segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Sitio de Cabrela (Montemor-o-Novo)











O Sítio de Cabrela, com uma área total de 56555 hectares, abrange parte dos concelhos de Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo e Alcácer do Sal, estendendo-se entre altitudes de cerca 25 metros até aos 200 metros, numa região tipicamente mediterrânica. 


Na área predominam os montados de azinheira, alguns de sobreiros e montados mistos de azinheiras e sobreiros. Nas encostas mais declivosas ocorrem azinhais e medronhais,  encontrando-se as galerias ribeirinhas, em geral, em bom estado de conservação.


O Sítio é uma área importante para a conservação do lince-ibérico na região do Vale do Sado, dado que apresenta ainda manchas muito bem conservadas de vegetação natural que constituem um bom habitat para a espécie.


A maior parte da área é propriedade privada, destacando-se como elementos de vulnerabilidade aos objectivos de conservação a intensificação da actividade agrícola e florestal, a destruição do coberto vegetal natural e a inadequada gestão cinegética, salientando-se aqui as actividades de furtivismo. Decorrendo destes factores, verifica-se uma escassez de populações-presa do lince-ibérico, que poderão colocar em risco a já escassa população deste felídeo, actualmente estimada em cerca de 8 a 10 indivíduos.


No que respeita a habitats prioritários para a conservação, verifica-se a ocorrência de matos litorais com zimbros, florestas dunares de pinheiro-manso (Pinus pinea) ou pinheiro-bravo (Pinus pinaster), e formações herbáceas secas seminaturais e arbustivas em calcários (importantes habitats de orquídeas). Para além destes, encontram-se identificados no Sítio um conjunto de outros habitats naturais constantes do Anexo I da Directiva Habitats:

·    Dunas arborizadas do litoral atlântico;

·    Dunas com vegetação esclerofítica (Cisto-Lavanduletalia);

·    Prados abertos de Corynephorus e Agrostis das dunas continentais;

·    Vegetação flutuante de ranúnculos dos cursos de água submontanhosos e de planície;

·    Cursos de água mediterrânicos permanentes: Paspalo-Agrostidion e margens arborizadas de Salix e Populus alba;

·    Cursos de  água mediterrânicos intermitentes;

·    Charnecas secas (todos os subtipos);

·    Florestas termomediterrânicas e pré-estépicas de todos os tipos;

·    Montados de Quercus suber e ou Quercus ilex;

·    Prados mediterrânicos de ervas altas e juncos (Molinion-Holoschoenion);

·    Florestas mistas de carvalhos, ulmeiros e freixos das margens de grandes rios;

·    Carvalhais de Quercus faginea;

·    Florestas-galeria com Salix alba e Populus alba;

·    Florestas de Quercus suber.


Para além de outras com interesse para conservação a nível nacional, o Sítio alberga um conjunto de espécies da fauna e flora que possuem estatuto de conservação ao abrigo das Directivas Habitats ou Aves.


Das espécies florísticas com maior interesse de conservação que ocorrem no Sítio destacam-se as populações de Armeria rouyana, narciso (Narcissus fernandesii), e salgueiro-branco ou borrazeira-branca (Salix salvifolia ssp. Australis), com populações estimada em menos de 50 exemplares. Com uma maior distribuição, refira-se ainda a ocorrência de santolina (Santolina impressa).


No que respeita à fauna com interesse para a conservação, e considerando a classe dos mamíferos, regista-se a ocorrência do já referido lince-ibérico (Lynx pardinus) e da lontra (Lutra lutra).  Na classe de répteis refere-se a presença do cágado (Mauremys leprosa) e na classe de peixes estão presentes espécies como a boga (Chondrostoma polylepis), a boga-portuguesa ou pardelha (Chondrostoma lusitanicum) e o bordalo ou ablete (Rutilus alburnoides).


No que respeita a aves, são residentes no Sítio espécies como o guarda-rios-comum (Alcedo atthis), o bufo-real (Bubo bubo), o alcaravão (Burhinus oedicnemus), o peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus), a cotovia-montesina (Galerida theklae), a águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus), a cotovia-pequena (Lullula arborea) e o sisão (Tetrax tetrax). Das espécies migradoras destacam-se como nidificantes a calhandrinha-comum (Calandrella brachydactyla), a cegonha-branca (Ciconia ciconia), a águia-cobreira (Circaetus gallicus), o tartaranhão-caçador (Circus pygargus), a águia-calçada (Hieraaetus pennatus), e o milhafre-preto (Milvus migrans) e como invernante a tarambola-dourada (Pluvialis apricaria).

