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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Brotas





Situada numa elevação próxima do rio Divor, Brotas é uma freguesia do Concelho de Mora que dista aproximadamente 11km da sede concelhia. Com 83,15 km2 de área e um total de 451 habitantes (censos 2011), esta freguesia constituiu o Concelho de Águias até 1834, tendo passado no final do século XVIII para a atual povoação de Brotas.
O seu orago é Nossa Senhora de Brotas, culto que data do século XV. Segundo a tradição este culto teve origem na vila das Águias, mais propriamente no lugar de Brotas da Barroca, que se encontrava naquela altura completamente inabitável por ser extremamente húmido e constituído por uma grande cova cercada de ribanceiras, que a toponímia local designou de Inferno, Inferninho e Purgatório. A lenda conta que enquanto um pastor guardava ali a sua vaca, esta por descuido escorregou e foi estatelar-se morta no fundo dessa cova. Quando se apercebeu do sucedido, o pastor desprovido da sua principal fonte de rendimento para sustentar a sua família, confiou à Virgem o seu desgosto, implorando-lhe proteção. De seguida começou a esfolar o animal e já depois de lhe ter cortado a pata que se tinha partido com a violência da queda, apareceu-lhe a Virgem Santíssima que lhe recomendou serenidade e pediu que fosse dizer aos moradores das Águias para lhe construírem ali uma capela e disse que assim que voltasse encontraria a vaca viva. O pastor assim fez e quando regressou àquele local com os seus conterrâneos, a vaca já andava a pastar como se nada tivesse acontecido e da pata que lhe havia sido cortada apareceu feita uma imagem da virgem. Pouco antes de 1424 ali se ergueu a ermida, como simples comenda da Ordem Militar de São Bento de Avis e dependente da vila das Águias. E a imagem da Nossa Senhora de Brotas ali foi conservada, com cerca de um palmo e feita de osso, harmonizando-se perfeitamente com os dados da tradição.
O declínio da vila das Águias começou a acontecer quando, a pouco e pouco, o lugar de Brotas, local onde se edificou a ermida, se tornou uma povoação mais importante devido às constantes peregrinações ao Santuário de Nossa Senhora de Brotas. O crescente desenvolvimento religioso levou a que em 1535 o cardeal-infante D. Afonso, bispo de Évora, lhe concedesse independência eclesiástica, transferindo a sede paroquial de Águias, já muito decadente, para Brotas com o título de Nossa Senhora de Brotas.
Em frente ao templo estende-se a Rua da Igreja, onde as casas ainda apresentam os letreiros das confrarias a que pertenciam, de Setúbal, de Mora, de Lavre, e Cabeção e de Cabrela. Esta é portanto a parte da aldeia a que o povo chama de “Aldeia Velha”. A partir da primeira Guerra Mundial, os proprietários de uma herdade denominada Monte de Cima, fronteiro à “Aldeia Velha”, formaram uma outra aldeia a que os moradores chamaram de “Aldeia Nova”.
O Concelho das Águias ou Brotas foi extinto em 1834 e anexado ao de Mora. Quando o de Mora foi suprimido em 1855, Brotas passou para o de Montemor-o-Novo e nele se manteve até 1861, ano em que o Concelho de Mora foi restaurado.​
Texto: C.M. Mora.
Fotos gentilmente cedidas pela nossa comadre Matilde Gama.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Torre das Águias (Brotas)

                        Estrelas... sobre a Torre das Águias - Brotas (Mora)

A Torre das Águias localiza-se na antiga povoação de Águias, na freguesia de Brotas. Erguida a partir de 1520 por D. Nuno Manuel, guarda-mor do rei D. Manuel I, possivelmente sobre uma estrutura anterior, era utilizada para repouso dos fidalgos nas caçadas de grande montaria. 

Também se conjectura sobre a eventual ligação da edificação da torre ao culto de Nossa Senhora de Brotas.
Edifício de estilo manuelino, apresenta planta com formato quadrado de aproximadamente 18 metros de lado por cerca de 20 de altura, em alvenaria, silharia e cantaria de granito. 

Está dividido internamente em quatro pavimentos, nos quais se rasgam janelas também quadradas. O pavimento térreo é constituído por um amplo salão, coberto por abóbada de ogivas nervuradas; o segundo pavimento divide-se em salão nobre com um vasto fogo de chão e divisões contíguas; o terceiro e quatro pavimentos não apresentam divisões e têm a cobertura em abóbadas de cúpula abatida.
Classificada como Monumento Nacional em 1910, resistiu em tempos ao terramoto de 1755 e começou a degradar-se já no século XIX. Em 1946 sofreu intervenções de restauro, a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), tendo sido novamente intervencionada em 1978 com obras de consolidação e reconstrução de interiores.
Actualmente em avançado estado de degradação, carecendo de conservação urgente, encontra-se em mãos de particulares.

Informação: cm-mora.pt
Foto: Nuno Trindade Photography