quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A Arte Chocalheira já é Património Imaterial da Humanidade...


A "Arte Chocalheira" foi hoje aceite como "Património Imaterial da Humanidade" ... e os chocalhos tocaram na Namíbia!
Em homenagem a todos os que lutaram e lutam, no dia a dia, para manter esta Arte "viva", especialmente em Alcáçovas, freguesia do concelho de Viana do Alentejo, partilho o meu Album alusivo à "Arte Chocalheira", que publiquei há mais de um ano.
Endereço os meus PARABENS a todos os que de forma directa ou indirecta estiveram ligados a à candidatura da "Arte Chocalheira" a Património Imaterial da UNESCO e que hoje viram coroados de êxito o seu esforço. A todos o meu bem hajam !
Celestino Manuel
www.facebook.com/ CmanuelPhotography
© Photo All Rights Reserved










( Fotos de:  Cmanuel Photography = Celestino Manuel)
Estas fotos fazem parte de um Album dedicado à Arte do Chocalho na Vila de Alcáçovas, um tema bem Alentejano, que divulgo como memória do Alentejo em que a pastorícia assume relevância económica. Grande parte das imagens foram registadas em Alcáçovas durante a "Feira do Chocalho" de 2013.
"A história dos chocalhos em Alcáçovas, Viana do Alentejo, perde-se no tempo. É difícil datar o início desta actividade. É mais fácil perceber que a arte chocalheira teve, no passado, uma maior preponderância na localidade. No início do século XX existiam mais de 20 empresas chocalheiras, «hoje existe uma que tem dois chocalheiros e dois ou três futuros chocalheiros», diz André Correia, autor do livro «Os Chocalhos e a sua relevância na vila das Alcáçovas».

Feitos de ferro e latão, os chocalhos resultam das «artes do fogo» como é exemplo o ofício de ferreiro. Com fole e fornos aquecidos a carvão, mãos rudes e calejadas, os chocalheiros vão moldando o rijo ferro em diferentes formas e tamanhos.

O chocalho, que pode mesmo servir como instrumento musical, é colocado no pescoço de um dos animais, sobretudo ovinos, caprinos e bovinos. O animal com o chocalho servia de guia ao restante rebanho ou manada. No tempo em que não havia cercas delimitativas da zona de produção e zona de pastoreio, o «ding dong» do chocalho permitia ao pastor verificar que um dos animais se tinha afastado do rebanho. 

Quase todos os chocalhos são cilíndricos e têm uma asa semi-circular, lisa, soldada ao corpo do artefacto. Dentro deste padrão há depois o chocalho estreito, o reboleiro, o embarrado. O reboleiro, na parte superior forma dois bicos salientes. Este chocalho, originário de Alcáçovas, tem uma pequena fita no bordo lateral para impedir que o chocalho abra. O embarrado distingue-se dos outros porque o chocalheiro «embarra» o chocalho com uma mistura de barro amassado e palha miudinha. 

O uso tradicional do chocalho, nos animais, começa a perder-se. Os chocalheiros de Alcáçovas reinventam-se para manter viva a actividade. Guilherme Maia, gerente dos "Chocalhos Pardalinho", explica que a empresa que existe na vila alentejana «faz hoje muitos chocalhos para decoração». 

Extrato de um Texto de Sara Pelicano publicado em Agosto de 2013.
http://www.cafeportugal.net/pages/estudos_artigo.aspx?id=6589"

( Fotos By Cmanuel Photography = Celestino Manuel)

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