sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Cegonha Branca no Cabo Sardão



































 
Passa pouco das seis da manhã quando rompe o dia e no ninho começa a agitação. Depois de uma noite calma na segurança das rochas é altura de um dos progenitores esticar as asas e ir em busca de alimento.
            A Cegonha Branca (ciconia ciconia) passa o Inverno em terras de África regressando todos os anos na Primavera para a reprodução. O casal mantém-se unido desde a primeira cúpula até à morte de um deles, podendo ultrapassar os vinte anos. Enquanto alguns ninhos apresentam três ou quatro ovos em incubação, outros há que já têm crias para alimentar, crias estas que abandonarão o ninho ao fim de três meses de vida. Os progenitores vão-se revezando entre as funções do ninho e as saídas para procurar alimento. Os campos agrícolas em redor dos ninhos são o local preferencial onde estas aves buscam alimento. Anfíbios, pequenos répteis e até insectos fazem parte da dieta da cegonha branca, que é a ave selvagem que melhor convive com a presença humana.
            O Cabo Sardão, na Costa Vicentina, é o único local conhecido no mundo onde as cegonhas nidificam em rochas. Sem uma explicação científica plausível, muitos casais construíram os seus ninhos à beira mar, nos topos de maciços rochosos, protegidos das águas agitadas. Os ninhos são construídos da mesma forma dos que são construídos em árvores e postes. Pequenos galhos trazidos pelo macho são engenhosamente entrelaçados pelo casal formando os grandes ninhos redondos que lhes fornecerão abrigo até à sua partida para África. Não obstante, os ninhos chegam a durar vários anos, recebendo várias vezes os casais de cegonhas.
            Ao anoitecer, o progenitor que está fora regressa ao ninho onde o casal e as crias vão passar mais uma noite em segurança, com o som das águas atlânticas a bater nas rochas lá ao fundo.
 
Texto e fotos gentilmente cedidas pelo compadre Bruno Andrade e retirados do seu blog: http://portugalatp.blogspot.pt/

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