Antigamente, não havia fonte ou poço que não tivesse um Cocho disponível para que o viajante sedento pudesse extrair a preciosa água e apaziguar a sua sede.
Cocho ou Cocharro, dependendo da zona do Alentejo, este objecto em cortiça era feito por mãos hábeis, geralmente de pastores, que tinham muito tempo para se dedicar a esta arte.
Utensílios preciosos, mas baratos, era impensável roubar-los, muito menos para os levar de recordação.
Dizem as más línguas que, quem os levou, utiliza-os para decorar as paredes das garagens. Será?
Aqui no Alentejo, enquanto os velhotes forem vivos, continuaremos a ver Cochos. E depois?
Quando a geração mais idosa deixar este Alentejo para sempre, quem fará mais Cochos com uma navalhinha e um pedaço de cortiça?
Perderemos mais uma importante parcela da nossa identidade.
Dirão alguns doutores pensantes: E depois? Qual é o problema? Bebam água engarrafada, se quiserem...
Pois... E o Alentejo deixará de ser Alentejo. Ficará sem alma, sem orgulho...
A nossa força depende da nossa tradição, dos nosso costumes ancestrais, da memória que nos foi deixada pelos nossos avós...
Sem comentários:
Enviar um comentário