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sábado, 14 de setembro de 2024

Vindimas 2024








 Crónicas do Vale Machoso (II Temporada - XII Capítulo)

Vindima 2024
O Vale Machoso realizou a sua vindima.
Tal como nas anteriores edições, tudo decorreu num ambiente de alegria, conduzido pela amizade, altruísmo e espírito de entreajuda.
A vindima é apenas o culminar do ano vitícola, existindo todo um percurso anterior e cujos contornos condicionam os resultados obtidos. Entre as adversidades e condicionalismos com que o viticultor se depara, nem todas encontram solução na proatividade humana, a qual não se encontra apta a medir forças com a mãe natureza.
A presente edição não trará saudades sob a perspectiva quantitativa, nem pelas inúmeras adversidades registadas ao longo deste percurso. Logo na fase inicial, observando a evolução do desenvolvimento vegetativo das videiras se percebeu que a produção não iria ombrear com as dos últimos anos, as quais vinham registando aumento gradual e consecutivo, mas sobretudo qualitativo.
As condições climatéricas primaveris foram adversas, contudo as suas consequências foram colmatadas na plenitude pela ação do viticultor, com aplicações fitofarmacológicas precisas, corretas e realizadas em tempo útil. Os dias de calor atroz sentidos na região no mês de julho trouxeram as suas consequências, produzindo o fenómeno designado por escaldão, dissecando parte substancial dos cachos, na ordem estimada dos 15%.
Entrando na fase de maturação, revelou-se necessário a introdução de mecanismos defensivos contra as incontroláveis pragas de javalis que assolam a região, por forma a evitar a vindima antecipada e por estes realizada. Atingimos um ponto em que a vinha exposta e sem proteção contra os javalis, acarreta a perda total da produção vitícola.
Não foi fácil percorrer este percurso deveras sinuoso, porém e ainda assim a produção decaiu 1/3 (33,33%) comparativamente com a do ano transato, o que se constitui num brilharete por analogia com outros viticultores amigos, cuja quebra foi total (100%) ou superior a 50%. O álcool provável atingiu os 13º, satisfatório nos parâmetros requeridos para vinho tinto. Relativamente a questões qualitativas, relego essa pronúncia para momento posterior, após degustar o produto final que daqui venha a resultar, apesar de ter ideia formada nessa matéria.
Apesar de todos estes descalabros, a grande mágoa que me invade o espírito prende-se com a impossibilidade da chegada da primeira talha do característico, afamado e mui apreciado Vinho do Gavião, projeto que o Vale Machoso assumiu de corpo e alma e cuja conclusão se ambiciona.
O sucesso do projeto encontra-se assegurado, todavia falta a sua materialização através da vinificação da primeira colheita. Até determinada altura, recorrendo a uma pequena talha tal figurava-se possível, contudo face à ocorrência do escaldão a esperança foi deitada por terra.
Nestas videiras a quebra não foi na ordem dos 15%, mas eventualmente dos 85%, uma vez que as plantas são jovens e por essa via bastante susceptíveis aos efeitos do fenómeno, não conferindo através da sua folhagem qualquer proteção aos cachos que se encontravam na sua larga maioria próximos ao solo.
Face ao aqui descrito, não resta outra solução que não seja o conformismo face aos condicionalismos, com a consciência tranquila que nada mais estaria ao alcance da ação do viticultor, do que aquilo que foi efetivamente feito.
Outros anos e outras colheitas se seguirão, certamente capazes de votar ao esquecimento as menos conseguidas. Este é o espírito que nos move e nunca nos fará desistir, ainda que as circunstâncias se venham a agudizar no futuro. Relegado o plano vitícola, entramos agora no vinícola, pacientemente aguardando pelo dezembro que nos trará o tão almejado Vale Machoso-Colheita 2024!!!

Texto e fotos da autoria do nosso compadre Rui Delgado.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Praia Fluvial do Alamal












Foto reportagem: Praia Fluvial do Alamal.

 Praia e campo, uma combinação perfeita com uma paisagem espetacular sobre o Rio Tejo e o castelo de Belver.

Visitem o Alentejo.
Fotos e texto: Nela Gargaté, ( Captar AlémTejo )

domingo, 1 de setembro de 2024

A Primorosa Campanha do Figo prossegue...





 A primorosa campanha do figo prossegue de vento em popa, irmãos meus!!!

“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", lei de Lavoisier e slogan da Destilaria Vale Machoso.

