Montaña, valle, bosque y mar
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domingo, 5 de maio de 2024
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
Aldeia da Roupa Branca
Ai rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Roupa no monte a corar,
Vê lá bem tão branca e leve,
Dá ideia a quem olhar,
Vê lá bem que caiu Neve.
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Roupa no monte a corar,
Vê lá bem tão branca e leve,
Dá ideia a quem olhar,
Vê lá bem que caiu Neve.
Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Ver a aldeia, traz a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Água fria que o sol aqueceu,
Ver a aldeia, traz a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Ai rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Olha ali um enxoval,
Feito com luzes brancas,
Parece um Pombal,
Cheio de pombas brancas.
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Olha ali um enxoval,
Feito com luzes brancas,
Parece um Pombal,
Cheio de pombas brancas.
Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Ver a aldeia, traz a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Água fria que o sol aqueceu,
Ver a aldeia, traz a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Ai rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Um lençol de pano cru,
Vê lá bem tão lavadinho,
Dormimos nele, eu e tu,
Vê lá bem, ficou de linho.
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Um lençol de pano cru,
Vê lá bem tão lavadinho,
Dormimos nele, eu e tu,
Vê lá bem, ficou de linho.
Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Ver a aldeia, traz a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Água fria que o sol aqueceu,
Ver a aldeia, traz a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.
Letra : " Aldeia da Roupa Branca " -
Interprete: Beatriz Costa
Fotos: Artesanato do Atelier Pára e Pensa, Alcáçovas
sábado, 29 de agosto de 2020
O Mar...
" O Mar "
Não é nenhum poema
O que vos vou dizer
Nem sei se vale a pena
Tentar-vos descrever
O mar, o mar
E eu aqui fui ficando
Só para o poder ver
E fui envelhecendo
Sem nunca o perceber
O mar, o mar
" O Mar " - Madredeus
https://www.youtube.com/watch?v=YSe35k04UWc
terça-feira, 28 de janeiro de 2020
Vila de frades, onde as adegas são catedrais
Um sangue rubro dessa sua cor
O seu perfume no seu paladar
Canta o Alentejo os seus sabores
Esse desejo de saber cantar
Vila de Frades já não tem abades
Mas tem adegas que são catedrais
Os seus palhetes são brilharetes
São de beber e chorar por mais
São de beber e chorar por mais
Nossas gargantas são o seu caminho
Cantam os melros cantam os pardais
Cantamos nós à festa do vinho
Vila de Frades já não tem abades
Mas tem adegas que são catedrais
Os seus palhetes são brilharetes
São de beber e chorar por mais
Pacata pura sem grandes alardes
Também outrora tomada à moirana
Branca e singela é Vila de Frades
Nesta planície linda alentejana
Vila de Frades já não tem abades
Mas tem adegas que são catedrais
Os seus palhetes são brilharetes
São de beber e chorar por mais
Cancioneiro Popular Alentejano
terça-feira, 25 de abril de 2017
25 de Abril
O Alentejo sempre foi terra de contrastes...
A própria paisagem é vitima da rudeza do clima, muito frio de Inverno, extremamente quente no Verão.
Ao longo de séculos foi assim: as grandes propriedades, vulgarmente chamadas de "Latifúndios", foram pertença de algumas famílias importantes e, a restante população, a maioria deles eram pobres camponeses reduzidos á condição de servos, com a finalidade de labutar de Sol a Sol...
É por isso que a culinária alentejana é tão rica, de simples que é: Pão, Azeite e Alho, com variadas ervas á mistura, são os ingredientes principais dos pratos das nossas gentes e serviram lindamente para enganar a fome a muitas gerações de trabalhadores alentejanos.
Quando se deu o 25 Abril, esta população apoiou sem qualquer reserva a Revolução...
E nunca poderia ser de outra forma pois, desde o principio dos anos 60, muitos Portugueses, para fugir á fome e pobreza extrema tinham de emigrar ou, pior ainda, para fugir á Guerra Colonial, tinham de passar a salto a fronteira e procurar destinos que os aceitassem como refugiados "políticos"ou que fechassem os olhos a estes "ilegais" vindos de Portugal.
No periodo do PREC, prometeu-se a "Terra a quem a trabalha" e os alentejanos acreditaram na Reforma Agrária, movimento que gerou muita esperança num futuro melhor...
