A cascata do Pulo do Lobo é uma cascata fluvial, formada pelas águas do rio Guadiana, a montante da Vila de Mértola, tem águas claras e cristalinas que se precipitam de uma queda de mais de 20 m de altura perdendo-se num mar de espuma pelo meio de uma garganta rochosa de donde desaguam depois para dar lugar a um lago de águas serenas. As margens neste local apresentam-se altas e pedregosas, e tão apertadas que deram origem a uma lenda que afirma que um lobo em caça as transpõe de um salto.
É um documento vivo que guarda a história de um rio e das suas relações com a terra e o mar, ao longo de milhões de anos.
A formação geológica do Pulo do Lobo, inclui materiais, os quartzitos mais duros e resistentes e formou-se por forte resistência a uma onda de erosão regressiva, isto é, imagine-se a força de erosão de um rio a caminhar da foz para a nascente, o obstáculo que não é essa faixa quartzitica à progressão desse novo vale. Daí resultou a maior queda de água do Rio Guadiana, com cerca de 14 metros de altura, e o Pego dos Sáveis, o grande caldeirão onde algumas das espécies de peixes migradoras chegam para desovar, subindo o rio, vindas do mar.
Quanto ao vale do Guadiana, até aí arredondado e que tinha sido escavado pela força das águas que desciam da nascente em direcção ao mar, passou rapidamente a ser influenciado por uma força erosiva no sentido inverso, do mar para a nascente, obrigando a escavar um segundo vale, mais fundo e estreito, a que hoje chamamos Corredoura.
Local de lendas e histórias de contrabando, o Pulo do Lobo é um dos locais mais bonitos do vale do Guadiana e que em épocas de cheia o seu desnível é reduzido permitindo que várias espécies piscícolas subam a montante para desovar.
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