Bicho-de-conta (porquinho-de-santo-antão ou tatuzinho)
(Oniscus asellus) - Linnaeus, 1758
Com 16 mm de comprimento e 6 mm de largura, possui o corpo marron escuro, uma carapaça brilhante, 7 pares de patas e dois pares de antenas (sendo um residual), o bicho-de-conta inclui-se no grupo mais numeroso dos isópodes terrestres com cerca de 3.600 espécies no mundo.
Passou a viver fora de ambientes aquáticos por possuir uma bolsa incubadora, também devido à forma achatada do corpo, a adaptações comportamentais e fisiológicas (como o desenvolvimento de cutícula espessa) e estruturas para trocas gasosas (pulmões pleopodais).
Produz feromônios, que expulsa com as fezes, e são percebidos por estruturas sensoriais das antenas. Em situações de maior seca estas substâncias são produzidas mais intensamente, o que leva a espécie a formar um grupo, reduzindo a perda de água. Em ambientes húmidos e quentes utilizam a evaporação para manter a temperatura do corpo, refrigerando-se. Nas extremidades das antenas possui quimioceptores. Muita da água que consome é ingerida através dos alimentos ou através de coprofagia.
A capacidade que possui para se enrolar como uma bola constitui um meio de defesa. Para o mesmo fim também utiliza outros estratagemas como a fuga, fingir-se morto e a libertação de secreções repelentes.
A abundância e diversidade com que ocorrem certas espécies de isópodes serve como indicação da qualidade das paisagens. Verifica-se a existência de maior abundância em pradarias naturais do que em zonas florestais, sendo certo que estes ambientes têm, por sua vez, maior densidade do que as áreas agrícolas. Em áreas de agricultura e silvicultura intensiva a sua densidade é muito baixa devido à alta mortalidade provocada pela aplicação de insecticidas e herbicidas. Apesar de algumas espécies poderem causar prejuízos à agricultura (nas culturas de tomate, pimentão, ervilhas), a sua diversidade e abundância deve ser estimulada dada a sua grande importância na decomposição de material orgânico, o que potencia a existência de agroecosistemas, visto que incrementam a disponibilidade de macronutrientes no solo.
Alimenta-se, durante a noite, de plantas e matéria orgânica em decomposição.
A reprodução é sexuada. O macho, pressionando a sua zona ventral contra um lado da fêmea, injecta os espermatozóides num dos gonóporos (abertura genital), utilizando um apêndice vibratório. repete o processo do outro lado. Na época reprodutiva ocorre nas fêmeas a formação de um marsúpio. É nesta bolsa incubadora que inicialmente se desenvolvem os filhotes num fluido secretado pela parede do corpo materno. Nascem com um par de pernas a menos, que só posteriormente adquirem. A fim de reduzirem a elevada taxa de mortalidade, o crescimento é grande nos primeiros estágios de vida. Aos dois dias ocorre a primeira muda do exoesqueleto (eclidse). Até aos seis meses as mudas repetem-se em cada três semanas, altura em que se iniciam as eclidses de adultos (três a seis vezes por ano). Estas mudas verificam-se primeiro na metade posterior do corpo e dois dias depois na metade anterior, ficando, nesta altura, com um aspecto bicolor. Para reaproveitamento do cálcio, o exoesqueleto libertado (exúvia) volta a ser ingerido. Podem atingir de três a quatro anos de vida.
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Crustacea
Classe: Malacostraca
Ordem: Isopoda
Família: Oniscidae
Género: Oniscus
Espécie: O. asellus
Informação e fotos copiadas do blog do compadre João Gil Borges,
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