A exploração de metais em Aljustrel, a
mineração e a metalurgia, tiveram início em finais do 3º milénio a.C.,
durante a Idade do Cobre, tendo sido recolhidos materiais que o
comprovam no morro de Nº Srª do Castelo, local onde se situava o povoado
desse período. Este local está equidistante dos potentes chapéus de
ferro de Algares e S. João do Deserto, sítios onde teria lugar a
exploração mineira.
A ocupação da Idade do Bronze situava-se
no morro de Mangancha, mais próximo dos filões de S. João do Deserto.
Estando a investigação deste local ainda em curso, não podemos avançar
muito mais considerandos sobre a exploração mineira neste período.
Em finais do séc. I a.C. tem inicio no
morro de Mangancha a ocupação romana, tudo indicando que aí se terá
instalado uma guarnição militar que terá dado início à exploração
mineira e à construção de um novo povoado, Vipasca, situado mais próximo
de Algares e com fácil acesso, no local hoje conhecido como Valdoca ou
Vale da Oca. Esta exploração mineira durou até ao séc. IV d.C., com
oscilações na produção coincidentes com as crises do Império, sendo
então abandonada, pelo menos com o carácter industrial com que até aí
tinha tido lugar.
Só voltamos a encontrar referência à
existência de uma mina no Foral de 1252, em que a Ordem de Santiago da
Espada reserva para si os rendimentos da mina, porventura um sinal de
que a mina continuava a produzir. Mais tarde, inicio do séc. XVI, no rol
de minas existentes no país do Regulamento Mineiro de Ayres do Quintal,
vem mencionada a mina de Aljustrel. Em meados do mesmo século, num
documento de D. João III, refere-se a existência em Aljustrel de um
funcionário régio que afinava e vendia aos pintores, um pigmento
conhecido como Azul de Aljustrel.
Novo hiato cronológico e, em 1848, é
atribuída a primeira concessão de exploração mineira em Aljustrel a um
cidadão espanhol, Sebastião Gargamala, que poucos trabalhos efectuou
perdendo, assim, a concessão. A mesma é então atribuída à Lusitanian
Mining Company que também só labora durante dois anos, pelo que a
concessão é então transferida para uma firma portuguesa, a Companhia de
Mineração Transtagana, que dá inicio a uma exploração em grande escala,
durante quinze anos, com introdução de transporte ferroviário e
tratamento do minério. Devido a uma conjuntura desfavorável no mercado
internacional, a empresa acaba por falir e a concessão passa para a casa
bancária Fonseca, Santos & Vianna.
Este banco vai-se associar a uma empresa belga e criar a Société
Anonyme Belge des Mines d’Aljustrel, que vai explorar a mina até 1973,
embora ao longo da sua existência se tenha associado com novos parceiros
e assumido outras designações.Em Junho de 1973 a concessão transita para a posse da empresa Pirites Alentejanas, SARL, de capital predominantemente nacional (Estado com 50%, CUF com 40% e Mines d’Aljustrel com uma quota de 10%). Entretanto com as nacionalizações ocorridas em 1975, o Estado português passou a deter 90% do capital da empresa, ficando os restantes 10% em poder dos belgas.
Entretanto, em 2001 o complexo mineiro de Aljustrel foi adquirido pela empresa canadiana EuroZinc Mining Corporation que, em 2009, vendeu a mina a um grupo português que alterou a designação da empresa para ALMINA - Minas do Alentejo, S.A.
Texto copiado do site: http://www.mun-aljustrel.pt/
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