sexta-feira, 5 de junho de 2015

"...estas coisas não se aprendem, nascem e morrem com a gente..."

























Manuel António Saldanha, também conhecido por Manuel António Césaro, nasceu no dia 29 de Outubro de 1923.
Até aos 40 anos foi trabalhador rural cá por Viana do Alentejo, depois foi para os lados de Lisboa, onde trabalhou sempre como servente e pintor até se reformar. Após a reforma, voltou para Viana do Alentejo e foi a partir daqui que nasceu esta apetência e gosto pelos trabalhos em madeira. Sem recorrer a qualquer tipo de máquina, tudo o que tem, foi ele que fez com as suas próprias mãos, socorrendo-se apenas da navalha e um pequeno serrote. Após visualizar uma determinada imagem, essa já não lhe saía da cabeça, até reproduzi-la em madeira, garantindo sempre as suas cores genuínas.
Hoje perto dos 92 anos, o Sr. Saldanha refere com mágoa que é a vista que o está a atraiçoar, não podendo assim continuar com as suas habilidades.
Num pequeno telheiro, esta coleção particular possui a temática essencialmente dos trabalhos e vivências agrícolas do Alentejo de outros tempos. Tarros em cortiça, alfaias e atividades esquecidas, refletem sem dúvida as memórias do Sr. Saldanha, que segundo ele “estas coisas não se aprendem, nascem e morrem com a gente”.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

1º Encontro de Colecionadores da vila de Alcáçovas

Inserido no Programa da Semana Cultural de Alcáçovas, vai realizar-se em 20JUN15 o 1ª Encontro de Colecionadores da vila das Alcáçovas, onde todos os tipos de colecções estarão representados.
Se és colecionador de Pacotes de Açucar, Selos, Moedas, Pins, Porta-chaves, Fitas de Pescoço, Isqueiros, Caricas, Canetas, Lápis, Galhardetes, Chávenas, Postais e outras,  aparece e vem conhecer Alcáçovas...
Abertura ao público a partir das 10H00, no Mercado Municipal de Alcáçovas.

RIbanho







Retirado do Blog http://ribanho.blogspot.pt/
                                                 Retirado do Blog http://ribanho.blogspot.pt/
RIbanho nasceu no início de 2003 a partir de um convite feito por António José Brito (então director do Diário do Alentejo) a Luís Afonso e a Carlos Rico para desenvolverem uma tira para a última página do jornal. Surgiu assim o pseudónimo LUCA, com as duas primeiras letras dos primeiros nomes dos autores.

Depois de terem criado as personagens em conjunto, dividiram tarefas: Luís escreveu semanalmente os textos, Carlos fez os desenhos e a tradução para alentejano (ainda que se exprima facilmente no alentejano falado, Luís Afonso tem alguma dificuldade em escrevê-lo).
Passados quase dez anos, a série terminou. Para evitar o fim definitivo deste projecto, os autores decidiram criar o Blogue do RIbanho, onde publicarão (por ordem cronológica) todas as tiras de RIbanho e muito material extra e inédito!
LUCA

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Viana do Alentejo em postais...









É a sede do concelho e uma vila de extraordinária importância na história de Portugal.
Situada entre Évora e Beja, desempenhou sempre um papel de destaque na defesa estratégica do nosso território.
O seu nome inicial era curioso e denunciava a vizinhança geográfica. Chamava-se, a povoação, Viana-a-par-de-Alvito, com o tempo o topónimo foi simplificado.

Em Viana do Alentejo, a indústria artesanal dominante é a OLARIA. Possuindo razoáveis filões de matéria-prima - o barro - e dada a grande utilidade dos artigos cerâmicos, a classe de oleiros desenvolveu-se, sendo já no século XVII uma das mais numerosas da vila.
A Olaria, é uma das mais antigas e tradicionais actividades da vila de Viana, lugar onde possui desde há muito, um vasto historial. Olaria com características próprias, bem diferentes dos centros seus vizinhos. A Olaria de Viana, foi sendo caracterizada através dos tempos pelo seu aspecto aparentemente grosseiro, devido à não existência nas suas peças de motivos decorativos, o que hoje em dia já não acontece.
Especializados em loiça utilitária, os oleiros percorriam os mercados e feiras da região divulgando a sua arte e transformando-a numa das principais riquezas da sua comunidade. Entre as peças de barro utilitárias fabricadas pelos oleiros de Viana, deve-se destacar os tradicionais alguidares vidrados, que se destinam, entre outras coisas, a ser utilizados nas tradicionais matanças do porco, as bilhas, barris e cântaros para armazenar a água, etc, ...

