Ex-freguesia do concelho de Ourique, nos domínios da Ordem de Santiago, terá sido instituída em finais do século XV, a pedido dos moradores da área, que construíram uma ermida e pagaram a um ermitão, a fim de evitar as difíceis e demoradas deslocações à igreja matriz de Ourique. A delimitação do seu termo ter-se-á efectuado por essa altura, ficando com uma área de cerca de 164 km2.
É inusual o sítio de edificação da igreja, em local plano, junto ao rio Mira e a um seu pequeno afluente e às suas perigosas cheias. Mais singular, o facto de o templo ficar exactamente no limite do concelho de Ourique e da nova freguesia, de tal modo que a linha delimitadora do concelho e condado de Odemira passava a escassos metros da frontaria da igreja paroquial.
O crescimento, lento, da aldeia – bem expresso na memória abaixo transcrita – acabou até por ocupar, mais tarde, terra da freguesia de Sabóia, do concelho de Odemira, o que obrigou, já no século XX, a desviar a linha delimitadora das freguesias algumas centenas de metros para uma nova referência, a linha-férrea.
Situação que fazia do templo um autêntico marco e sentinela em terras espatárias defronte do condado de Odemira. Pela aldeia passava a estrada que de Garvão e S. Martinho se dirigia ao Algarve, a “estrada de Sabóia” que o foral “velho” de Odemira cita. Santa Clara haveria de passar para o concelho de Odemira, em 1836, por força da legislação liberal que reordenou administrativamente o território.
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Foto: encontrada em pt.pinterest.com (Inês Miranda)
Foto: encontrada em pt.pinterest.com (Inês Miranda)
Autoria de Maria Giro.
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