Texto e fotos: Rui Delgado.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

sábado, 17 de agosto de 2024

Tomatadas








 Crónicas do Vale Machoso (II Temporada - IX Capítulo)

O Vale Machoso em prol das variedades regionais
O Vale Machoso desenvolve a sua atividade hortícola, focado em objetivos que extravasam o mero consumo ou complemento da economia familiar. Em larga medida, complementa estes dois objetivos com a salvaguarda das nossas variedades regionais, aquelas que chegavam à mesa dos nossos antepassados, providas de odores e sabores amplamente diferenciados.
A prática de selecionar e guardar as próprias sementes desenraizou-se do seio da horticultura familiar, sendo substituída pelo recurso ao mercado, o qual impõe ao hortelão variedades maioritariamente importadas e limitadas na sua diversidade.
Questiono se, eventualmente já constataram que adquirem sempre as mesmas variedades ao longo do ano, limitadas a duas ou três em cada cultivar, quando não se trata apenas de uma só. Sempre a mesma variedade, as mesmas características, o mesmo sabor.
As variedades regionais, presentemente enfrentam um processo de extinção em massa, estimando-se que 75% da biodiversidade hortícola esteja extinta. É contra este descalabro que o Vale Machoso de insurge, peremptoriamente rejeitando a ditadura do mercado, recolhendo e replicando as nossas variedades regionais. Para o efeito constituiu o seu próprio banco de sementes, onde deposita as variedades angariadas nesta região. Trabalho que não se afigura fácil, pois trata-se de um tesouro vivo que requer manutenção e salvaguarda permanente, atendendo ao facto da capacidade germinativa das sementes ser limitada no tempo.
Hoje apresento-vos a "Tomata". Variedade regional de grandes dimensões e dotada de sabor peculiar, próprio e característico da sua essência. Entre outros atributos, possuí a faculdade de nos fazer regredir no tempo, aquele em que as hortícolas que chegavam à mesa eram providos das hortas dos nossos pais ou avós. Encontra-se afeta ao acervo do banco de sementes do Vale Machoso e, como não poderia deixar de o ser, os melhores exemplares são excluídos do consumo e destinados à recolha de sementes. Foram três baldes numa manhã, um de tomatas e outros dois de xuxas, pois apesar de tudo e da clara opção pelas variedades regionais o Vale Machoso não é fundamentalista, estando aberto à introdução de novas variedades.
As recolecção prossegue a grande ritmo, superando em larga escala as necessidades de consumo. Todavia, a questão excedentária encontra-se em fase de resolução, pois o Vale Machoso dentro em breve irá inaugurar o seu galinheiro em modo de produção biológico, o qual será gerido em perfeita consonância com a sua horta.
Este é o Vale Machoso, a horta que procura ir além daquele que é o seu próprio espaço físico, pois parar é desistir. Porém, interiorizem irmãos meus, desistir é manifestamente impossível!!!

Texto e fotos da autoria do nosso compadre Rui Delgado.

domingo, 4 de julho de 2021

Enxertias...





 Enxertias Rui Delgado – Um sucesso comprovado.

O Vale Machoso em prol das variedades regionais.
Irmãos, o Vale Machoso deu mais um importante passo num trajeto difícil e sempre sinuoso, regredindo no tempo ao reencontro do outrora característico, afamado e mui apreciado “Vinho do Gavião, hoje no limiar da extinção.
Todas estas enxertias foram realizadas no ano em curso, sobre as quais se revela seguro afirmar que estão coroadas pelo sucesso. Trata-se de uma das mais raras castas regionais gavionenses, nem mais nem menos que a “Ratinha”, cujas pormenorizadas buscas apenas permitiram identificar três cepas, todas elas em estado bastante debilitado. Urgia assim propagar a casta, por forma a assegurar a futura recolha de material vegetativo, pelo que para além das três cepas identificadas, existe neste momento a garantia da existência de outras seis, algumas demostrando um vigor estrondoso, o qual lhes é conferido por longevos porta enxertos, que por vezes apresentam dificuldades em receber enxertia.
No momento, de todas as castas regionais que serviam de matéria-prima ao “Vinho do Gavião”, o Vale Machoso não dispõe apenas do “Alvo”, casta tão rara quanto a “Ratinha”, que fruto de vicissitudes do destino não foi possível recolher garfos na época própria, mas também é certo que tal não voltará a suceder pois nesse sentido os cuidados serão redobrados no próximo ano, constituindo-se este num objetivo imperioso. Propagando o “Alvo”, o Vale Machoso assegura a plenitude das castas regionais Gavionenses, pelo que poderá em caso de necessidade desenvolver o seu vinhedo destinado à produção do “Vinho do Gavião”, recorrendo em exclusivo a meios próprios.
O caminho faz-se caminhando e o Vale Machoso atingiu já o ponto sem retorno, diretamente ao reencontro do outrora característico, afamado e mui apreciado “Vinho do Gavião”.
Texto e fotos da autoria do nosso compadre Rui Delgado.

sábado, 19 de junho de 2021

Feijão Frade Assario





 

