sexta-feira, 31 de julho de 2020

RTP-1 emite em Alcáçovas











Hoje a emissão da RTP-1 vai ser em directo de Alcáçovas...
Entre as 09H00 e as 17H30, não se esqueçam de sintonizar a vossa TV neste canal... 
E o Grupo Pedestrianista Alcáçovas Outdoor vai ter a sua entrevista emitida entre as 16H45 e as 17H00.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Saudades do Guadiana

O Guadiana era fonte de vida para todas estas gentes, era das suas águas que saía o barbo a boga e as enguias, á época espécies tão importantes na gastronomia local. Das suas margens vinha o buinho, a junça, a atabua, cujas aplicações iam desde o fundo das cadeiras até á cobertura da serra de palha, passando pelas casas dos melões e dos paios, era também com a força das suas águas que moíam o trigo, com o qual se fabricava o pão que constituía a base de alimentação. 
Por tudo isto o rio desempenhou um papel importantíssimo em toda a minha geração era parte das nossas vidas não tínhamos PlayStation e muito menos computadores, um ou outro alguma bicicleta mas muito raras, era no rio que passávamos grande parte dos nossos tempos livres, de verão eram constantes as idas e vindas ao rio era de lado de Mourão. ( já em Espanha ), os melhores sítios para tomar banho havia uma cascalheira em declive que para nós era a praia perfeita a água era limpa o rio mesmo de verão tinha um caudal forte e só de barco era possível transpor-lo vezes sem conta fomos transportados pelo Ti Joaquim peixeiro, bom homem, penso que Montesarense por nascimento e pescador de profissão, que vivia numa malhada sobranceira ao rio, e que tirava dele a sua subsistência, era um homem de poucas falas curtido pelo sol e pelas agruras da vida, recordo-me que usava uns óculos muito grossos tipo fundo de garrafa e ainda hoje parece que o vejo vergado sobre o peso de uma caixa retangular de madeira onde transportava os peixes, e de onde saiam duas cordas que enfiava nos ombros, algumas vezes me interroguei sobre o porquê do aparentemente tão incomodo recipiente, mas hoje percebo que deveria ser a única forma de fazer chegar aos clientes a mercadoria em perfeitas condições, já que o percurso até às aldeias vizinhas era feito a pé e a distancia ainda era considerável. 
Quis o destino que o mesmo rio que lhe deu vida também lhe a tirasse, morreu afogado no Guadiana subsistindo até hoje a dúvida se foi um acidente ou se suicidou. De Inverno pescávamos á linha bogas e deitávamos os guitos e as cordas para os barbos e enguias, de primavera e verão a pesca era ao achegã, todos nos iniciávamos muito cedo nas artes da pesca normalmente pela mão dos homens mais velhos, ainda me recordo da minhas primeiras vezes não deveria ter mais que 7 ou 8 anos e precisamente por isso para a ribeira (rio) só com alguém de muita confiança, era com o Domingos Palhas e o Cacharamba que os meus pais me deixavam ir, á época não sei o que mais me seduzia se a pescaria se a viagem até ao rio já que era feita montado numa burra. 
Ambos eram pescadores experimentados o Domingos Palhas porque sendo um pequeno seareiro as labutas agrícolas deixavam-lhe algum tempo livre o Cacharamba tinha todo o tempo do mundo já que homem ainda jovem e em consequência de um acidente de trabalho no monte do Barrocal tinha ficado incapacitado deslocando-se com a ajuda de dois cacheiros daí a alcunha de Cacharamba, as canas normalmente eram da índia e as boias todas elas de fabrico artesanal feitas a partir de um qualquer bocado de cortiça, era de inverno e prolongando-se até ate á primavera o melhor período de pesca, era a mim que normalmente competia a tarefa de na véspera arranjar as minhocas, no dia e á hora combinada lá aparecia o Cacharamba montado na sua pequena burra branca, logo precedido pelo Domingos Palhas, que contrariamente ao habitual nesses dias montava a burra mais pequena, já que era a mais arisca, reservando-me para mim a mais mansa não queria o pobre homem arriscar, já que a preta tinha fama de vez em quando pregar com os cavaleiros no chão, o ultimo tinha sido o Elói quando uma tarde regressavam da pesca e não querendo perder pitada do relato do Sporting se lembrou de ligar o pequeno rádio portátil que tinha levado consigo, o resultado não se fez esperar e em poucos segundos estava o Elói com os canastros no chão. QUE SAUDADES DO GUADIANA.
Texto: Isidro Pinto
Foto: António Caeiro

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Gelados Nicolau ( Mértola )







“Gelado Nicolau tem o brinde na ponta do pau”, é assim que Amândio Pacheco Correia, apregoa há mais de meio século os gelados de fabrico próprio, cuja arte herdou do seu pai João Nicolau.

