Património Rural ou mesmo verdadeiras relíquias de
engenharia popular, os moinhos de água são engenhos accionados pela força motriz
da água. Estas construções localizam-se nas margens de rios ou ribeiras cujo
caudal era quase permanente, mantendo o moinho em movimento praticamente todos
o ano. Para ser um bom moinho, havia que preencher alguns requisitos, como moer
durante todo o ano, tinha de possuir duas ou mais mós. Uma para milho e as restantes
para trigo e cevada. A água era conduzida ao moinho, através de açudes e
levadas, que tinham que estar muito bem conservadas de forma a resistirem às
cheias e enxurradas.
Os moinhos de
água, uns mais tarde, outros mais cedo, a partir dos anos 60, 70 do século
passado, começaram a ficar inactivos com o surgimento das moagens industriais, accionadas a electricidade ou a motores de combustão, factos que irão contribuir para o desaparecimento
de mais uma profissão, o de moleiro. Hoje restam apenas ruínas das estruturas e
algumas histórias e testemunhos orais das vivências de outros tempos.
O que resta do
moinho do Salsinha, nas margens da ribeira de Alcáçovas é testemunho disso mesmo.
A Ribeira de
Alcáçovas e os seus moinhos, representaram sem dúvida durante muitos anos um factor de desenvolvimento económico e social para a vila de Alcáçovas. Através da
ribeira e o funcionamento dos moinhos, representaram o sustento de grande parte
da população da vila. Na altura, os patrões mandavam o trigo e milho para os
moinhos para depois distribuírem pelas pessoas que para eles trabalhavam.
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