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sexta-feira, 3 de abril de 2020
Montes Alentejanos
O aparecimento do tipo de construção a que hoje chamamos o “monte alentejano” tem as suas origens no início da I Idade do Ferro, século VII a. C. e surge na sequência de deslocações maciças de pessoas dos grandes povoados, que marcaram a estrutura da sociedade durante a Idade do Bronze, e que se dispersaram pelo interior do sudoeste peninsular. Fizeram-no em revolta contra um novo modelo da sociedade trazido pelos fenícios e que esboçava já o que haveria de ser o Estado.
(...)
( Carlos Dias, Público )
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
Montes alentejanos- História
Grande parte do que hoje conhecemos como Península Ibérica, estava sobre a influencia dos Fenícios que tinham na península uma base importante na sua rota de comercio. Estes foram um dos primeiros povos da península a tentar criar algo semelhante a um Estado, onde as regras fossem similares entre os diferentes povos que coabitavam esta região.
Com mais de 2500 anos o Monte Alentejano teve a sua maior influência na arquitetura mediterrânica instituída (em boa parte) pelos fenícios, onde se dava grande importância à privacidade do espaço, estando centrado sobre os pátios o que garantia que estariam salvaguardados dos olhares indiscretos de possíveis mirones.
Existe nisto tudo isto um sentido de contraditório, uma vez que no atual Alentejo (e no da altura) nas paisagens de perder a vista os vizinhos mais próximos podem estar a dezenas de quilómetros.
Existe nisto tudo isto um sentido de contraditório, uma vez que no atual Alentejo (e no da altura) nas paisagens de perder a vista os vizinhos mais próximos podem estar a dezenas de quilómetros.
Mas a criação do Monte é também uma rutura conceptual, estrutural e arquitetónica com o que era a predominância nas habitações da época.
No final do século VII e durante o início da idade do Ferro, os grandes povoados começam a dispersar-se pelo campos alentejanos, e esta nova realidade que passa a assentar no cultivo, na força laboral da família é transmitida para a própria construção, deixando de parte a estrutura circular das pequenas cabanas, para acolher esta nova realidade arquitetónica.
A família que já era a base da comunidade, torna-se a base do trabalho e na base da própria forma de organização estrutural, cultural e social.
Estes montes eram instalados principalmente junto de linhas de água permanente ou de várzeas, o que reforça a predominância do caracter agrícola ou agro – pastoril destes povoamentos.
Muitas destas técnicas de construção e da própria organização do espaço é importada do litoral, e aplicada numa zona onde eventualmente poderia não fazer grande sentido à primeira vista, mas que permitiu a criação de pequenas comunidades rurais auto sustentáveis e com modelos organizacionais próprios.
Muitas destas técnicas de construção e da própria organização do espaço é importada do litoral, e aplicada numa zona onde eventualmente poderia não fazer grande sentido à primeira vista, mas que permitiu a criação de pequenas comunidades rurais auto sustentáveis e com modelos organizacionais próprios.
( Carlos Dias, Público )
terça-feira, 9 de abril de 2019
Montes alentejanos
Os montes alentejanos são arrancados à terra, feitos de madeira, de argila na taipa e nos tijolos, de pedra.........
Todos voltam à terra, desaparecem lentamente na paisagem até só a memória ficar.
Fotos: Grupo Pedestrianista Alcáçovas Outdoor.
Texto: Luís Lobato de Faria
Quando se fala em Monte Alentejano, somos inevitavelmente remetidos para uma sensação de tranquilidade, sossego, descanso, harmonia mas, também, de isolamento. Na verdade, foi exactamente esse o príncipio que deu origem à estrutura conceptual do Monte Alentejano, tal como o conhecemos hoje.
A sua história remonta ao séc VII a. C. e à presença dos Fenícios que, por terem na Península Ibérica uma base importante e estratégica na sua rota de comércio, exerciam sobre este território uma forte influência.
