É palavra de origem árabe, de almeiz ou al-meice
ou
ainda al-mîs, que significa «soro do
leite». Trata-se de um regionalismo utilizado principalmente no Alentejo e zonas
confinantes da Serra algarvia e também nos Açores.
Após a ordenha dos animais
(ovelhas ou cabras) para o ferrado, o leite é deitado para cântaros onde se faz
o seu transporte.
Depois, passa para uma panela,
na época, de barro, em cuja boca se preparava um coador constituído por um pano
de linho, seguido de lã (por exemplo um pedaço de manta premedeira) e por fim de
linha. Deixando naturalmente um abaulamento, os panos que constituíam um filtro
eram atados os seguros à boca.
Ia-se deitando o leite a pouco
e pouco ficando no coador as impurezas e interiormente o leite em condições de
preparar o queijo.A flor do cardo que se comprava no comércio local, tinha sido colocada previamente de molho. É bem pisada num almofariz de metal. Seguidamente e com a água em que tinha ficado de molho é coada misturando-se ao leite.
Entre uma e duas horas depois o
leite está coalhado formando assim a “coalhada” que vai ser espremida no cincho
para fazer o queijo.
Durante esta operação escorre
um líquido, o soro, “sujo” de leite a que se juntam alguns pedacitos de coalhada
e por vezes um pouco de leite. Chama-se a isto o “chorrilho”.
Depois de fervido, obtém-se
aquilo a que se chama almece e onde se notam pequenas partículas de leite
coalhado a que chamam “borregas”. É usado na alimentação das pessoas e também
dos animais.
Come-se de uma maneira geral
com pão migado e há quem lhe chame Tabefe.
Já aparece comercializado e
vendido em vasilhas de plástico de vários tamanhos.
Vocabulário Português de Origem Árabe, José Pedro Machado, Editorial Notícias,
1991.
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia
das Ciências de Lisboa – Verbo, 2001
Dicionário Prático Ilustrado – Dir. de Jaime de Séguier, Lello & Irmão, Porto,
1972.
http://traveltoalentejoportugal.blogspot.pt/
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