terça-feira, 2 de junho de 2015

Festival Islâmico de Mértola
















No Sul de Portugal, corre nas veias de muitos de nós o sangue Mouro dos nossos antepassados.
Basta ver os olhos castanhos das nossas mulheres para entender isso. E se provar a nossa comida, vai perceber que não difere dos outros povos mediterrânicos e que ambas as margens deste enorme mar têm ainda costumes muito idênticos.
E as nossas povoações? Muitas delas começam os nomes por "Al": Alcáçovas, Almodôvar, Alcácer, Alcoutim são exemplos disso mesmo...
E também todas as nossas povoações mais antigas têm núcleos urbanos sinuosos e estreitos, que são conhecidos por "Mourarias".
E a brancura das casas caiadas, as vestes negras das mulheres mais velhas, as lendas que nos falam de princesas mouras encantadas, os terraços e pátios interiores, os quintais com romãseiras, laranjeiras e limoeiros que são regados com água dos poços, extraida através de engenhos como Noras e Cegonhas?...
Tudo isso nos transporta aos tempos em que os reinos cristãos estavam confinados acima do Rio Douro...

Porque é este misto de culturas que faz de nós um povo imensamente rico, no fim de semana de 22 a 24MAI, Mértola tornou-se a capital Islâmica de Portugal.

Fotos gentilmente cedidas pelo nosso compadre José Manuel Costa.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia Mundial da Criança

 
Comemora-se hoje o Dia Mundial da Criança. Não das crianças de ontem, mas das crianças de hoje e com uma aposta forte nas crianças de amanhã.
Ser criança é brincar. A brincadeira é o trabalho da criança. É a brincar que a criança aprende a ser homem e constrói a sua personalidade.
As brincadeiras de hoje não são as brincadeiras de ontem. Não foi por acaso que escolhi apitos de barro de Estremoz, para ilustrar esta crónica. Com um apito destes podíamos imitar um pássaro, um polícia ou um árbitro. Dependia da nossa imaginação momentânea e daquilo que nos desse na real gana. Exercitávamos assim a nossa imaginação criadora e praticávamos o exercício da liberdade.
Outras brincadeiras e jogos eram colectivos: o jogo do botão, do pião, da bola, etc. Com eles, desenvolvíamos a nossa socialização e reforçávamos o espírito colectivo.
Coleccionávamos cromos da História de Portugal, das Raças Humanas, das Bandeiras do Universo, dos Trajes do Mundo. Era a nossa iniciação à leitura e à literatura, a nossa primeira abordagem à História de Portugal, a nossa partida à descoberta do mundo, de outros povos e de outros costumes.
Hoje em muitos casos não é assim. São as consolas, os jogos de vídeo, de computador e de telemóvel. Tudo envolvendo jogos que na sua esmagadora maioria foram concebidos para serem praticados individualmente, visando fomentar o individualismo e para programarem e vincularem os seus praticantes, a estereótipos de egoísmo, do salve-se quem puder, do vale tudo, da violência, do terror e do medo. É isso que interessa à sinistra alta finança mundial, que a nível global, controla os governos de cada país.
Não lhes interessa que haja cidadãos que se possam sentir homens livres, criativos, com carácter, com coragem, amantes da Paz, solidários com o próximo, com respeito pelo colectivo, que reconheçam o valor do esforço, do trabalho e do mérito. Isso para eles é subversivo. Para eles, interessa-lhes que em criança, os cidadãos sejam programados de maneira diferente.
Interessa-lhes cidadãos dóceis, submissos, governados pelo medo, obedientes, egoístas, sem respeito pelo colectivo e que aceitem acefalamente a violência e a guerra.
É preciso que os pais e educadores tenham cada vez mais consciência destes problemas e se empenhem em dar a volta a isto, para que a formação daqueles que serão os homens de amanhã, se possa efectuar sem desvios nem distorções.
Torna-se necessário retomar jogos e brincadeiras antigas, algumas das quais têm milhares de anos e adoptar outras novas, que ajudem a formar homens e mulheres de carácter, livres, verdadeiros, justos e solidários. Essa é uma revolução permanente que temos de tomar nas nossas mãos. É a nossa grande batalha pela cidadania. E havemos de vencer, porque quem não se rende, vence sempre.

 
 
Texto e fotos copiados do blog: http://dotempodaoutrasenhora.blogspot.pt/

Caminhada Solidária (30MAI15)












Organizada pela Associação Terra Mãe, com a ajuda dos guias locais do Projeto Alcáçovas Outdoor Trails, realizou-se no passado sábado, 30MAI15, na vila de Alcáçovas, uma caminhada solidária pelos Direitos das Crianças.
Com cerca de 40 participantes, fomos visitar a Horta Biológica Vale Bexiga e percorremos alguns kms em caminhos rurais. No final, cada criança participante recebeu um balão azul, que simboliza o desejo que todas as crianças do mundo têm o direito a ser felizes...

Nota: Nesta caminhada, as crianças participantes não foram obrigadas a cumprir horários, nem estiveram em actividades extra-curriculares. Limitaram-se a ser crianças e a ser felizes...
Em resumo: Uma manhã de liberdade... 
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