Na freguesia de Alcáçovas, na sua cota mais alta encontra-se o Convento de Nossa
Senhora da Esperança, que dista pouco mais de 2 km da localidade.
É sobre esse
cenóbio que incide o presente estudo, que se posiciona cronologicamente a partir de
1541, ano em que a ermida e o conjunto primacial aí existente passaram para a posse da
Ordem Dominicana.
As terras foram doadas pelo donatário da Vila de Alcáçovas, D.
Fernando Henrique, a uma comunidade de religiosos que nunca terá ultrapassado os 12
indivíduos e que nos anos iniciais prestaram devoção à Senhora da Graça.
O culto e
devoção à Senhora da Esperança só surgirão 15 anos mais tarde, com a entrada do
religioso Frei José Bezerra no Convento, sendo este religioso um dos que a mando de D.
João III (o Piedoso), veio de Castela para reformar a Província Dominicana em
Portugal. Apesar das doações feitas a esta comunidade pelo 3º Senhor da Vila de
Alcáçovas, a vida destes religiosos no alto da serra nem sempre terá sido fácil, no
entanto a evolução do culto à Senhora da Esperança prestado pelas comunidades
vizinhas como Évora, Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Alcáçovas, São
Cristóvão, Torrão e outras, irá obter uma enorme projecção ao nível das romarias que
passados mais de 459 anos ainda se verificam, embora com menor influência, mas o
suficiente para que o culto romeiro e as constantes visitas à Senhora da Esperança ainda
persistam.
Propriedade particular desde o séc. XVIII, o Convento não possui qualquer
tipo de classificação ou protecção legal no que respeita à Lei 107/2001, que estabelece
as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural.
Este
trabalho surgiu no seguimento de uma investigação que iria culminar no meu trabalho
final de licenciatura em História, ramo Património Cultural no ano de 2008, tendo como
base um manuscrito do século XVII.
Este documento está actualmente na posse da
Junta de Freguesia de Alcáçovas e é o único documento encontrado, até à data, que
fornece informações com algum detalhe sobre as vivências dos dominicanos no
Convento da Senhora da Esperança, entre os séculos XVI e XVIII.
E é com muito prazer que aqui faço a divulgação deste livro, da autoria do nosso compadre e amigo Nuno Grave.
O Nuno Grave participa activamente neste blog e é um dos mais importantes dinamizadores do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails. Nascido e criado em Alcáçovas, conhece muito bem a história da nossa vila e as suas personagens do passado, sendo normalmente o guia principal nos passeios culturais que o nosso Projeto organiza em Alcáçovas, Viana do Alentejo ou Aguiar...