Intervenientes neste Raid Pedestre: Florbela Vitorino, Susana Valido, Nuno Lacerda, Paulo Silva e Paulo Fanha.

Fotos gentilmente cedidas pela comadre Florbela Vitorino.

domingo, 30 de outubro de 2016

Olivença














A origem de Olivença está ligada à reconquista cristã da região fronteira a Elvas pelos Templários idos do Reino de Portugal, cerca do ano de 1230. Nesse território a Ordem criou a comenda de Oliventia, erigindo um templo a Santa Maria e levantando um castelo. No final do século, pelo Tratado de Alcanices, assinado em 1297 entre o Rei D. Dinis e Fernando IV de Castela, Olivença seria formalmente incorporada em Portugal, para sempre, juntamente com Campo Maior, Ouguela e os territórios de Riba-Côa, em escambo com Aroche e Aracena.

De imediato, D. Dinis elevou a antiga povoação à categoria de vila, outorgando-lhe foral em 1298, determinou a reconstrução da fortificação templária e impulsionou o seu povoamento.

Os seus sucessores reforçaram sucessivamente a posição estratégica de Olivença, concedendo privilégios e regalias aos moradores e realizando importantes obras defensivas. Em 1488 D. João II levantou a impressionante torre de menagem de 40 m de altura.

Em 1509 D. Manuel iniciou a construção de uma soberba ponte fortificada sobre o Guadiana, a Ponte da Ajuda, com 19 arcos e tabuleiro de 450 metros de extensão. Do reinado de D. Manuel, que deu foral novo em 1510, datam também outras notáveis construções como a Igreja da Madalena (por muitos considerada como o expoente, depois do Mosteiro dos Jerónimos, do manuelino), a Santa Casa da Misericórdia ou o portal das Casas Consistoriais.

Texto copiado do blogue http://www.olivenca.org/historiaDeOlivenca.htm

Fotos gentilmente cedidas pela nossa comadre e amiga Anabela Fialho.

Nota: Não é o propósito deste blogue alimentar disputas com os nossos vizinhos do outro lado da Raia Alentejana. A única intenção que nos move é que a história comum não seja esquecida e todos nós possamos recordá-la finalmente em paz e prosperidade...

sábado, 29 de outubro de 2016

De Casa Branca a Alcáçovas

Estação de Casa Branca 10H00 
O começo do nosso trilho...



Monte do Padrão 10H35

Mais uma etapa até ao próximo monte...

Monte do Reguengo 11H00

Caminhando na planície...

Olá Malta !...

Represa do Monte dos Álamos de Cima 11H25

Monte dos Álamos de Cima 11H30

Monte dos Álamos de Baixo 11H50

Monte dos Álamos de Baixo

Hora do Tacho 12H30

Monte do Porto da Ribeira 12H30

Monte dos Açougues de Cima 13H30

Alcáçovas á vista (Ufff...)
Chegada por volta das 14H40...

Estas são algumas das fotos do reconhecimento de percurso para a caminhada do dia 05NOV16. 
Espero que tenham gostado e que um dia venham caminhar com a malta do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails. ( Mas já é excelente que continuem a visitar o nosso blogue, se não puderem vir... )


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Portas e Janelas do Alentejo







