quarta-feira, 8 de agosto de 2018
A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha...
Diz o adágio popular que " a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha"...
A verdade é que nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos:
A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha. Este é o provérbio que tem arrasado, ao longo dos anos, com este país. A razão subjacente a isto está na inveja que sentimos uns dos outros. E, sendo este povo a que pertenço tão católico, porque não entende que esse sentimento é negativo, mesquinho e inferior?
As dificuldades, as agruras e os sacrifícios sentidos no decurso da nossa história, não devem justificar o desejo de ter tudo aquilo que o outro tem. É evidente que devo aspirar a mais e que devo lutar por isso, mas nunca contra quem já o conseguiu. Se o meu vizinho tem uma galinha gorda e bonita, eu devo cuidar e alimentar a minha para que ela seja igual ou melhor do que a dele.
Mas, não. Ficamos eternamente a cobiçar a “galinha” dos outros. Ansiamos por possuí-la, nem que seja roubá-la. Desejamos, em pensamento, que algo aconteça ao seu “galinheiro” para poder ficar com as “aves”. Se for necessário, não hesitaremos em envenenar o dono, para poder ficar não com uma mas com todas. Ridículo, profundamente ridículo.
É esta a atitude que nos faz malandros, preguiçosos, interesseiros e trapaceiros.
Não temos vontade própria para querer ser melhor do que o vizinho. Mas não interessa ser melhor para depois nos gabarmos disso. Temos sim que tentar superar de uma forma sã o que os outros fazem.
A tentativa de ultrapassar as proezas do “vizinho”, enriquece-nos como pessoas e estimula o outro a suplantar o que atingimos. Esta disputa acrescenta sabedoria e promove o acréscimo cultural da sociedade e não do indivíduo. Não podemos continuar a ser tão egoístas e a olhar só para dentro de nós próprios. Se assim continuarmos, seremos sempre socialmente pobres e culturalmente medíocres.
Vamos lá a dizer, duma forma sentida, que: “A galinha da vizinha é igual à minha”.
P.S. – Não matem a galinha só para não terem o trabalho de cuidar dela.
Texto copiado do blogue do nosso compadre Boca Rota, http://bocarrotas.blogspot.pt/
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