A origem física destas gentes tem raízes na costa oriental do Mediterrâneo, entre a Palestina e a Síria, numa pequena faixa de terreno com cerca de 25 km de largura por 320 km de comprimento, correspondente à actual costa do Líbano, incluindo regiões da Turquia e de Israel. Parece terem chegado à região por volta de 3000 a.C., sendo que, em 2600 a.C. tinham já relações comerciais e religiosas com o Egipto, as quais tiveram continuidade, pelo menos, até 2200 a.C., altura em que a Fenícia foi invadida pelos Amonitas (uma das possíveis hordas de Povos do Mar?). A região foi periodicamente invadida e controlada por outros povos, designadamente os Hicsos, os Egípcios e os Hititas. É possível que estas diversificadas influências tivessem estado na origem do desenvolvimento da forte vocação comercial e naval dos fenícios e da facilidade com que estabeleceram relações com outros povos. Aliás, estas diversificadas influências estão bem documentadas nas próprias embarcações fenícias, que incorporaram características de diferentes origens, designadamente do Egeu, da Mesopotâmia e do Nilo. Na verdade, foram os fenícios o primeiro povo que efectivamente desenvolveu e expandiu a arte da navegação e as técnicas de construção naval.
Provavelmente forçados pela exiguidade das suas terras cultiváveis, desde cedo se dedicaram ao comércio marítimo, inicialmente com as civilizações mesopotâmicas, egípcia e grega, expandindo progressivamente a sua influência até regiões mais longínquas. O comércio era assumido como a vocação essencial do “Estado” fenício, de tal modo que se auto-apelidavam de “Kena'ani” (Cananitas), o que em hebraico significa comerciante.
A partir de 1200 a.C., com o declínio do poder dos faraós e com a perda de influência do comércio marítimo desenvolvido pelos Micénicos, reuniram-se condições para uma maior afirmação fenícia, passando a cidade de Sídon a deter a supremacia mediterrânea. Os fenícios não ficaram para a história por um expansionismo bélico, no sentido em que não tentaram ampliar o seu território, optando por uma expansão comercial polarizada no estabelecendo de colónias e entrepostos comerciais. Efectivamente, não tinham população suficiente para fundar e alimentar grandes colónias. Regra geral, escolhiam locais estratégicos, bem destacados na paisagem, como ilhas, meandros ou promontórios, com natural potencial de defensibilidade, com praias abrigadas e seguros ancoradouros para os navios, com fácil acesso a zonas de confluência de vias terrestres e fluviais, ligadas a centros de interesse comercial.
A partir de 1200 a.C., com o declínio do poder dos faraós e com a perda de influência do comércio marítimo desenvolvido pelos Micénicos, reuniram-se condições para uma maior afirmação fenícia, passando a cidade de Sídon a deter a supremacia mediterrânea. Os fenícios não ficaram para a história por um expansionismo bélico, no sentido em que não tentaram ampliar o seu território, optando por uma expansão comercial polarizada no estabelecendo de colónias e entrepostos comerciais. Efectivamente, não tinham população suficiente para fundar e alimentar grandes colónias. Regra geral, escolhiam locais estratégicos, bem destacados na paisagem, como ilhas, meandros ou promontórios, com natural potencial de defensibilidade, com praias abrigadas e seguros ancoradouros para os navios, com fácil acesso a zonas de confluência de vias terrestres e fluviais, ligadas a centros de interesse comercial.
Os contactos comerciais, com diversificadas civilizações, próximas e longínquas, bem como as navegações que para isso intensivamente praticaram e desenvolveram, por certo propiciaram aos fenícios um considerável acervo de conhecimentos geográficos. No entanto, esta informação não se sintetizou nem a influência deste povo se centralizou num Estado uno de concertada estratégia. A Fenícia encontrava-se dividida em pequenas cidades-estado como Biblos, Sídon, Ugarit, Acre, Beirute, Tiro, Baalbek, entre outras, com elevado grau de autonomia e autodeterminação, entre as quais, com frequência, havia rivalidades acentuadas e persistentes, propiciando um "insalubre" clima de instabilidade.
A localização geoestratégica da Fenícia cedo a transformou em entreposto comercial privilegiado. Efectivamente, encontrava-se no cruzamento das zonas de influência e das rotas comerciais das principais civilizações da época. O comércio marítimo, assente na navegação de cabotagem, transformou as cidades fenícias em portos obrigatórios de acostagem dos navios, quer provenientes do Egipto, quer originários do Mar Egeu. Estas influências múltiplas foram, a pouco e pouco, modelando por certo o espírito deste povo, enriquecendo os seus traços culturais, e desenvolvendo a sua tecnologia. Não é surpreendente, portanto, que rapidamente tenham assimilado os modelos de embarcações que maior eficácia revelaram na navegação e no transporte mediterrâneo, aperfeiçoando-os. Os navios cretenses constituem um bom exemplo dessa assimilação e melhoria tecnológica, as embarcações mais desenvolvidas tecnologicamente em meados do 2.º milénio.
Neste contexto, vão disseminar-se estabelecimentos fenícios (feitorias, colónias e santuários!) ao longo da costa turdetana, nomeadamente ao longo do litoral ocidental e Algarve, preferencialmente nas margens e estuários dos grandes rios: Guadiana (Castro Marim); foz do Gilão (colina de Santa Maria em Tavira); Sado (Setúbal, Abul e Alcácer do Sal) e Arrábida (!); Tejo (Santarém, Lisboa e Almaraz); e Mondego (Santa Olaia e Conímbriga). Também o Alentejo interior (Redondo) e litoral, Baixo e Médio, sentiu as influências orientalizantes. Todos estes espaços denotam características mediterrâneas típicas que se manifestam a nível climático e paisagístico, em particular no que diz respeito ao coberto vegetal. Regiões assentes na trilogia mediterrânea - pão, vinho e azeite - devendo ainda acrescentar-se, no caso português, o sal, o peixe e os seus derivados.
Abul, a Feitoria Fenicia nas margens do Sado, embora seja Monumento Nacional, encontra-se abandonada...
Informação retirada do blog: http://fotoarchaeology.blogspot.pt/
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