Que descoberta! Sabiam que em Mértola ainda há uma marca de gelados, Nicolau que fabrica desde 1955... o senhor Amândio, filho do Senhor Nicolau é que os ainda fabrica...são tão bons...
Fábrica de Gelados Nicolau, nascida em Mértola, Portugal desde 1955.
#archivo #marcasportuguesas #vintage


Fonte: https://www.facebook.com/archivoportugal






terça-feira, 28 de julho de 2020

Não esqueçam as Azenhas e os Moinhos de Água...

















Municípios e responsáveis pelo nosso Património não esqueçam as Azenhas e Moinhos de água...
Fotos: Luis Lobato de Faria ( Monte da Fonte Santa, Alandroal )





Autarcas do Alentejo precisamos de actividades o ano todo.
Vamos lá fazer visitas guiadas, abrir a porta de monumentos, fazer palestras com os investigadores locais, artistas e artesãos, promover os produtos regionais,.....
Vamos lá fazer caminhadas para conhecer esses sítios mais escondidos, passear pelas aldeias, trazer os vários grupos de caminheiros, o senderismo em Espana é grande....
Agora é que está tudo verde, a natureza está no seu auge.
Se o pessoal da Câmara não quer ou não pode contratem quem queira, possa e saiba.
Temos que ter actividades, pelo menos, todos os fins de semana, vamos lá combater a sazonalidade.
Estamos a perder uma oportunidade com o Turismo.
Texto e fotos: Luís Lobato de Faria ( Monte da Fonte Santa, Alandroal )

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Praia Atlântica ( Soltroia )









Situada na península de Troia, a Praia Atlântica possui dunas de areias brancas e um mar tranquilo e límpido, onde com sorte será possível observar os golfinhos a nadarem ao largo.
Junto à praia, dotada de completas infraestruturas de apoio, localiza-se o Complexo Turístico Soltroia que é necessário atravessar para aceder ao areal.
Aqueles que preferem maior tranquilidade, encontram-na caminhando para Norte ou Sul, onde uma vastidão de areal, dunas e mata os aguarda.
A Nordeste daqui, encontram-se as Ruínas de Tróia, albergando a maior fábrica romana de salga de peixe do mundo.

domingo, 26 de julho de 2020

Dia dos Avós



O AVENTAL DA AVÓ
O primeiro fim do avental da avó foi proteger a roupa de baixo. Depois... serviu como luva para tirar a panela do fogão... Foi maravilhoso para secar as lágrimas dos netos e também para limpar as suas caras sujas. Do galinheiro, o avental foi usado para transportar os ovos e, às vezes, os pintainhos.
Quando os visitantes chegavam, o avental servia para proteger as crianças tímidas. Quando fazia frio, á avó servia-lhe de agasalho. Este velho avental era um fole agitado para avivar o lume da lareira.
Era nele que levava as batatas e a madeira seca para a cozinha. Da horta, servia como um cesto para muitos legumes: depois de apanhadas as ervilhas, era a vez de arrecadar nabos e couves.
E, pela chegada do Outono, usava-o para apanhar as maçãs caídas. Quando os visitantes apareciam, inesperadamente, era surpreendente ver quão rápido este velho avental podia limpar o pó. Quando era a hora da refeição, da varanda, a avó sacudia o avental e os homens, a trabalhar no campo, sabiam, imediatamente, que tinham que ir para a mesa. A avó também o usou para tirar a torta de maçã do forno e colocá-la na janela para arrefecer.
Passarão muitos anos até que alguma outra invenção ou objeto possa substituir este velho avental da minha Avó.
Em memória das nossas avós...
Tradução e adaptação livre de um texto, em Castelhano, em CITAS LITERÁRIAS.

Foto: Artur pastor