À época, o conceito de Estado não existia – note-se que o conceito de Estado se refere a qualquer entidade com estrutura própria, politicamente organizada e com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial perfeitamente delimitada. São poderes tradicionais do Estado o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, sendo que numa Nação o Estado o Estado desempenha funções políticas, sociais e económicas. – e foram os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos que nos fizeram chegar a essa concepção.
Os Fenícios foram um dos primeiros povos a tentar implementar um conceito semelhante, onde as regras fossem similares entre os diferentes povos que coabitavam a região. Os grandes centros urbanos, por eles dominados, foram os primeiros locais a acolher e a implementar estas regras, o que levou a que uma boa parte dos seus habitantes - habituados a viver segundo as suas próprias normas - começassem a dispersar por todo o sudoeste peninsular, de modo a poderem viver segundo os seus próprios costumes. Por consequência, levavam consigo muito da influência Fenícia no que à construção e à estrutura habitacional dizia respeito.
Com uma história que ascendente os 2500 anos, o Monte Alentejano teve a sua maior influência na arquitetura mediterrânica, instituída, em grande parte, pelos Fenícios. É de realçar a privacidade de espaço como característica principal, situando-se a habitação no centro dos pátios, o que garantia a sua salvaguarda.
A sua história remonta ao séc VII a. C. e à presença dos Fenícios que, por terem na Península Ibérica uma base importante e estratégica na sua rota de comércio, exerciam sobre este território uma forte influência.
À época, o conceito de Estado não existia – note-se que o conceito de Estado se refere a qualquer entidade com estrutura própria, politicamente organizada e com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial perfeitamente delimitada. São poderes tradicionais do Estado o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, sendo que numa Nação o Estado o Estado desempenha funções políticas, sociais e económicas. – e foram os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos que nos fizeram chegar a essa concepção.
Os Fenícios foram um dos primeiros povos a tentar implementar um conceito semelhante, onde as regras fossem similares entre os diferentes povos que coabitavam a região. Os grandes centros urbanos, por eles dominados, foram os primeiros locais a acolher e a implementar estas regras, o que levou a que uma boa parte dos seus habitantes - habituados a viver segundo as suas próprias normas - começassem a dispersar por todo o sudoeste peninsular, de modo a poderem viver segundo os seus próprios costumes. Por consequência, levavam consigo muito da influência Fenícia no que à construção e à estrutura habitacional dizia respeito.
Com uma história que ascendente os 2500 anos, o Monte Alentejano teve a sua maior influência na arquitetura mediterrânica, instituída, em grande parte, pelos Fenícios. É de realçar a privacidade de espaço como característica principal, situando-se a habitação no centro dos pátios, o que garantia a sua salvaguarda.
Contudo, a edificação do Monte Alentejano poderá também ser considerada uma ruptura conceptual, estrutural e arquitectónica para com as características predominantes nas habitações da época. Senão vejamos, com a dispersão dos grandes povoados, na parte final do século VII e no início da idade do Ferro, a realidade do cultivo, da força laboral e do conceito de família é transmitida para a construção, sendo abandonada a estrutura circular das pequenas cabanas, para abraçar uma nova realidade arquitectónica.
Sendo já uma base da comunidade, a família torna-se igualmente base do trabalho e da organização estrutural, cultural e social.
Provenientes da região litoral, as técnicas de construção e da própria organização do espaço foram implementadas em determinadas zonas do interior, permitindo a criação de pequenas comunidades rurais auto-sustentáveis, predominantemente instaladas junto a linhas de água, por forma a reforçar o carácter agrícola e agro-pastoril das comunidades.
Estudos arqueológicos indicam que estes antiquíssimos protótipos do Monte Alentejano seriam construídos em pedra e terra e seriam, tal como atualmente, pintados de branco.