Cometeram-se excessos nessa época, sem sombra de dúvida. Mal preparados, os alentejanos tomaram as rédeas dos latifúndios e salvo raras excepções, as UCP's ( Unidades Colectivas de Produção ) acabaram por se extinguir ao fim de poucos anos...
E em 1977, a Lei Barreto deu um valente empurrão para devolver as terras aos seus antigos donos, dando a machadada final á Reforma Agrária...
No principio dos anos 80 Portugal entrou na CEE e, de repente, vieram dinheiros para investir em novos negócios e potencializar a riqueza comum...
Novamente, com meritórias excepções, este dinheiro foi parar ás mãos erradas, a de gente que o gastou mal gasto e não o aplicou como devia de ser...
Ao povo alentejano, chegaram algumas migalhas desse imenso bolo, que contribuiu sem dúvida alguma para melhorar as condições de vida das aldeias, vilas e cidades alentejanas, mas numa parcela insignificante. Infelizmente, a maior parte do dinheiro ficou nos bolsos de gente que não o merecia e não soube aproveitar a oportunidade para gerar prosperidade e riqueza comuns...
Depois, a partir dos anos 2000, foi o descalabro: os anteriores latifundiários, descapitalizados, foram vendendo as suas herdades a gente de fora, investidores capitalistas na sua maioria, que não conhecem o Alentejo, estão a marimbar-se para as suas gentes e tradições e que, ávidos de lucro fácil, estão preparados para o estragar em poucos anos.
A difusão de canais de irrigação, com origem na Barragem do Alqueva, permitiu que toda uma imensa parcela alentejana se tornasse área de plantações intensivas, com tudo o que há de negativo nestas coisas, desde o aparecimento de alguns casos de escravatura de seres humanos, monoculturas de um determinado tipo de alimento e intensiva poluição ambiental, derivado do uso de agroquimicos sem controlo algum.
E, cada vez mais, o Alentejo profundo está cada vez mais despovoado. Se não fossem os empregos públicos, a situação ainda seria mais desastrosa. Desde 2008, com o desinvestimento social que se seguiu á Crise económica, muitos jovens com educação superior fizeram as malas e partiram...
Eram a esperança na renovação do tecido social alentejano e, em vez disso, estão espalhados por esse mundo fora...
Hoje, o Alentejo continua a ser uma região pobre, desertificada e com a mais alta taxa de desemprego do país !...
Os antigos Montes, outrora cheios de vida, estão em ruínas e, ainda por cima, os latifúndios estão a ficar nas mãos de gente que não deseja o contacto com os habitantes locais.
Tratam-se de Empresas Gestoras de Capitais: Compram, recuperam, têm administradores designados que gerem as propriedades, mas depois, salvo as honrosas excepções, o seu contributo para a prosperidade local é o pagamento do IMI e pouco mais...
Neste momento, nascem vedações em toda a imensa planura alentejana. Estamos a ficar cercados dentro das nossas aldeias e vilas e ninguém faz absolutamente nada para impedir os donos destas enormes propriedades de se apropriarem de caminhos rurais que sempre foram públicos e que serviram durante séculos para permitir a passagem de gentes e bens entre as diversas localidades.
Dizem que é por causa dos roubos de Cortiça e Gado. Que é por causa da Industria Cinegética. Que não querem ninguém a travessar as suas propriedades...
São milhares de hectares de terra onde só se pode entrar com autorização, áreas práticamente independentes dentro do Alentejo, completamente vedadas e por onde não se podem utilizar os antigos caminhos públicos.
Mas nem tudo é negativo:
Continuaremos a ter esperança no Futuro...
Com a crise, muitos jovens citadinos estão a regressar ás origens de seus pais e avós. Esta malta está a criar pequenos negócios locais, a ter filhos e, aos poucos, estão a ajudar a recuperar o tecido social alentejano...
Depois de tudo o que os nossos bisavós, avós e pais passaram, o subconsciente colectivo alentejano é indomável. Haverão decerto muitas outras lutas e muitos outros recomeços para o Alentejo e seu povo !...
Cabe a cada um de nós fazer a sua própria revolução silenciosa.
