sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Montes alentejanos- História











Grande parte do que hoje conhecemos como Península Ibérica, estava sobre a influencia dos Fenícios que tinham na península uma base importante na sua rota de comercio. Estes foram um dos primeiros povos da península a tentar criar algo semelhante a um Estado, onde as regras fossem similares entre os diferentes povos que coabitavam esta região.

Com mais de 2500 anos o Monte Alentejano teve a sua maior influência na arquitetura mediterrânica instituída (em boa parte) pelos fenícios, onde se dava grande importância à privacidade do espaço, estando centrado sobre os pátios o que garantia que estariam salvaguardados dos olhares indiscretos de possíveis mirones.

Existe nisto tudo isto um sentido de contraditório, uma vez que no atual Alentejo (e no da altura) nas paisagens de perder a vista os vizinhos mais próximos podem estar a dezenas de quilómetros.

Mas a criação do Monte é também uma rutura conceptual, estrutural e arquitetónica com o que era a predominância nas habitações da época. 

No final do século VII e durante o início da idade do Ferro, os grandes povoados começam a dispersar-se pelo campos alentejanos, e esta nova realidade que passa a assentar no cultivo, na força laboral da família é transmitida para a própria construção, deixando de parte a estrutura circular das pequenas cabanas, para acolher esta nova realidade arquitetónica. 

A família que já era a base da comunidade, torna-se a base do trabalho e na base da própria forma de organização estrutural, cultural e social.

Estes montes eram instalados principalmente junto de linhas de água permanente ou de várzeas, o que reforça a predominância do caracter agrícola ou agro – pastoril destes povoamentos.

Muitas destas técnicas de construção e da própria organização do espaço é importada do litoral, e aplicada numa zona onde eventualmente poderia não fazer grande sentido à primeira vista, mas que permitiu a criação de pequenas comunidades rurais auto sustentáveis e com modelos organizacionais próprios.
( Carlos Dias, Público )

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