O Vale Machoso em prol das variedades regionais.
Propagação de variedade de ameixoeira de S. João, recorrendo ao método de enxertia.
Como as ameixoeiras são propensas em desenvolverem novos rebentos através das suas raízes, que irão eclodir aqui e acolá nas imediações da árvore mãe, estes foram assim aproveitados como cavalo, nos quais foram enxertados vários garfos, com vista a multiplicar as possibilidades de sucesso. Caso este seja obtido, no ano seguinte existem duas opções, deixar no local, selecionando o de maior vigor e suprimindo os restantes, ou então descavar em volta, arrancar e transplantar para o local desejado.
Esta é uma variedade regional gavionense cujos garfos foram recolhidos numa velha e majestosa árvore, provavelmente centenária, a qual infelizmente tem os seus dias contados, uma vez o tronco encontra-se bastante deteriorado com a madeira em parte apodrecida, pelo que o seu fim será apenas uma questão de tempo.
É super produtiva e gera ameixas de qualidade superior, dotadas de sabor distinto, sobretudo comparativamente com aquelas que hoje em dia são disponibilizadas ao consumidor final. Lamentavelmente, não existe a possibilidade de a obter através da oferta que o mercado nos proporciona, padronizado por variedades maioritariamente importadas, o que deixa apenas uma solução viável a quem rejeita a submissão à ditadura e inerente uniformização que este nos impõe.
A única solução será assumirmos por nossa conta e risco a propagação destas árvores, recorrendo aos métodos possíveis para o efeito, sendo a enxertia apenas um deles.
Esta é a grande luta que o Vale Machoso tem vindo a travar e, porventura o mais nobre de todos os seus desígnios.
A busca, identificação e propagação das variedades regionais gavionenses, cujas denominações e sabores se encontram perdidos no tempo, bem como na nossa memória coletiva.
Texto e fotos da autoria do nosso compadre Rui Delgado ( Vale Machoso- Gavião )
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