Cabe a cada um de nós contribuir com o seu esforço para tornar as nossas vilas e aldeias espaços melhores para se viver...
A União faz a Força !...
Abril Vencerá !...
O Hino da Revolução dos Cravos é nossa homenagem aos companheiros e companheiras que lutaram e sofreram no passado para que hoje houvesse um futuro melhor:
Grândola, vila morena,
Terra da fraternidade,
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade.
Dentro de ti, ó cidade,
O povo é quem mais ordena,
Terra da fraternidade,
Grândola, vila morena.
Em cada esquina um amigo,
Em cada rosto igualdade,
Grândola, vila morena,
Terra da fraternidade.
Terra da fraternidade,
Grândola, vila morena,
Em cada rosto igualdade,
O povo’é quem mais ordena.
À sombra duma azinheira,
Que já não sabia a idade,
Jurei ter por companheira,
Grândola’a tua vontade.
Grândola’a tua vontade
Jurei ter por companheira,
À sombra duma azinheira,
Que já não sabia a idade.
( Zeca Afonso)
Fotos e gravuras retirados aleatóriamente da Internet.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense
Em 1964, a Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (SMFOG) convidou José Afonso para ali actuar, na comemoração do seu 52.º aniversário. José Afonso, segundo o próprio, ficou «brutalmente satisfeito» com o convite da «Música Velha» (outro nome da SMFOG). Descreveu assim aquela Colectividade: «Local obscuro, quase sem estruturas nenhumas, com uma bibilioteca de evidentes objectivos revolucionários, uma disciplina generalizada e aceite entre todos os membros, o que revelava uma grande consciência e maturidade políticas».
Quatro dias depois do espectáculo, José da Conceição, um dos organizadores da sessão de Grândola, recebeu de José Afonso uma missiva com um poema dedicado à SMFOG, lido publicamente na sala desta Colectividade, em 31 de Maio de 1964. Tratava-se de «Grândola, vila morena», poema que teve quatro versões, a primeira das quais com três quadras. A última quadra desapareceria na segunda versão.
«Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Capital da cortesia
Não se teme de oferecer
Quem for a Grândola um dia
Muita coisa há-de trazer»
Copiado integralmente do blog da nossa comadre Irene Pimentel:
sábado, 21 de novembro de 2015
Oh Beja, terrivel Beja...
"Oh Beja, terrível Beja
Beja da minha desgraça
Eram três horas da tarde
Quando lá assentei praça"
Deram-me a guia de marcha
Para o comboio apanhar
Vou p´rá tropa, e não queria
Vou p´rá vida militar
Adeus terra, adeus amigos
Não sei para que guerra vou
Dizem que lá me faço homem
Não os entendo, já sou
Senhor Alferes, capitão
Mas que ofício tão ruim
Não fazem crescer um grão
Esmagam o alecrim
Obrigam-me a marcar passo
É contra a minha vontade
Só quero as guerras que faço
P´ra guardar a liberdade
Letra da canção de Vitorino : "Oh Beja, terrivel Beja", album: "Os Malteses".
Vitorino nasceu numa família de músicos, no Redondo. Desde que nasceu que ouvia música em sua casa, tocada pelos seus tios, tendo sido sempre neste ambiente que cresceu, bem como os seus quatro irmãos, todos igualmente músicos. Vitorino é o terceiro dos cinco; o cantor Janita Salomé é o quarto.
Conheceu Zeca Afonso, de quem se tornou amigo, quando estava a fazer a recruta no Algarve. Fixou-se em Lisboa a partir dos 20 anos, onde se associou à noite, às tertúlias e aos prazeres boémios. Em 1968 entrou para o Curso de Belas Artes, mas já antes disso tinha começado a pintar.
Emigrado em França, estudou pintura e, para sobreviver, lavou pratos em restaurantes. Foi aqui que um amigo lhe disse que se ganhava mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos. Experimentou: era verdade. Largou os pratos e agarrou na guitarra.
Também em Paris se juntou, entre outros, com Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados.
Colaborou em discos de José Afonso, Coro dos Tribunais, e Fausto. Actuou no célebre concerto de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos Recreios. Lançou nesse ano o seu primeiro single: Morra Quem Não Tem Amores.
