terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Castelo de Vide
Numa encosta virada para a nascente e adossada ao velho casco medieval desenvolve-se a Judiaria de Castelo de Vide. Num acentuado declive serpenteiam as estreitas calçadas que se desenvolvem desde a Porta da Vila, no castelo, até à Fonte da Vila, em tudo semelhantes ás que formam o restante núcleo medieval de Castelo de Vide. Torna-se interessante verificar que a comunidade judaica de Castelo de Vide evoluiu entre dois espaços fundamentais - o velho Largo do Mercado e a vetusta Fonte da Vila. O Judeu, pela sua vivência em diáspora, ligou-se fundamentalmente, ás actividades mercantis, justificando-se, mutuamente mercado e judiaria, no mesmo espaço - encosta nascente do Castelo.
Ainda que de difícil delimitação urbana, a Judiaria de Castelo de Vide desenvolveu-se, fundamentalmente, pelas ruas da Fonte, do Mercado, do Arçário, do Mestre Jorge, da Judiaria, da Ruinha da Judiaria, da actual Rua dos Serralheiros e da Rua Nova. A amplitude deste espaço pode compreender-se devido à proximidade de Castelo de Vide com a fronteira castelhana.
O Édito de 1492, promulgado pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel, provocou uma deslocação maciça de famílias judías que procuravam, do lado de cá da fronteira, a paz que as profecias lhes negavam em terra estranha. Datará dessa altura o desenvolvimento comercial e manufactureiro que veio a caracterizar, posteriormente, Castelo de Vide. Não só nas artes e ofícios se notabilizou a comunidade judaica de Castelo de Vide, tendo brilhado também os seus filhos na botânica e medicina, como nos provam os nomes de Garcia de Orta e Mestre Jorge o Físico.
A despeito da renovação que, por via da sua contínua ocupação, foi sofrendo, a judiaria de Castelo de Vide apresenta ainda alguns elementos característicos: as portas ogivais de habitação e de oficina ou comércio (algumas decoradas com símbolos profissionais), as velhas calçadas e o edifício que se julga ser a antiga Sinagoga. O edifício identificado como Sinagoga Medieval localiza-se na confluência da Rua da Judiaria com a Rua da Fonte. Compõe-se de dois pisos, abrindo-se numa das divisões do piso superior o que se julga ser o Tabernáculo.
http://www.redejudiariasportugal.com/
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