sábado, 22 de abril de 2017

Nisa










Atendendo ás últimas investigações sobre a fundação da Vila de Nisa da responsabilidade do Prof. Carlos Cebola, conhecem-se factos novos que vieram trazer uma nova versão da mesma.
Em 1199 D. Sancho I doa a Herdade da Açafa à Ordem do Templo, este território era delimitado, de modo muito sumário a norte pelo Rio Tejo e a sul detinha parte do território dos actuais concelhos de Nisa, Castelo de Vide e parte do território espanhol junto á actual fronteira. Estas doações tinham como objectivo fixar moradores em zonas ermas e despovoadas e consequentemente defender o território. Os Templários edificaram uma fortaleza que os defendesse dos infiéis e sinalizava a posse desses territórios. Ao mesmo tempo o monarca anuncia a vinda de colonos franceses, que chegaram de forma faseada, sendo o último grupo destinado ao povoamento do território da Açafa.
Instalaram-se junto das fortalezas construídas pelos monges guerreiros e aí ergueram habitações, fundaram aglomerados populacionais a que deram o nome das suas terras de origem. É neste sentido que surge possivelmente o de Nisa, ou seja sendo os primeiros habitantes oriundos de Nice, ergueram aqui a sua “Nova Nice” ou melhor dizendo, a Nisa a Nova, que encontramos nos documentos, e quando surge o termo Nisa a Velha, este refere-se á sua antiga terra de origem, a Nice francesa. Assim terão nascido Arêz (de Arles), Montalvão (de Montauban), Tolosa (de Toulouse), cidades do Sul de França. O primeiro Foral foi dado à Vila de Nisa entre 1229 e 1232, pelo Mestre Dom Frei Estêvão de Belmonte.
Em 1312 D. Manuel I atribuiu novo Foral à Vila, aparecendo a palavra Nisa escrita com dois “ss “, ou seja Nissa, provavelmente sob a influência da palavra Nice. Em 1343, D Afonso IV estava em guerra aberta com o seu genro, Afonso XI de Castela, o que colocava em risco toda esta zona fronteiriça, daí o Mestre da Ordem ter solicitado ao Rei a construção de uma muralha para protecção da população, pedido este que foi aceite. D João I atribui o título de “Notável” à Vila de Nisa e D. João IV por carta régia de 13 de Outubro eleva Nisa à Categoria de Marquesado, de que fez mercê a D. Vasco Luís de Gama, 5º Conde da Vidigueira.
Ao Concelho de Nisa foram anexados os de Arêz e Montalvão por decreto de 6 de Novembro de 1836 e os de Alpalhão e Tolosa no decreto de 3 de Agosto de 1853, tendo sido desanexadas em 1895 e novamente anexadas em 1898. A freguesia de Amieira do Tejo passou para o concelho do Gavião em 1836, mas transitou para Nisa através de decreto de 26 de Setembro de 1895.

Artesanato

A fama do concelho de Nisa deve-se sobretudo à diversidade e riqueza das suas artes e ofícios tradicionais. Nisa é, de facto, um dos centros de excelência não só do artesanato alentejano, como de todo o país. Quer na vila, quer nos aglomerados dos arredores têm germinado e persistido artes antigas que são o expoente de uma vida e da cultura de um povo.
O artesanato é diversificado e essencialmente decorativo. A Olaria Pedrada é uma tradição ancestral que ocupa apenas três oleiros. Caracteriza-se essencialmente por peças de barro vermelho incrustadas de pequenas pedrinhas brancas. Os Alinhavados, as Rendas de Bilros, as frioleiras, os trabalhadores de aplicação em Feltro são testemunhos do passado que no presente se encontram a ser executadas por algumas mulheres que ainda se dedicam a esta arte porque já poucas são as que querem aprender.

Texto copiado do blogue: http://terrasdeportugal.wikidot.com/

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