Em 1748, grassava na cidade de Évora uma enorme epidemia de peste, tormento que levou os comerciantes dessa cidade a prometeram à Senhora D’Aires uma festividade se a peste desaparecesse. Como tal se verificou, os comerciantes passaram a realizar festas durante três dias em sua honra. No ano seguinte as festas foram ainda maiores, com afluência de devotos, não só de Évora mas também das populações vizinhas. Já nesse ano em redor do Santuário, edifício que teve o seu início de construção no dia 12 de Agosto de 1743, bufarinheiros e oleiros transacionavam os seus produtos. Esses festejos atingirão uma importância tal, que no dia 27 de Setembro de 1751, D. José I através do seu ministro Marquês de Pombal, irá assinar um alvará régio que atribui o título de feira franca a estes festejos.
A Casa dos Milagres, bem como as dependências anexas que circundam a capela - mor guardam um número impar de ex-votos populares, em diversos materiais, como madeira, chapa cúprica, fotografia e outros materiais sintéticos, que cronologicamente se situam entre o século XVIII e o século XXI, sendo testemunhos intemporais do agradecimento pelas graças alcançadas, destacando-se o mais antigo que data de 1735. Possui também um magnífico conjunto de mantos, da imagem da Senhora D’Aires, tal como outras manifestações como pedaços de cabelo, vestidos de noiva, trajes académicos e outros objectos lá deixados pela devoção e forma de agradecimento, sendo sem dúvida, elementos que contribuem para que este santuário se conserve como um importante local de peregrinação e fé, essencialmente no último domingo do mês de Setembro de cada ano, altura em que se realiza a feira anual em Honra da Senhora D'Aires.
O Santuário de Nossa Senhora D’Aires é, e sempre terá sido, o local mais representativo da comunidade de Viana do Alentejo e um dos mais importantes locais de peregrinação da região Alentejo, tendo recebido em 2012, pela Direção Geral do Património Cultural a classificação de Monumento Nacional.
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