Participou no disco Cantigas de Ida e Volta conjuntamente com outros nomes como Fausto, Sheila e Sérgio Godinho.
Em 1975, estreou com o seu primeiro disco que incluía uma das canções mais importantes do imaginário português: “Menina estás à janela”. No álbum Semear Salsa ao Reguinho aparecem ainda canções como “Cantiga d'um Marginal do séc. XIX”, “A primavera do Outono”, “Cantiga de Uma Greve de Verão” e “Morra Quem Não Tem Amores”.
Em 1977 foi editado o disco Os Malteses que inclui “Oh Beja, Terrível Beja”, uma evocação ao tempo em que cumpriu o serviço militar obrigatório naquela cidade. Vitorino foi também o produtor do disco Ó Rama Ó Que Linda Rama de Teresa Silva Carvalho, editado nesse ano.
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Redondo
Local:
7800 Beja, Portugal
domingo, 4 de outubro de 2015
A gente não lê...
Hoje é dia de eleições em Portugal...
O nosso futuro depende dos nossos votos.
Votar é um Dever Cívico de todos nós, não deixes outros decidirem por ti...
Não fiques em casa, o teu voto pode fazer a diferença !...
Isabel Silvestre - "A gente não lê "
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a Deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de leziria
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleira
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem"
Letra: Carlos Tê. Musica: "A gente não Lê", de Rui Veloso
http://letras.mus.br/rui-veloso/66288/
sábado, 19 de setembro de 2015
Compadre Alentejano
"Terra de grandes barrigas,
Onde há tanta gente gorda,
Às sopas chamam açorda
E à açorda chamam-lhe migas;
Às razões chamam cantigas,
Milhaduras são gorjetas,
Maleitas dizem maletas,
Em vez de encostas, chapadas,
Em vez de açoites, nalgadas
E as bolotas são boletas.
Terra mole é atasquêro,
Ir embora é abalári,
Deitar fora é aventári,
Fita de couro é apero;
Vaso com planta é cravêro,
Carpinteiro é abegão,
A choupana é cabanão
E às hortas chamam hortejos
Os cestos são cabanejos
E ao trigo chama-se pão.
No resto de Portugáli
Ninguém diz palavras tais;
As terras baixas são vais
Monte de feno é frascáli
Vestir bem parece máli
À aveia chamam cevada
Ao bofetão orelhada
Alcofa grande é gorpelha
Égua lazã é vermelha
Poldra “isabel” é melada.
Quando um tipo está doente
Logo dizem que está morto.
A todo o vau chamam porto
Chamam gajo a toda a gente
Vestir safões é corrente
Por acaso é por adrego,
Ao saco chamam talego
E, até nas classes mais ricas
Ser janota é ser maricas
Ser beirão é ser galego.
Os porcos medem-se às varas,
O peixe vende-se aos quilos
E a gente pasma de ouvi-los
Usar maneiras tão raras;
Chamam relvas às searas
Às vezes, não sei porquê
E tratam por vomecê
Pessoas a quem venero;
“não quero” dizem “na quero”
“eu não sei” dizem “ê nã sê”!"
Onde há tanta gente gorda,
Às sopas chamam açorda
E à açorda chamam-lhe migas;
Às razões chamam cantigas,
Milhaduras são gorjetas,
Maleitas dizem maletas,
Em vez de encostas, chapadas,
Em vez de açoites, nalgadas
E as bolotas são boletas.
Terra mole é atasquêro,
Ir embora é abalári,
Deitar fora é aventári,
Fita de couro é apero;
Vaso com planta é cravêro,
Carpinteiro é abegão,
A choupana é cabanão
E às hortas chamam hortejos
Os cestos são cabanejos
E ao trigo chama-se pão.
No resto de Portugáli
Ninguém diz palavras tais;
As terras baixas são vais
Monte de feno é frascáli
Vestir bem parece máli
À aveia chamam cevada
Ao bofetão orelhada
Alcofa grande é gorpelha
Égua lazã é vermelha
Poldra “isabel” é melada.
Quando um tipo está doente
Logo dizem que está morto.
A todo o vau chamam porto
Chamam gajo a toda a gente
Vestir safões é corrente
Por acaso é por adrego,
Ao saco chamam talego
E, até nas classes mais ricas
Ser janota é ser maricas
Ser beirão é ser galego.