Texto: Rita Palma, https://hallpaxis.blogs.sapo.pt/
terça-feira, 19 de abril de 2016
Marrachique (Ourique)
Castro Cola ou Cidade de Marrachique - Ourique
No período neolítico foi Castro ou citânia, com particular expressão durante a Idade do Ferro. Foi ocupada por fenícios ou cartagineses.
A partir do Século VIII foi povoado Muçulmano, com vestígios que indicam uma comunidade significativa, baseada na atividade agrícola e pecuária, onde a tecelagem tinha importante papel. Data deste período o primitivo complexo defensivo, integrado por uma fortificação principal e defesas secundárias.
Que, à época da Reconquista cristã da península, passou para as mãos dos portugueses durante o reinado de D. Afonso III. Este soberano teria ordenado melhorias nas suas muralhas.
Por razões hoje desconhecidas, a estrutura foi abandonada por volta do século XVI, vindo a cair em completa ruína.
Foto e informação: FOTOS by Daniel Jorge
No período neolítico foi Castro ou citânia, com particular expressão durante a Idade do Ferro. Foi ocupada por fenícios ou cartagineses.
A partir do Século VIII foi povoado Muçulmano, com vestígios que indicam uma comunidade significativa, baseada na atividade agrícola e pecuária, onde a tecelagem tinha importante papel. Data deste período o primitivo complexo defensivo, integrado por uma fortificação principal e defesas secundárias.
Que, à época da Reconquista cristã da península, passou para as mãos dos portugueses durante o reinado de D. Afonso III. Este soberano teria ordenado melhorias nas suas muralhas.
Por razões hoje desconhecidas, a estrutura foi abandonada por volta do século XVI, vindo a cair em completa ruína.
Foto e informação: FOTOS by Daniel Jorge
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Abul, a Feitoria Fenicia nas margens do Sado
A origem física destas gentes tem raízes na costa oriental do Mediterrâneo, entre a Palestina e a Síria, numa pequena faixa de terreno com cerca de 25 km de largura por 320 km de comprimento, correspondente à actual costa do Líbano, incluindo regiões da Turquia e de Israel. Parece terem chegado à região por volta de 3000 a.C., sendo que, em 2600 a.C. tinham já relações comerciais e religiosas com o Egipto, as quais tiveram continuidade, pelo menos, até 2200 a.C., altura em que a Fenícia foi invadida pelos Amonitas (uma das possíveis hordas de Povos do Mar?). A região foi periodicamente invadida e controlada por outros povos, designadamente os Hicsos, os Egípcios e os Hititas. É possível que estas diversificadas influências tivessem estado na origem do desenvolvimento da forte vocação comercial e naval dos fenícios e da facilidade com que estabeleceram relações com outros povos. Aliás, estas diversificadas influências estão bem documentadas nas próprias embarcações fenícias, que incorporaram características de diferentes origens, designadamente do Egeu, da Mesopotâmia e do Nilo. Na verdade, foram os fenícios o primeiro povo que efectivamente desenvolveu e expandiu a arte da navegação e as técnicas de construção naval.
Provavelmente forçados pela exiguidade das suas terras cultiváveis, desde cedo se dedicaram ao comércio marítimo, inicialmente com as civilizações mesopotâmicas, egípcia e grega, expandindo progressivamente a sua influência até regiões mais longínquas. O comércio era assumido como a vocação essencial do “Estado” fenício, de tal modo que se auto-apelidavam de “Kena'ani” (Cananitas), o que em hebraico significa comerciante.
A partir de 1200 a.C., com o declínio do poder dos faraós e com a perda de influência do comércio marítimo desenvolvido pelos Micénicos, reuniram-se condições para uma maior afirmação fenícia, passando a cidade de Sídon a deter a supremacia mediterrânea. Os fenícios não ficaram para a história por um expansionismo bélico, no sentido em que não tentaram ampliar o seu território, optando por uma expansão comercial polarizada no estabelecendo de colónias e entrepostos comerciais. Efectivamente, não tinham população suficiente para fundar e alimentar grandes colónias. Regra geral, escolhiam locais estratégicos, bem destacados na paisagem, como ilhas, meandros ou promontórios, com natural potencial de defensibilidade, com praias abrigadas e seguros ancoradouros para os navios, com fácil acesso a zonas de confluência de vias terrestres e fluviais, ligadas a centros de interesse comercial.
