Título: MINEIROS D'ALJUSTREL
Num Mundo duro e cruel
Quais toupeiras rastejantes
Homens de duros semblantes
São os mineiros d'Aljustrel
Gente de grande lealdade
Com abnegação e humildade
Sempre honraram seu papel
Na mina iam laborando
Para sua sobrevivência
Sem dó pena ou clemência
O seu pão iam ganhando
E em perigo sempre estando
Sendo o escuro seu farol
E sem verem a luz do Sol
Sua vida iam estragando
No seu labor permanente
Chumbo e cobre iam extraindo
Isolados assim se sentindo
Que viver tão deprimente
Triste a sorte daquela gente
Exposta ao pó e humidade
Sem que houvesse piedade
Num sofrimento dolente
Por o seu turno terminar
Sempre estavam ansiando
E a Deus ficavam rezando
P'ra proteção ele lhes dar
Para poderem regressar
Para junto da família querida
Por mais um dia de vida
E por sãos e salvos estar
Que situação tão penosa
Lá no fundo trabalhando
Mas muito pouco ganhando
Vida triste e dolorosa
Amargurada e chorosa
Debaixo do chão vivendo
A toda a hora sofrendo
Vida amarga e desditosa
Fosse pai filho ou irmão
Suas vidas arriscando
O perigo iam enfrentando
Dura a sua condição
Mal ganhando p'ró pão
Que grande a sua labuta
E sem virarem a cara à luta
Cumpriam sua missão
Gente humilde e bem formada
Rosto duro e enrugado
Sempre cupriram seu legado
De forma firme e honrada
Não virando a cara a nada
Mesmo depois de saber
Que mais curta vida iam ter
Que profissão desgraçada
Rodeados d'amargura
E pelo perigo cercados
Da paz verdadeiros Soldados
Demonstrando sua bravura
Escavando na profundura
Como verdadeiros Guerreiros
A esses bravos Mineiros
Nosso carinho e candura
AUTOR: António Correia Ramos
Poeta Popular Alentejano
Fotos do Google.
Sem comentários:
Enviar um comentário