Os porcos medem-se às varas,
O peixe vende-se aos quilos
E a gente pasma de ouvi-los
Usar maneiras tão raras;
Chamam relvas às searas
Às vezes, não sei porquê
E tratam por vomecê
Pessoas a quem venero;
“não quero” dizem “na quero”
“eu não sei” dizem “ê nã sê”!"
de António Pinto Basto, Rosa Branca
domingo, 5 de julho de 2015
Os Vampiros...
No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Letra da musica "Os Vampiros" cantada por Zeca Afonso.
Foto do compadre Pedro Penito, extraída do seu blog: http://blog.5dias.net/
Homenagem ao Povo Grego, que hoje está a escolher o futuro dos seus filhos e netos e, por consequência lógica, o futuro dos nossos filhos e netos...
sexta-feira, 24 de abril de 2015
Abril
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Letra: Zeca Afonso
sábado, 17 de maio de 2014
Ó mei' tostão...
Ó mei'tostão,
deixa lá passar a gente!
cada vez tenho mais notas,
cada vez 'stou mais contente!
Ó mei'tostão,
deixa lá passar quem passa!
cada vez tenho mais notas,
cada vez tenho mais massa!
A Troika vai hoje deixar formalmente Portugal! Já era hora!...
Vão e nunca mais voltem...
Para acompanhar esses senhores na sua viagem de regresso, dedicamos a essa gente, embora não o mereçam, esta letra que em tempos não muito distantes, os trabalhadores alentejanos cantavam para alegrar a sua dura labuta diária...
Desenho e letra retirados do blog do nosso compadre José Rabaça Gaspar:
http://www.joraga.net
deixa lá passar a gente!
cada vez tenho mais notas,
cada vez 'stou mais contente!
Ó mei'tostão,
deixa lá passar quem passa!
cada vez tenho mais notas,
cada vez tenho mais massa!
A Troika vai hoje deixar formalmente Portugal! Já era hora!...
Vão e nunca mais voltem...
Para acompanhar esses senhores na sua viagem de regresso, dedicamos a essa gente, embora não o mereçam, esta letra que em tempos não muito distantes, os trabalhadores alentejanos cantavam para alegrar a sua dura labuta diária...
Desenho e letra retirados do blog do nosso compadre José Rabaça Gaspar:
http://www.joraga.net
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Na Ilha Do Pessegueiro
Depois de ver estas fotos gentilmente cedidas pela comadre Florbela Vitorino, tiradas este Verão na ilha do Pessegueiro, juntinho a Porto Côvo, veio-me á lembrança a letra duma sobejamente conhecida canção do Rui Veloso: "Porto Covo"
Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,
No calmo improviso do poente
Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no brazeiro
Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do estivo
Devolve-me à lembrança o Alentejo
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo.
E, já agora, vou partilhar convosco uma Lenda daquela região do Litoral Alentejano:
A tradição guarda a lenda do milagre de Nossa Senhora da Queimada.
Conta-se que em meados do século XVIII chegaram à ilha piratas do Norte de África e que ali só encontraram um ermitão. Este, decidido a defender uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora que tinha à sua guarda, enfrentou os piratas acabando por ser assassinado. Depois de saqueare
m o que existia na capela, os piratas atiraram para as chamas a imagem da santa.

Após a retirada dos piratas, os habitantes de Porto Covo vieram à ilha e deram uma sepultura cristã ao eremita. Não vendo a imagem da santa, procuraram-na por toda a ilha, acabando por encontrá-la miraculosamente intacta, sem qualquer dano, no meio dos restos de uma moita queimada.
O povo de Porto Covo, apercebendo-se do milagre, recolheu a imagem e colocou-a numa nova ermida que ergueu no continente, a cerca de 1 km de distância da ilha. Passou a ser conhecida como a Capela de Nossa Senhora da Queimada, local de grande veneração pela população da região.
O povo de Porto Covo, apercebendo-se do milagre, recolheu a imagem e colocou-a numa nova ermida que ergueu no continente, a cerca de 1 km de distância da ilha. Passou a ser conhecida como a Capela de Nossa Senhora da Queimada, local de grande veneração pela população da região.
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Porto Côvo
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