O Vale Machoso em prol das variedades regionais.
Feijão Frade Assario, mais um ano em luta pela preservação desta variedade regional de excelência e elevado potencial gastronómico. Na realidade, o Assario não é mais que uma variedade dita de cara branca, mas de calibre grado.
Outrora comum, sensivelmente até ao início da década de setenta do século passado, em tempos que se realizavam searas de feijão frade nos latifúndios da nossa região, a variedade foi perdendo protagonismo e enfrenta hoje sério risco da extinção, pelo menos no contexto regional.
Apesar de terem surgido alguns relatos sobre o Assario, por momentos pensei que este subsistisse apenas em memórias, pois não foi nada fácil a obtenção da variedade, o que apenas se revelou possível após muita persistência e alguma sorte à mistura. Faz alguns anos, esta foi-me disponibilizada por pessoa que a angariou junto de um hortelão de idade avançada que ainda a mantinha no regadio de Margem. É hoje uma das variedades de eleição que se encontram afetas ao banco de sementes do Vale Machoso, a qual tem sido preservada ano após ano com todo o afinco e determinação. A primeira prioridade desta sementeira é a manutenção da variedade, só após e de forma meramente acessória será equacionado o consumo.
A prática de adquirir sementes no mercado em detrimento de as replicarmos nós mesmos, não foi mais que uma certidão de óbito para a esmagadora maioria das variedades regionais, as quais, mesmo na horticultura tradicional e familiar foram assim substituídas por variedades importadas, uniformes e de quase nula diversidade.
Tenho vindo a ceder alguns feijões a amigos com o intuito de ressuscitar a variedade, neste contexto, lamento afirmá-lo com muita frustração minha, pois a prática de guardar sementes para semear no próximo ano encontra-se completamente desenraizada. Nesta matéria, talvez só seja possível alguma evolução através de um processo reeducativo, ou, embora esse não seja certamente um cenário aprazível, por necessidade básica e falta de alternativas.
Face à previsibilidade e consequências das alterações climáticas, o feijão frade foi já apontado como uma das culturas do futuro, atendendo à sua resistência a pragas, seca e outros acidentes climatéricos, reduzidas necessidades hídricas e nutricionais, bem como tolerância da cultura a solos ácidos, esgotados ou tidos por não férteis, nos quais muitas culturas definhariam ou não seriam produtivas do ponto de vista económico.
Quando aí chegarmos, certamente que as variedades regionais que ainda subsistam irão renascer das cinzas e, eventualmente, venham a ser reconhecidas como um tesouro da humanidade que nos foi legado pelos nossos antepassados, uma vez que ao longo de séculos estas variedades foram sujeitas a processo seletivo realizado por hortelões, que lhes conferiu resistências e valências próprias, as quais lhes permitem suportar as adversidades com que são confrontadas no seu meio natural.
O que verdadeiramente está em causa não será ressuscitar o passado, mas ao invés precaver o futuro, pelo que o Vale Machoso reitera o seu compromisso em se manter nesta luta, vital e decisiva em prol das variedades regionais, odores e sabores de outros tempos, pois parar é desistir e desistir é manifestamente impossível !!!

Texto e fotos da autoria do nosso compadre Rui Delgado,
( Vale Machoso- Gavião )


quinta-feira, 22 de abril de 2021

Já cá Canta !...





 Irmãos, a primeira dose já cá canta !!!

Nos últimos dias, com grande regozijo pude constatar em várias publicações realizadas nesta rede social, a efusiva alegria de muitos dos meus estimados concidadãos a quem lhes foi administrada a primeira dose. Momento que registaram, cuja cordialidade tiveram para connosco em aqui partilhar.
Seguindo esta conduta, não poderia deixar também de partilhar convosco a toma da minha primeira dose. Fazendo jus ao velho ditado, "de médico e louco, todos temos um pouco", neste caso nem foi necessária a intervenção de médico ou enfermeiro especializado, pois eu mesmo a autoadministrei, como facilmente poderão constatar.
Quanto ao fabricante, desistam de equacionar se a opção recaiu sobre a Pfizer, Moderna ou mesmo a AstraZeneca, uma vez que foi privilegiada a produção nacional através de uma entidade cujo sucesso farmacêutico dos seus produtos é de todos sobejamente conhecido, nem mais nem menos que a "Destilaria Vale Machoso".
Apesar de ser um produto 100 % seguro, deverá ainda assim existir algum cuidado com o potencial surgimento de efeitos secundários, como perda momentânea de equilíbrio, dor de cabeça ou secura registadas no dia seguinte à administração, porém tal só sucederá em casos de manifesta sobredosagem.

Texto e fotos da autoria do nosso compadre Rui Delgado, Vale Machoso, Gavião.