A partir de 1200 a.C., com o declínio do poder dos faraós e com a perda de influência do comércio marítimo desenvolvido pelos Micénicos, reuniram-se condições para uma maior afirmação fenícia, passando a cidade de Sídon a deter a supremacia mediterrânea. Os fenícios não ficaram para a história por um expansionismo bélico, no sentido em que não tentaram ampliar o seu território, optando por uma expansão comercial polarizada no estabelecendo de colónias e entrepostos comerciais. Efectivamente, não tinham população suficiente para fundar e alimentar grandes colónias. Regra geral, escolhiam locais estratégicos, bem destacados na paisagem, como ilhas, meandros ou promontórios, com natural potencial de defensibilidade, com praias abrigadas e seguros ancoradouros para os navios, com fácil acesso a zonas de confluência de vias terrestres e fluviais, ligadas a centros de interesse comercial.
Os contactos comerciais, com diversificadas civilizações, próximas e longínquas, bem como as navegações que para isso intensivamente praticaram e desenvolveram, por certo propiciaram aos fenícios um considerável acervo de conhecimentos geográficos. No entanto, esta informação não se sintetizou nem a influência deste povo se centralizou num Estado uno de concertada estratégia. A Fenícia encontrava-se dividida em pequenas cidades-estado como Biblos, Sídon, Ugarit, Acre, Beirute, Tiro, Baalbek, entre outras, com elevado grau de autonomia e autodeterminação, entre as quais, com frequência, havia rivalidades acentuadas e persistentes, propiciando um "insalubre" clima de instabilidade.
A localização geoestratégica da Fenícia cedo a transformou em entreposto comercial privilegiado. Efectivamente, encontrava-se no cruzamento das zonas de influência e das rotas comerciais das principais civilizações da época. O comércio marítimo, assente na navegação de cabotagem, transformou as cidades fenícias em portos obrigatórios de acostagem dos navios, quer provenientes do Egipto, quer originários do Mar Egeu. Estas influências múltiplas foram, a pouco e pouco, modelando por certo o espírito deste povo, enriquecendo os seus traços culturais, e desenvolvendo a sua tecnologia. Não é surpreendente, portanto, que rapidamente tenham assimilado os modelos de embarcações que maior eficácia revelaram na navegação e no transporte mediterrâneo, aperfeiçoando-os. Os navios cretenses constituem um bom exemplo dessa assimilação e melhoria tecnológica, as embarcações mais desenvolvidas tecnologicamente em meados do 2.º milénio.
Neste contexto, vão disseminar-se estabelecimentos fenícios (feitorias, colónias e santuários!) ao longo da costa turdetana, nomeadamente ao longo do litoral ocidental e Algarve, preferencialmente nas margens e estuários dos grandes rios: Guadiana (Castro Marim); foz do Gilão (colina de Santa Maria em Tavira); Sado (Setúbal, Abul e Alcácer do Sal) e Arrábida (!); Tejo (Santarém, Lisboa e Almaraz); e Mondego (Santa Olaia e Conímbriga). Também o Alentejo interior (Redondo) e litoral, Baixo e Médio, sentiu as influências orientalizantes. Todos estes espaços denotam características mediterrâneas típicas que se manifestam a nível climático e paisagístico, em particular no que diz respeito ao coberto vegetal. Regiões assentes na trilogia mediterrânea - pão, vinho e azeite - devendo ainda acrescentar-se, no caso português, o sal, o peixe e os seus derivados.
Abul, a Feitoria Fenicia nas margens do Sado, embora seja Monumento Nacional, encontra-se abandonada...
Informação retirada do blog: http://fotoarchaeology.blogspot.pt/
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