivas ribeiras como ecossistemas dependentes de água subterrânea.

Contudo, esta área protegida tem sido afetada por vários fatores que perturbam o seu ciclo natural. A proliferação das espécies vegetais exóticas invasoras, como o chorão e as acácias assumem particular gravidade neste espaço natural. A própria lagoa da Sancha, outrora um importante local para a nidificação de várias espécies de aves, encontra-se neste momento em degradação acelerada, devido ao assoreamento, à expansão descontrolada do caniço e das acácias e à fraca qualidade da água, sendo muito urgente a realização de ações de restauro da laguna costeira e da linha de água que a ela aflui, sob pena de comprometermos de forma irreversível, o seu valor ecológico. Existe também alguma pressão turística, com a realização de atividades de lazer e recreio como passeios pedestres e passeios a cavalo que podem levar à destruição da vegetação dunar.