quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Mestre Inácio José Lagarto ( Poeta Popular e Oleiro )


Conhecido popularmente por Inácio da Amélia, oleiro, homem sonhador, acreditando num amanhã melhor, mestre Inácio José Lagarto, vivia a poesia e transmitiu-a a seu filho, Inácio José Marcelino Lagarto, com a sua forma de ver e sentir a vida.
Nascido em Viana do Alentejo a 18 de outubro de 1899, faleceu em 14 de Novembro de 1964, era filho de Francisco Lagarto e de Amélia Carracha, tendo casado com Joaquina Augusta Marcelino, filha de Cassiano Marcelino e de Joana Pão Mole.
Do casal de oleiros nasceram 10 filhos. Faleceram com tenra idade 3 rapazes e uma rapariga, tendo dado alegria à vida de cinco raparigas e um rapaz. Ao filho ensinou a sua profissão de oleiro que, mais tarde, após completar estudos, ingressou na profissão bancária.
Todos os familiares de mestre Inácio da Amélia seguiram a profissão de oleiros - pais sogros e irmãos. Era irmão de José Luís Lagarto, pai entre outros filhos do reconhecido mestre Francisco António Lagarto; e tinha mais dois irmãos, Damásio Lagarto e Francisca Teresa Lagarto.
Residia no número 1 da Rua Médico Sousa, com oficina no mesmo prédio no Largo de São Luís, junto ao Castelo, com forno de cozer louça e quintal para várias tarefas ligadas ao ofício, na Rua Heliodoro Salgado, nesta vila de Viana do Alentejo, onde produzia várias espécie de louça de barro com arte e engenho, tosca, pesgada ou vidrada, tais como alguidares, utensílios para cozinha, potes, talhas, cântaros e bilhas artísticas para a água ou jarras, manilhas, vasos, fogareiros, salgadeiras, colmeias, alcatruzes para elevar a água das noras, etc.
Em 1921 foi soldado condutor no Regimento de Infantaria, em Setúbal, onde aprendeu a ler e a escrever, compondo nas horas vagas e em segredo a sua poesia, descrevendo um pouco da sua vida de então, de que damos a conhecer estes modestos versos:
VIDA DE OLEIRO
MOTE
Eu sou um pouco artista
Faço obra aperfeiçoada
Com trinta réis de importância
Tenho oficina bem aporada
1
Eu tenho uma boa roda
Sem ter pano nem cabeça
Eu tenho tudo quanto me apeteça
Que seja da nova moda
Também tenho uma boa corda
Feita por um cordista
Tem as pontas de alentisca
E nem é de esparte
Dou a ver à minha arte
Eu sou um puro artista
2
Eu tenho um bocado de esteirão
Aonde vou buscar o barro
Quando não me apetece levar o carro
Que eu vou assim por destraição
Também tenho um bom enxadão
Tenho corda de marmelada
Também tenho uma enxada
Que mandei fazer de pau
Como arranjo não é mau
Faço obra aperfeiçoada
3
Eu tenho uma arquina
Que o mais tempo está caída
Ando alegre com a minha vida
Só possui obra fina
Ainda quem imagina
Que isto é por furância
Tenho formas em abundância
E um forno que está derrubado
Sou um homem ensenhorado
Com trinta réis de importância
4
Eu tenho um bom forcado
Do melhor que ainda vi
Um dente já eu parti
Por sinal está desencavado
Tenho a face que é um bocado
As calças estão rasgadas
Tenho um rabicho duma albarda
Dum garfo fiz uma forquilha
Com uma forqueta zambarilha
Tenho a oficina bem aporada.
(Inácio José Lagarto)
Viana do Alentejo, 27/07/1927

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Na Ribeira de Lucefécit






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A seca traz de volta as represas dos moinhos na Ribeira de Lucefécit.
Esta ribeira fornece água á Barragem de Lucefécit e,  por sua vez, é responsável pela rega dos campos agrícolas situados a oeste de Terena.
Normalmente, forma um vasto espelho de água junto à estrada que liga o Alandroal a Monsaraz.
Este ano, está assim...

Fotos da autoria do nosso compadre Luís Lobato de Faria ( Monte da Fonte Santa, Alandroal )

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Caminhar em Alcáçovas ( em caminhos livres de portões e cadeados )










Alcáçovas tornou-se um destino preferido para muitos pedestrianistas.
A sua proximidade com Évora, Montemor-o-Novo ou mesmo Setúbal, já para não falar de toda a área da Grande Lisboa, faz com que esta vila situada no coração do Alentejo Central seja uma das escolhas para uma caminhada de fim de semana.
Com muitos quilómetros de caminhos rurais livres de portões e cadeados e muita oferta de restauração, com uma história riquíssima e muito património para mostrar, recomendamos uma visita !...
https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/alcacovas-percurso-em-caminhos-livres-22820933

domingo, 27 de outubro de 2019

Gatos, cães e furões...




