Qubbas... escondidas à vista de todos
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A maior riqueza do nosso Alentejo é a sua Identidade Cultural.
Os alentejanos têm mantido as suas tradições ao longo de inúmeras gerações.
Este povo orgulhoso e independente faz do Alentejo das terras mais autênticas que conhecemos.
Somos os guardiões das nossas raízes, temos que honrar os que partiram e passar o testemunho aos jovens. Não podemos deixar desaparecer o nosso Património.
Há que preservar e divulgar um Alentejo escondido à vista de todos.
São vários os "segredos" que vamos descobrindo pela raia alentejana. Um destes segredos, dos mais bem guardados, são as Qubbas.
Estes tipo de monumento está por todo o lado mas já não o vemos. As Qubbas estão integradas em templos cristãos, estão no meio de montes, são agora estábulos ou ..... ruinas.
As Qubbas representam uma tradição milenar que já desapareceu no resto da Europa. Esta tradição do Homem - Santo que faz a ligação com Deus ainda existe noutras partes do Mundo.
No Alentejo a tradição ficou nos monumentos, nos santos cristãos, nas festas anuais e na toponimia.
Uma continuidade que é de valor como se diz por cá.
A tradição das Qubbas e dos Homens - Santos continuou "escondida" no Islamismo até hoje. É precisamente do Islamismo e do arábico que nos chega o termo Qubba. É na corrente do Sufismo que encontramos este sincretismo religioso.
O Islamismo adoptou crenças de práticas religiosas anteriores. Como o Cristianismo o tinha feito antes. No entanto o sistema de crenças que as Qubbas representam pode ser anterior às religiões monoteístas.
São crenças que estão vivas numa religião que podemos chamar de "popular". Uma religião feita de crenças milenares que reúne em si paganismo, simbolos antigos, religiões do livro, ciclos anuais, os astros.... a Natureza.
A religião das Aldeias Alentejanas.
Vários autores abordaram o tema das Qubbas. Infelizmente não deram continuidade ao seu trabalho. Por ser um tema vasto? Por ser um tema "tabu"?....Fica a dúvida no ar.
Quanto ao espaço vamos observar os Distritos de Évora e Beja com mais detalhe. No entanto não podemos deixar de fora exemplos do resto do pais e dos nossos vizinhos espanhóis.
Estes últimos têm abordado o tema sem complexos e de forma mais assertiva. As Qubbas assumem várias funções que se confundem na sua nomenclatura. Nomes que atravessam séculos, culturas e uma imensa área geográfica. Torna-se assim vital a análise do paralelo entre a Península Ibérica, o Norte de África e o Médio Oriente. Em relação ao tempo queremos frisar a importância da continuidade.
Vamos observar para o que chegou até hoje perceber até quando podemos recuar. Quando iniciámos o nosso estudo do tema das Qubbas pensávamos que tinham origem numa tradição Islâmica. Hoje percebemos que essa tradição recua até ao Cristianismo Primitivo ou mais. Queremos destacar o papel da Toponimia e a sua relação com a função dos monumentos.
Esta relação tem cada vez mais peso na nossa pesquisa. Este Post é apenas uma introdução ao tema onde apresentamos algumas hipóteses.
Esperamos que estas hipóteses sejam validadas com o cruzamento de variáveis. Iremos apresentar as variáveis que encontramos na Arquitectura e na Localização dos monumentos. ...................
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