quarta-feira, 29 de março de 2017

Pedra Mármore



A PEDRA-MÁRMORE ALENTEJANA
Para falarmos do mármore alentejano, temos de recuar a um oceano antigo que aqui existiu há mais de cinco centenas de milhões de anos e admitir que houve, neste local do território, mas a uma latitude mais baixa (como a dos actuais mares tropicais), um mar litoral propício à proliferação de organismos, bem diferentes dos actuais, mas todos eles construtores de esqueletos de natureza calcária.
Foi durante a formação da grande cadeia de montanhas (orogenia varisca ou hercínica, de há 380 a 280 milhões de anos) que, a par de xistos, grauvaques, quartzitos e granitos (que formam a ossatura da Península Ibérica), nasceu o mármore, por transformação do dito calcário.
O mármore apresenta nova textura cristalina relativamente ao calcário que lhe deu origem. Os respectivos grãos minerais são aproximadamente todos do mesmo tamanho (equidimensionais), entre grosseiros e muito finos, e sem orientação.
Neste último caso (o do grão mais fino) constitui um material susceptível de ser esculpido em estatuária da mais delicada.
Os mármores calcíticos de Vila Viçosa, Borba e Estremoz, os de Viana do Alentejo ou os de Trigaches resultaram deste tipo de metamorfismo e fazem parte do conjunto de rochas pregueadas e metamorfizadas durante a citada grande orogenia do final da era paleozóica.
Menos importantes do ponto de vista económico, citam-se, ainda, os mármores de Sousel, Elvas, Escoural, Alvito e Ficalho. Merece, ainda, referência o mármore branco de Vimioso (esgotado), em Santo Adrião, no Nordeste transmontano.
(Prof. António Galopim de Carvalho)

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