Andando eu a passear pelas ruas do Alentejo, ouvi um sussurrar!
Que será, Pensei ......?
Eram as portas e janelas a contar as suas memórias, suas tristezas e alegrias....
E sussurrando, contavam:
- Em tempos que vivemos, passaram por nós muitas gerações, vimos crescer pais e filhos, vimos os que partiram, vimos os que chegaram, fomos portal de boas e más notícias, fomos o assento nas noites quentes de verão, ouvimos histórias de encantar, de moiras, fadas e príncipes.
Mas esses tempos foram morrendo aos poucos e hoje já não se ouvem histórias de encantar, de moiras, fadas e príncipes.
Pois, respondi eu, como se com elas conversasse comigo!
- Sabem, é que os espaços de sociabilidade alteraram-se : as fortes relações de vizinhança, demonstradas pela entreajuda, do que necessário fosse, como, no verão, por exemplo, no arranjo da lã lavada, no seu “escarameio”, as vizinhas juntavam-se à porta daquela ou daquelas que precisavam de ajuda, ao mesmo tempo que as mães iam deitando um olhar para a janela, aonde decorria o namoro e enamoramento das suas filhas, acabou.
Como diz Isabel Freire,( Amor e Sexo no Tempo de Salazar, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2010, pp. 121 e 123-124): “Namorava-se um ano, mais coisa menos coisa. E namorava-se à porta ou à janela do rés-do chão, se a houvesse. Enquanto o rapaz não pedisse a rapariga em casamento não entrava lá dentro. Ficava ela do lado de dentro e ele do lado de fora. Depois do pedido, sim, já podia entrar, sentar-se ao lado da moça, e conversarem os dois. Mas faltava ainda os pais do noivo virem pedir a rapariga aos pais da noiva, escolher a data do casamento e entregar as prendas. Eram coisas muito sérias!” Todas estas práticas sociais foram alteradas.
- Outros espaços de sociabilidade, foram criados e a evolução tecnológica fez diminuir as relações de entreajuda da vizinhança e, também, alterou as práticas sociais da vida quotidiana que usavam a oralidade como forma de entretimento e de transmissão de tradições e conhecimentos, fazendo com que se fosse perdendo um bem cultural, que faz parte da nossa identidade sócio -cultural.
Sussurrando, responderam:
- Mas, se não há histórias de encantar, se deixámos de ser o palco do contador de histórias e lendas, continuamos a ser porta de casa de abrir e de fechar, porta de casa onde há vida, onde há viver.
- E eu janela sou o palco donde se avista a planície, as suas cores, e donde se ouve o trinar dos seus rouxinóis e por onde entra o doce cheiro do alecrim, da esteva e do rosmaninho, continuo a ser um dos símbolos do namoro e enamoramento de antigamente.
- O que não perdemos, sejamos porta ou janela, foi a importância relevante que temos porque somos o testemunho das diferentes gentes, e sua arquitectura, que foram antepassados da Pátria Alentejana e que por aqui viveram; e somos, também, testemunhos da história da arquitectura de Portugal e, por conseguinte, da do Alentejo, bem como da arquitectura tradicional alentejana.

Texto da autoria da nossa comadre Ana Maria Saraiva, copiado do grupo do Facebook: https://www.facebook.com/groups/imagensdoalentejo/

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Caminhada Gratuita Alcáçovas- Monte do Sobral-Alcáçovas



Mais uma vez, o Projeto Alcáçovas Outdoor Trails vai organizar uma caminhada gratuita de divulgação entre Alcáçovas e o Monte do Sobral ( e regresso). Será no Domingo, 06NOV16: 

Caminhada Circular (cerca de 17 Kms)

Concentração no Jardim Publico de Alcáçovas ás 09H45

Inicio da Caminhada: 10H00

Grau de Dificuldade: Grau 2 - Percurso maioritariamente plano, com algumas subidas em estradão ou caminhos de pé posto, com piso pedregoso e/ou lamacento. Não existem subidas com desníveis superiores a 100m. Possibilidade de encontrar gado de pastoreio.

Descrição do Evento: De manhã, vamos percorrer as canadas da planicie, antigos caminhos da pastoricia, na direcção do Monte do Sobral. (cerca de 09 Kms).

Vamos almoçar (Facultativo) no Monte do Sobral: 
Aperitivos, Pão, Carne de Porco á Alentejana ou Bacalhau á Brás, Bebidas (Vinho, Água ou Cerveja), Sobremesa e Café. 10 Euros por pessoa.

No regresso a Alcáçovas são cerca de 08 Kms, passando pelas ruínas do Monte Seixo da Oliveira.

Alcáçovas está situada a 30 Kms de Montemor-o-Novo, Évora ou Alcácer do Sal e a 120 Kms de Lisboa.

Nota: A actividade é gratuita e não tem seguro. Cada um caminha por sua conta e risco...

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Caminhada em Nª Sra das Neves (22OUT16)










Em 22 de Outubro de 2016, houve mais uma actividade de ar livre no âmbito do programa “Por Esses Campos Fora”. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Beja, gratuita...
Desta vez nos arredores de Nossa Senhora das Neves, incluindo uma interessante visita ás ruínas do Monte das Corujeiras, que está muito degradado, pois há mais de 30-40 anos que não vive lá ninguém. Já foi umas das maiores quintas dos arredores de Beja. Tem fontes, canais de rega que vêm da época romana. O arco da entrada ainda está de pé é imponente. E algumas abobadas ainda conservam frescos...
Fotos gentilmente cedidas pelo nosso compadre e amigo João Ferro.