Decreto-Lei n.º 82/2019 entra em vigor amanhã, dia 25 de Outubro. As maiores novidades respeitam aos gatos.
O SIAC (Sistema de Informação de Animais de Companhia ) vai reunir numa única base os dados já existentes no SIRA e SICAFE de uma forma automática e sem pagamento. Para os novos registos é devido o pagamento de 2.50 euros ( 85% desta verba vai para o Sindicato Nacional de Médicos Veterinários(SNMV) que gere a nova base e 15% para a DGAV).
As regras de inscrição no novo sistema SIAC são as seguintes :
- todos os cães, gatos e furões nascidos após 25 de Outubro, têm de ser registados no prazo de 120 dias ( 4 meses) após o seu nascimento;
- os cães nascidos antes de 1 de Julho de 2008 ( que estavam isentos de registo) têm agora 1 ano para o registo;
- os cães com microchip não registado têm 1 ano para o registo;
- outros cães, gatos e furões nascidos antes de 25 de Outubro têm o prazo de 3 anos para o registo
A maior novidade desta nova legislação reside na exigência de chip para os gatos, não sendo claro se esta exigência se aplica , e de que forma, às dezenas de milhares de gatos errantes, senão centenas de milhares, sem dono, existentes no país e que esperam que lhes seja aplicado o Programa CED ( captura-esterilização- devolução ) pelas câmaras municipais.
Quanto à noticia veiculada por vários orgãos de comunicação de que as licenças nas juntas de freguesia acabavam é inexacta.As licenças não só não acabam(ver o Artigo 27º - Licenças de cães e articulação com o Sistema de Informação de Animais de Companhia) como se torna, agora, obrigatório registar os gatos chipados nas Juntas de Freguesia por força dos artº 2º e 6º da Portaria 421/2004 de 24 de Abril que se encontra em vigor:
"Artº 2º , 2 — Os detentores de gatos entre 3 e 6 meses deidade para os quais seja obrigatória a identificação electrónica são obrigados a proceder ao seu registo na junta de freguesia da área do seu domicílio ou sede."
" Artº6º , 2 — A junta de freguesia, ao proceder ao registo eao licenciamento de cães e gatos, colocará um selo ou carimbo no espaço para isso reservado no boletim sanitário de cães e gatos, após emissão de recibo referente ao valor da taxa cobrada. "
Por conseguinte, aconselha-se as pessoas com gatos nascidos antes de 25 de Outubro a registar os animais o mais tarde possível ( têm 3 anos a contar dessa data) para retardarem também o pagamento de eventuais despesas.
Decreto-Lei n.º 82/2019 entra em vigor amanhã, dia 25 de Outubro. As maiores novidades respeitam aos gatos.

sábado, 26 de outubro de 2019

Formigas de Asa




Na semana passada, havia centenas de formigas com asas  por todo o lado.

 A Wilder ficou curiosa e pediu ajuda para identificar estes insectos. 

Eva Monteiro, do projecto Estações da Biodiversidade, respondeu: 


Estas são formigas-de-asa, insectos que pertencem à Ordem Hymenoptera que agrupa os insetos conhecidos por abelhas, vespas e formigas. De facto podem tratar-se de uma qualquer espécie de formiga, pois todas as rainhas e machos têm asas.As rainhas só apresentam asas enquanto jovens, quando abandonam o formigueiro em que foram criadas para acasalar. Os machos são sempre alados, mas o seu objetivo é o mesmo, poder dispersar-se e acasalar.
O que vemos quando aparece a formiga-de-asa é a dispersão massiva de rainhas recém-formadas e de machos, que enchem os ares no chamado voo nupcial. O acasalamento dá-se também em voo. Depois, as rainhas vão procurar locais apropriados para estabelecer novas colónias e perdem as asas. Já não precisam delas, vão passar os próximos anos extremamente ocupadas a colocar ovos de novas formigas. Os machos não perdem as asas, mas não vão viver mais de duas ou três semanas depois deste voo nupcial.
Este fenómeno do aparecimento de formigas-de-asa em grande número é muito evidente após chuvadas que sucedem a dias quentes no princípio do Verão ou do Outono. Nem todos vão conseguir acasalar e estabelecer novas colónias, mas serão seguramente uma importante fonte de alimento para aves e outros vertebrados.
Fotos e texto copiados do site: https://www.wilder.pt/

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Em trilhos abaixo do nível ( de água )














Desta vez, fomos fazer um reconhecimento de percurso na área de Vale Figueira, num dos braços da Barragem de Pego do Altar.
Como já imaginávamos, está tudo a seco, a água está retida em pequenos charcos aqui e ali..
Para terem uma ideia da situação de seca extrema, eis algumas fotos da mesma área, mas com o nível de água como sempre deveria estar: